De volta pra casa

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"Amar alguém  que  não  te  ama,  é  como  esperar um  navio  em  um aeroporto.”

Essa  frase  me  definiu  por algum  tempo,  em  vários sentidos,  em relacionamentos,  em  amizades,  com  minha  família,  mas ela  se  encaixava perfeitamente  com  uma  pessoa  em  especial.

Meu  nome  é  Andy.  Andy  Fowler, pegue  um  café  e  fique  confortável, pois agora vou  contar para  você  como  foi que  me  apaixonei pelo  meu  melhor amigo.

Eu  estava  de  volta  em  Londres.  Foram  longos 365  dias  longe  da  cidade em  que  eu  nasci,  e  cresci, com  meus  pais e  meu  irmão,  Brooklyn.  A  nossa casa  continuava  a  mesma,  em  um  bairro perto  da  estação  central, era um  lugar bom,  tínhamos tudo  por perto,  supermercados,  shoppings,  escola,  e  parques.  A tintura  da  casa  estava  um  pouco  descascada,  mas isso  seria  resolvido  em alguns dias,  meu  pai já  havia  contratado  o  serviço  para uma  reforma  começar assim  que  meu  irmão  e  eu  fossemos para o  colégio.

— Eu não  posso  mais  dividir  o  quarto  com  você  —  Brook estava  parado na  porta  do  nosso  antigo  quarto,  segurando  suas  malas.  —  isso  é  pequeno demais.

Eu  o  entendia,  ele  cresceu,  já  não  era  mais uma  criança  e  precisava  do seu  próprio  espaço,  e  o  quarto  realmente  era  pequeno  para  nós dois.

— Tem um quarto  no  sótão,  não  tem?  Acho  que  você  pode  ficar lá. Ele  franziu  a  testa.

— Ótimo,  farei companhia  aos ratos.

— Cara,  isso  não  vai fazer diferença,  nós  nem  vamos  ficar em  casa,  o  tio Joe  disse  para  a  mamãe  que  terminaram  a  mudança  de  sistema  do  Newbold.

— É um colégio  interno  agora,  não  é?

— Exato. — Talvez  não  seja  tão  ruim.

O  Newbold  High  School é  um  dos colégio  mais  famosos  de  Londres,  e agora,  havia  se  tornado  um  colégio  de  semi internato,  onde  os alunos voltam para a  casa  apenas nos finais de  semana.  Brook e  eu  já  estávamos matriculados  para voltar a  estudar lá,  ele  iria  cursar o  primeiro  ano,  já  que  tem apenas quinze  anos,  e  eu,  dois  anos  mais velho, cursarei o  terceiro  e  último.

— Meninos,  já  arrumaram  o  quarto?  —  minha  mãe  se  aproximou segurando  uma  caixa  de  papelão.

— Brook  não  quer mais dividir  o  quarto  comigo.  —  falei.

— Por que?

— Mãe,  eu  vou  para o  primeiro  ano,  já  sou  um  homem  e  quero  ter  o  meu próprio  quarto.

Segurei o  riso  enquanto  ele  a  encarava  totalmente  sério.

— Ok,  vou  pedir  para  arrumarem  o  quarto  do  sótão.

— Eu falei.  —  ele  me  olhou  e  revirou  os  olhos.

— Tudo bem,  eu  fico  lá  em  cima.

— Vou deixar isso  aqui  —  ela  me  entregou  a  caixa.  —  tem  coisas  de vocês dois ai dentro,  depois separem  e  guardem  por  favor, tenho  que  ajudar o pai de  vocês no  andar  de  baixo.

— Tudo bem mãe.  — dei uma  olhada  rápida  na  caixa,  tinha  alguns livros meus,  e  uns CD’s do  Brook.

— Depois desçam  para  almoçar  —  ela  disse,  indo  em  direção  a  escada. — caso  eu  consiga  fazer o  almoço.

Cartas para Rye | RandyOnde histórias criam vida. Descubra agora