• II • UMA ATRIZ, UM DELINQUENTE & UM NÓRDICO

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CAPÍTULO 2 - PARTE 1

Music: Numb - Linkin Park
( Uma das músicas favoritas da Diana)

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Sério? Estou completamente desacreditada. Que abuso! Mal conheço o cara, me dá trabalho e ainda quer mexer nas minhas coisas? Puxo o ar em busca de calma, paz e principalmente não pirar, mas parece não funcionar muito bem, pois minha seguinte fala é:

— O que você está fazendo com o meu celular, marginal de araque?

— Tirando fotos para o caso de sentir minha falta — diz, piscando para mim. — E colocando o meu contato, aliás... Mandei para uma tal de Nina, que parece que você conversa bastante. Sua melhor amiga, eu imagino. Suponho que ela queira saber quem é o homem que mexe tanto com a sua cabeça e que você não consegue esquecer.

— Está falando de quem? É louco! Aff... Te digo... Você não é tudo isso e nem é tão gostoso assim. Sinto muito por te desiludir. Agora... — Percebo que falei demais e acabo parando a frase pela metade. Fecho os olhos e puxo o ar, sentindo uma profunda raiva da minha própria boca. Quando abro, ele está sentado no chão, sorrindo. Reviro os olhos e caminho até ele, tomando o celular de sua mão. — Tenho um trabalho para ir. Se possível, faça o melhor para se suicidar sem dar pesadelos para ninguém.

Dou as costas para Adrian e entro no carro. Quando já estou passando o cinto pelo corpo, ele se aproxima do veículo. Abaixa-se e apoia os braços na janela, completamente despojado, estampando um sorriso de canto.

— Hey, me dá uma carona? — pergunta na maior cara de pau.

Olho-o com a língua querendo falar um enorme "não", mas a questão é... É bem capaz de que se eu o deixar aqui, o cara se mate mesmo! Desgraçado! Suspiro, cansada, e permito que entre no carro. Logo entra, se senta obedientemente, sem meios termos, e me informa onde quer que eu o deixe.

O lugar é no caminho da empresa, em frente a um point de encontro de motoqueiros. Não posso dizer que não combina com suas características de bad boy. Contudo, agora o clube parece apenas uma enorme garagem com algumas motos e pessoas trabalhando nelas. Paro o carro para que o delinquente possa descer, mas enquanto espero-o sair, Adrian faz o extremo oposto, virando-se para mim. Neste momento, passa a mão no meu queixo e fala em um tom sedutor, baixo e um tanto grave.

— Obrigado. Adorei a vista. — Olho para o volante e sorrio sem mostrar os dentes, divertida e descrente com sua capacidade de não ter vergonha na cara.

Penso em respondê-lo, mas ele sai do carro antes que eu pense em alguma coisa para dizer. Adrian dá apenas alguns passos e se afasta, mas logo para e levanta o dedo indicador, parecendo se lembrar de algo. Dá meia volta e vem em minha direção. Em seguida, abaixa em minha janela novamente e diz:

— Aliás, Diana, adorei o perfume.

— Que perfume? — indago.

Perfume? A única coisa com cheiro que usei hoje é a minha... calcinha. Paro e o olho, cética. Sério? Filho de uma... digníssima mulher! Para não dizer outra coisa. Mas eu, no lugar dela, o deserdaria.

— Esse de morango. Só que parece que não usa perfume. — Seu sorriso sem-vergonha chega aos olhos. — Hum... Legal. É só isso que queria saber mesmo.

Sorrio com sarcasmo e lhe mostro o punho, como se ele fosse uma caixinha de surpresas, com a mão livre, faço uma mímica e giro uma manivela, revelando meu dedo do meio. Maturidade? Eu tenho, mas só faço uso quando bem entendo.

Perfeito Delinquente | DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora