Illusion

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Harry Styles — 12 anos antes


Fingia estar concentrado em meus livros dentro do armário enquanto sentia pessoas cochichando sobre mim e rindo, Louisa estava consideravelmente longe de mim, mas eu ainda poderia sentir seu perfume masculino favorito impregnado em sua pele, sua amiga estava conversando com ela por trás da porta do armário aberta, e eu podia sentir seus olhares fixo no que eu estava fazendo.

Quando ambas deram as costas para mim e o corredor se tornou um imenso vazio, guardei a faca que ficava em meu armário dentro de minha mochila e dei meia volta para pegar a saída do local e logo o caminho de casa.

Sempre ia com a faca porque meu bairro era perigoso, eu corria risco de vida se ficasse andando para lá e para cá naquele ambiente, ia para a escola apenas para entregar meus trabalhos para o diretor e receber presença nas aulas, em seguida, eu voltava para casa correndo e ia para o mercado, ajudava minha mãe nas compras e logo depois esperava o ônibus com ela, Anne entrava no automóvel e ia em direção ao trabalho, enquanto eu ia para casa e fazia o jantar até Gemma chegar em casa com nosso pai.

Na escola eles me chamavam de maluco, assassino, psicopata e todas as palavras ruins que possa existir. Ninguém sabia a minha verdade, nem mesmo Louisa Tomlinson, que fora minha melhor amiga durante um bom tempo.

Ela era minha amiga, até tentar me beijar. Eu neguei o beijo, neguei porque não gostava de garotas e não sabia como falar aquilo para ela, não queria que se sentisse rejeitada, o que no final, ela acabou se sentindo de qualquer forma.

Minha vida era uma completa confusão, já passei por tantos problemas que se eu numerá-los, ficaria contando o dia inteiro. Tentei nunca me abater por coisas desse tipo, nunca perdi definitivamente as esperanças, minha família não deixava eu me sentir assim.

(...)

— Dias atuais

A primeira coisa que fiz depois que Louisa...

Perdão.

Depois que Louis me beijou, fora sair correndo pelas ruas movimentadas de Los Angeles, como se fosse um homem que tinha medo de contato físico.

Eu era um covarde e todos sabiam disso, sempre fugi das minhas obrigações e dos meus medos, como se não fossem tão meus assim. Minha mãe sempre diz que tenho um espirito infantil, de quem causa o caos, se faz de lerdo, e sai correndo com medo de tudo e de todos.

A verdade é que desde quando vi Louisa na reunião de nossa antiga escola, minhas noites de sono se tornaram um completo inferno, se fechasse os olhos para tentar dormir, acabava pensando nela. Mas se eu conseguisse dormir, meus sonhos eram repletos de Louis envoltos em mim, isso me fazia acordar suado e desesperado, como se tivesse corrido uma maratona, quando na verdade nem levantei da cama.

Minha mãe desconfia que eu fique desse jeito por conta de Nick e do casamento se aproximando, Robin diz que é apenas nervosismo ou ansiedade pelo trabalho. Gemma desconfia que seja por outra coisa que talvez não envolvesse Nick no meio, e sim outra pessoa, outra pessoa que ela se lembra bem.

Ou não.

"Cara? Está tudo bem?" Perguntou Zayn, me tirando dos meus pensamentos de adolescente.

Acordei de meu transe e encarei ele, que bebia sua cerveja enquanto assistia algum jogo inútil de basquete que passava na televisão de sua casa.

"Estou, estou sim. Por quê não estaria, afinal?" Retruquei, nervoso e confuso, divagando entre minhas palavras.

"Não sei, bro. Você só está estranho, olhando para o nada e sussurrando um nome." Disse ele, tomando mais um gole de sua cerveja, acendendo um cigarro e tragando, não olhando nem um segundo para mim.

Feelings and Freedom // L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora