Mahish Sayam

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Eu nasci em uma rica família de origem indiana. Meu pai saiu da Índia muito jovem e conheceu minha mãe nos Estados Unidos, onde ela nasceu. Eles casaram-se e após alguns anos, eu nasci. Fui poucas vezes ao país de meu pai, por tanto, nunca tive laços afetivos com aquele país.

Meu pai era um homem inteligente e ambicioso. Sua família era rica, mas ele tinha vários irmãos com quem dividir sua herança. Ele foi enviado ainda jovem aos Estados Unidos para estudar e depois deveria voltar à Índia para cuidar dos negócios da família. Mas meu pai tinha outros planos.

Ele conheceu um homem, um rico empresário que lhe ensinou tudo o que ele precisava saber sobre o poder. Meu pai aprendeu que dinheiro não é importante, mas o poder. Ele largou a faculdade e passou a trabalhar com aquele homem, tornando-se seu braço direito. O homem era muito rico e poderoso e não tinha escrúpulos. Ele fazia qualquer coisa para conseguir o que queria. Mas havia uma coisa que aquele homem, com quem meu pai trabalhava, não havia conseguido conquistar.

Lokesh, por algum motivo, era obcecado pela família Rajaram. Meu pai me contava que seu chefe queria destruí-los. Havia rumores de que ele havia sequestrado e torturado Dirhen Rajaram e a noiva de seu irmão, Kelsey Hayes. Aparentemente, Lokesh era apaixonado por Kelsey e pretendia casar-se com ela, mas foi frustrado pelos irmãos Rajaram, que a tomaram dele.

Ninguém sabe como, mas Lokesh desapareceu. Meu pai sabia apenas que ele estava perseguindo os Rajaram e que foi à Índia para tentar recuperar sua noiva. Depois disto, Lokesh nunca mais foi visto. Não havia nenhum sinal de que ele estivesse vivo, mas seu corpo nunca foi encontrado. Meu pai tomou a direção de todos os negócios de Lokesh, assumindo seu lugar e sua riqueza.

Desde muito pequeno eu ouvia estas histórias sobre Lokesh. Por algum motivo, seu nome foi oculto na história. Ninguém falava de Lokesh, esta sempre tinha sido uma exigência do chefe de meu pai, que preferia trabalhar nas sombras. Eu o admirava, gostava da forma que ele via o poder e me inspirava nele.

Com o passar do tempo, comecei a me sentir como ele, ou como eu imaginava que ele se sentisse. Senti a necessidade de continuar seu legado e destruir os Rajaram.

Quando eu tinha dezesseis anos, meus pais morreram em um desastre aéreo e eu herdei o dinheiro e a empresa que foram de Lokesh. Os advogado disseram que eu precisava de um tutor, mas eu me recusei, disse que tomaria conta de tudo sozinho e o fiz. Mantive as empresas até os meus 18 anos, depois eu as dissolvi, usando o dinheiro para investir em projetos de outras empresas. Esta foi a forma que encontrei de continuar o legado de Lokesh. Essa seria a única forma de me infiltrar nas Indústrias Rajaram e tomá-las para mim.

Mas isto não seria fácil. As empresas Rajaram eram um grupo muito fechado. Dirhen Rajaram e Nilima Calinga eram muito tradicionais e mantinham as empresas dentro de um grupo pequeno de investidores, a quem eles chamavam de parceiros. Nilima controlava trinta por cento das ações da empresa, enquanto Dirhen mantinha sessenta por cento. Os outros dez por cento pertenciam a acionistas menores.

Dirhen tinha dois filhos, e eu sabia que um dia, eles assumiriam o controle das empresas. Os dois jovens nasceram e se criaram nos Estados Unidos, estudaram em grandes universidades americanas. Kamala estudou economia em Stanford. Eu sabia que a formação deles seria mais liberal, e que, portanto, quando os filhos de Rajaram assumissem a empresa, eu teria uma chance de alcançar meu objetivo.

Eu esperei por vinte anos, até que eu finalmente consegui. Dirhen aposentou-se, e em seu lugar, o noivo de sua filha, Robert Simon, assumiu a presidência da empresa e abriu as Indústrias Rajaram ao capital externo. O vice presidente detinha 30 por cento das ações, era o filho de Nilima, Sohan Kadam Calinga.

Robert e Sohan eram gestores agressivos e buscavam aumentar os lucros. Toda a diretoria da empresa os venerava. Aproximei-me de Robert e ficamos amigos.

Os filhos do tigreOnde histórias criam vida. Descubra agora