O nosso quarto dia de aventura começou bem estranho, eu abri os olhos e me deparei com dois olhos bem abertos me encarando [que susto porra, senti minha face queimar, como eu sou bobo].
- Droga Max, o que pensa que está fazendo?
Seus olhos nem piscaram. Ele se levantou ficou sentado ao meu lado. O sol já começava a esquentar.
- Precisamos ir Tom, não sabemos como será nossa travessia pela mata. [ele se fez de surdo, não respondeu minha pergunta, que irritante]
- Você está bem... Digo, você não está com febre?
- Não, eu dormi muito bem... [Claro né seu babaca, eu te esquentei a noite toda]
- Precisamos comer alguma coisa além dessa comida racionada...
- Sim, por isso eu consegui uns cocos maduros, pode comer, eu já comi.Quando olhei em volta, tinha coco aberto em bandas, e outros com agua. Bebi aquela agua que saciou bem minha cede, depois engarrafamos a que sobrou pois iriamos precisar.
Eu o olhava, e ele sempre muito prestativo, eu não o reconhecia, se fosse o Marcos eu até acharia suas ações normais, mas sendo o Max, isso era completamente estranho. Depois que arrumamos tudo ele tomou a frente e entrou pela mata.
- Espere Max, você sabe para onde vamos?
- Me segue nanico [nanico! Eu quase acreditei que ele tinha mudado], precisamos atravessar a ilha, e creio que seja por aqui, vamos tomar o sol como guia, seguiremos no sentido contrario dele, sempre em linha reta.Max caminhou na frente e eu o segui sem fazer objeções. A mata não era tão fechada como eu pensava, contudo depois de um tempo caminhando, ficamos cercados de uma vegetação fechada que não dava para ver o sol direito. O calor aumentou consideravelmente, não sei se tínhamos andado um quilometro ou dois, não conseguia me basear.
- Preciso parar – falei todo ofegante - vamos descansar um pouco Max.
- Sim, eu também preciso de um descanso.Bebemos agua, e então eu me deitei apoiando a cabeça num tronco de arvore. Max olhava em volta, parecia preocupado.
- Tom, precisamos andar mais um pouco.
Nesse ritmo andamos por algumas horas, parando e seguindo. Max sempre a frente, assim eu tinha sempre ele a vista, um estranhamente me perturbava, pois ora ele agia como sempre, metido e petulante, ora ele era legal e gentil. Notei também como seu corpo estava mais másculo, costas largas, bunda bem feita, e pernas fortes, durante minha admiração, não tive como notar quando ele parou e eu esbarrei nele.- Tom, se vamos ter que continuar andando juntos, vamos manter distancia, ok.
- Desculpa Max, você também parou sem avisar... [que saco, ele sempre se achando] Mas por que paramos mesmo?
- Temos que preparar um abrigo para passarmos a noite.A noite na selva, isso não era nada bom.
- Max, e se tiver animais por aqui?
- Não vai dizer que você está com medo?
- Não gosto da ideia de servir de comida para bichos [claro que eu estava tremendo de medo, até parece que eu acreditei que ele não estava] Só falta você dizer que não tem medo.
- Olha, claro que tenho receio [ele disse receio, que esnobe] mas vamos fazer uma cama elevada do chão, e manter uma fogueira com chamas, assim espanta os animais rasteiros. [Desde quando ele era entendido de sobrevivência na selva?]Assim nós fizemos, com estacas verdes e cipós, uma estrutura elevada [eu disse uma?] resistente suficiente para nós dois. Nos alimentamos com a ração, o que me preocupou pois não teria muito para os próximos dias. Ele me avisou para nos deitar logo assim acordaríamos mais cedo.
Deitados, eu com a cabeça virada para o lado dos pés dele.
- Max, e se não encontrarmos o tio...
- Não pense nisso, vamos encontra-los.
- Estou com medo... [eu estava ficando apavorado com tudo aquilo, eu já tinha acampado antes, mas nada comparado com aquilo] – ele pareceu não dá atenção ao que falei - eu queria que o tio estivesse aqui.
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S.O.S Boys : Garotos ao mar [Concluido]
RomanceVenha conhecer esta aventura de descobertas de um garoto que tenta lutar contra seus desejos por seu primo e acaba se envolvendo num triângulo amoroso. Thomas ainda não entende os segredos do coração nem das paixões passageiras, por isso ele se verá...