A Última carta

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Quase se apaga a minha luz

Cheguei a ser só o eco de uma luz que um dia brilhou, mas em algum momento, renasceu a esperança, a luz voltou a brilhar, me dei conta de que estava aqui, gritando sem medo, e ainda acreditava em mim, e hoje, por você, e por mim, estou aqui, com mais força, sem medo, com minha história de amor para os corações partidos que vão juntando pedacinhos, eu... eu acredito em um final feliz!

— Andy! — a luz era forte demais para que eu conseguisse abrir meus olhos rapidamente, então fiz isso lentamente. Tudo o que eu via era um borrão, vultos, e feixes de luz, tive que piscar algumas vezes para que a imagem fosse ganhando uma qualidade melhor.

— O que... onde estou? — minha voz era fraca e falha.

— Meu deus! — senti alguém segurar a minha mão, forcei a visão insistindo para que eu conseguisse enxergar melhor, e então pude ver a minha mãe, ela estava parada ao meu lado, e parecia estar chorando. — filho, você acordou!

— Mãe? — girei a cabeça lentamente, notei outro vulto atrás dela me olhando, era Brooklyn. — o que está acontecendo?

— Ta tudo bem — ela disse. — você está no hospital, estamos cuidando de você.

— Hospital? O que houve?

— Você não se lembra? — Brooklyn perguntou, se aproximando.

— Do que?

— Qual é a última coisa que você se lembra, Andy?

Fechei meus olhos novamente, tentando vasculhar a minha mente, que parecia estar completamente vazia, mas como mágica, minhas memórias foram voltando. Me lembrei do festival, da tarde de sábado, de ter voltado para a casa do Rye e... Bom, de tudo o que aconteceu em seguia, da discussão, de ter descido as escadas com pressa, de ter saído na rua, e depois disso, eu não lembro de mais nada. Abri os olhos novamente, dessa vez, a imagem estava mais limpa.

— Eu estava na casa do Rye, e depois... Eu não lembro muito bem.

— Filho — minha mãe apertou minha mão levemente. — você sofreu um acidente, mas já está tudo bem, estamos cuidando de você.

Um acidente? Que tipo de acidente?

— Eu quebrei alguma coisa? — perguntei, ainda com a voz fraca.

— Duas costelas e o antebraço direito. — disse Brooklyn, sem mistério. Percebi que minha mãe deu uma cotovelada nele.

— Meu deus. — murmurei.

— Jesus, ele acordou? — ouvi outra voz no fundo. Um garoto se aproximou da cama em seguida, era Jack Duff.

— Felizmente sim. — Brook suspirou aliviado.

— E ai Fowler, como você está? — Jack sorriu.

— Quebrado. — respondi, rindo em seguida, mas logo parei pois senti minhas costas doerem.

— Sra. Fowler, Beth Horan está aqui, perguntou se pode revezar o horário de visita com ela. — disse Jack.

— Claro! — minha mãe me olhou e sorriu. — eu volto depois, filho.

— Beth está aqui? — perguntei. Sentia que estava um pouco tonto, mas era por causa dos remédios.

Minha mãe saiu do quarto, Jack saiu em seguida dizendo que precisava encher o estômago com alguma coisa, mas que voltaria depois. Beth entrou, e agora eu só via meu irmão e ela do meu lado.

— Meu deus, Andy — ela segurou a minha mão e começou a chorar.

— Gente, calma — falei. — eu estou vivo, foi só um acidente.

Cartas para Rye | RandyOnde histórias criam vida. Descubra agora