• I • UM ALFAIATE ABUSADO & DESCARADO

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CAPITULO 1 - PART 2

Music: Believer - Imagine Dragons

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Passou um final de semana desde o "encontro" com o marginal. Assisti Vingadores: Guerra Infinita. Ver todos os meus heróis favoritos morrerem me fez ficar com a maior cara de "que merda é essa?" da minha vida! Hulk tomou um pau só, enrolou o "rabo no bolso" e saiu de campo na maior cara de pau. Todo mundo que gosto no maior drama e morrendo. Que merda estão fazendo com os meus heróis? OK, não está tão longe da história, mas que porra!

Segunda-feira. Acordo, sem querer, antes de o dia nascer. Mas que mer... porcaria! Nada dá certo para mim. Hey, organismo! Agora estou com um carro! Uma droga de um carro. Não tenho motivo para sair tão cedo. Talvez deva aproveitar esse meu ritmo para chegar antes do horário e ganhar umas horas extras... É, parece uma boa ideia. OK, faremos isso então.

Levanto para me arrumar bem naquele ritmo de saudade da minha cama quente. Ligo o rádio e ao som de Sweet Dreams penso no meu dinheiro extra para ter um pouco de ânimo. Abro o guarda-roupa e vejo o gato de Cheshire. Involuntariamente, me recordo do bendito delinquente prensando-me contra a parede. Têm pessoas que são abusadas até mesmo em nossa mente. Invadem assim, de uma vez. É um absurdo. Pego um sobretudo grande e vou ligar o carro, deixando-o esquentar enquanto volto para dentro para me arrumar. O que na verdade não demora muito.

Visto-me rapidamente e volto para o quarto, vendo os embrulhos e caixas de calcinhas que comprei no sex shop. Sim, eu gosto. Vocês também que eu sei. É inconveniente jogar no lixo perto de casa, pois me conhecem. Além do fato de as vizinhas falarem demais. Então, junto todas as caixas e levo comigo para o carro. Qualquer coisa deixo em alguma lixeira por aí no percurso para o trabalho. Saio de casa e, como ainda é cedo, ninguém me vê.

Imagino a cara do lixeiro e isso me faz rir horrores por dentro. Decido comprar o meu café da manhã por aqui na vila mesmo. Pego um pão na chapa, um copo grande de café com leite e assim vou arriscando a vida, comendo e dirigindo ao mesmo tempo. Super emocionante, não? Já estou desperta o suficiente para fazer piadas sem graça, tenho a certeza de que já estou pronta para encarar mais um dia de trabalho.

O sol colore o céu e o mar também carrega uma bonita tonalidade, acompanhando a beleza do céu. Em parte, posso entender os amantes da arte. A diferença é que não paro minha vida para perder horas olhando algo assim. É bonito, mas entediante também. Ao virar e seguir para atravessar a ponte, vejo um grande barco vindo com o seu farol ligado, precisando de iluminação para clarear o caminho. Então, vejo algo que talvez não era para ter visto.

Um homem, ou eu imagino que seja, do outro lado da barra de segurança, na beira. Parece ser um suicida. Não é um problema meu! Mas não posso dizer que consigo evitar o impulso de parar o carro e evitar um suicídio. Lá se vai minha hora extra, penso, lamentando-me.

Conforme o dia clareia e me aproximo, reconheço a pessoa suicida. O cara alfaiate. Estranho. Ele não parece o tipo de pessoa que faria isso. Desde o início, pareceu ser o tipo de cara que tem tudo o que quer. Eu errei em meu julgamento sobre ele? Pego o meu celular para ligar para o socorro se algo der errado.

— Hey, cara — falo sem gritar, mas alto o suficiente para não o assustar. — O que está fazendo aí?

— Estou olhando a vista — diz sem virar seu olhar para mim.

Ele está drogado? Não sei. Ainda não consigo assimilar essa atitude com a convencional dele. Seu olhar está sereno e perdido. Como se na verdade estivesse em qualquer outro lugar. Contudo, não consigo evitar o meu sarcasmo ao revirar os olhos e dizer:

Perfeito Delinquente | DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora