Capitulo 3

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Dezesseis anos a idade dos sonhos é o que vivem me dizendo, mas não para mim em dois anos assumirei o trono e não é isso que eu quero. Não mais.

Por muito tempo assim desejei, desejei assumir o trono, quando eu estivesse no poder poderia buscar, sim retomar as buscas até enfim encontrar os responsáveis pelo sumiço do meu irmão. Ainda não aceito que ele esteja morto.

Havia sido preparada para isso desde que meu irmão renunciou, apesar de o povo não ter aceitado muito bem essa notícia, não me importo com o que dizem. Todos se calariam quando eu provasse do que sou capaz.

Porém de uns dias para cá, eu não almejo mais nada disso, gostaria apenas de ser uma outra garota. Uma que não carregasse tantas responsabilidades e tivesse de seguir à risca tantas regras.

A verdade é que desde o jantar com o inimigo algo em mim mudou. Sinto-me diferente, não sou capaz de odiá-lo pelo contrario passo a acreditar que estou a ama-lo e isso é terrível, não o sentimento e sim o fato de sermos inimigos.

Preciso vê-lo outra vez, se a realidade fosse outra não temeria dizer-lhe que o simples fato de o ver mudou muitas coisas e despertou em mim o amor, coisa que eu julgara impossível de acontecer. Normalmente princesas tendem a se casar para ampliar ou proteger seus territórios. Pensei que passaria a vida sem descobri-lo, mas bastou olhar em seus olhos e tudo se desfez.

O jantar havia sido chato a única coisa que prendia minha atenção foram seus olhos. O que nossos lábios não se moviam para dizer os olhos se comunicavam. Passamos o jantar todo nos encarando, trocamos olhares e quando dei por mim, aquela visita havia chegado ao fim e eu nem lembro exatamente o que era a sobremesa.

-Com licença sua alteza, chegou uma carta. – Ele diz entrando no salão, ao qual meus pensamentos vagavam livres enquanto olhava pela janela.

-Coloque junto as outras. – Digo.

Certamente deveria de ser outra correspondência acusatória.

-Não é uma carta qualquer Fios de ouro.

-Não? – Digo surpreendida por Nick ter olhado o conteúdo.

-É do jovem Alvo para a senhorita.

-Certo. - Digo tentando conter a empolgação. – Então pode me entregar.

-Não. – Ele diz determinado. – Jogarei isto fora.

-O que te fez mudar de ideia? Nunca contrário um pedido meu.

-Com sua licença.

-Me dê Nick. – Disse antes que ele se quer desse mais um passo.

-Por qual razão ele lhe enviaria uma carta?

-Não sei deixe-me ler. – Digo aliviada por ele não ter visto o conteúdo afinal se eu estiver sendo insultada não levarei a sério, mas caso venha ser o contrário gostaria de guardar somente para mim.

-Eu vi sua troca de olhares com ele durante o jantar. Irei queimar isso.

-Não! – Digo um tom mais exagerado que deveria. – Assim nunca saberei o que ele escreveu. – Tento concertar meu erro.

-Prometi ao seu irmão que te protegeria.

-E eu sei que nunca quebrara sua promessa. É só uma carta.

Com relutância ele me entregou.

Abri os olhos e corri os olhos pelo papel. Sabia que não era apenas coisa da minha cabeça sorri, ele tinha o plano e eu os recursos.

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