×Ocean×

×3×

— Oliver!— Thea chamou o loiro que estava no batente de seu próprio quarto, ele estava bastante pensativo, Thea sabia que o irmão entrava naquele modo quando algo acontecia, e não culpava ele por estar assim, depois da notícia que receberam essa manhã, não o culparia por nada.

— Sim?— Respondeu fraco com a voz rouca, a menor abraçou o irmão mesmo de costas.

— Sabe... O funeral vai ser a tarde.— Thea fechou os olhos com uma leve lágrima que caiu.— Deus, não sei o que faria se você não tivesse sobrevivido a aquele acidente Oliver... Acho que surtaria.— Thea subiu uma das mãos a cabeça do irmão para acariciar o cabelo do loiro.

— É, mas ele não.— O Queen permaneceu com a cara trancada, Thea o puxou de modo que ele virasse para encarar-la.

— Oliver me escute... O que acha que eu faria se eu te perdesse? Perder o papai já é demais, se você fosse... Eu não sei o que faria.— A menor confessou.

— Mas talvez fosse melhor, ter sido eu, quer dizer ele servia pra alguma coisa, não era um peso.

— Você não é um peso.

— Thea, estou cansado, posso ficar sozinho?— A irmã se afastou assentindo, sabia que teria tudo ficar mais calmo para ter uma conversa sincera com ele, antes de sair, ela abraçou uma última vez antes de sair do quarto dele.

Oliver se sentia sozinho, apesar de saber que haviam pessoas ao redor, que estavam pra ele, mas ele não conseguia se sentir confortado.

As pessoas costumam falar coisas, mas geralmente da boca para fora, a maioria não fala por achar que vai ajudar, só para não ficarem sem algo que devem falar.

Oliver sabia disso, sabia que a maioria só estava ali somente para ajudar, pensando em algo que podem ganhar no futuro.

Aquilo o irritava, ele queria algo verdadeiro, não que fosse falso e baseado em mentiras.

Queria estar sozinho.

Resolveu que não havia outro momento oportuno para fazer aquilo, colocou suas roupas numa mala pequena, e saiu pela porta dos empregados, pegou seu carro na garagem, e saiu pela estrada, pôs uma rádio aleatória, somente para que não pudesse haver um completo silêncio no carro, até mesmo para afastar seus pensamentos.

...

Quando chegou, a casa continuava impecável como se lembrava, contratar pessoal para cuidar dela não era problema, assim como não era nescessário.

Tinham muitas propriedades, mas aquela em particular era a favorita de Oliver, possuía as melhores memórias que já teve em sua vida.

Tirou sua mala, e rapidamente conseguiu entrar, se lembrava da chave escondida atrás do jarro de flor, largou a mala na sala, e se jogou no sofá, não estava com fome, a viagem havia sido longa, mas não o bastante para abrir o apetite do loiro.

"— Oliver o que deu em você? Por que estava metido nessa festa? Ficou louco?— Pode escutar a voz de seu pai gritando consigo, não imaginava o quanto queria pelo menos que os gritos não fosse de sua própria cabeça.

— Já pedi desculpas — Pronunciou o Queen mais novo, quanto mais sentia que as luzes fortes e coloridas vindo dos postes da rua incomodavam cada vez mais, talvez aquela pílula gelatinosa incomodasse mais que divertisse.

— Usando drogas, onde você vai parar garoto? Que tipo de gente você se tornou?"

"Que tipo de gente eu me tornei", refletiu, imaginou o quanto errou com seu pobre pai, com esses pensamentos, simplesmente dormiu.