Somos criaturas de hábitos, não podemos viver sem isso
Nós não temos que responder a ninguém- Creatures - Shinedown
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O sangue se espalhava pelo chão enquanto Raviel rastejava para se aproximar dos corpos sem alma de sua família. As gargantas de sua mãe e irmã foram cortadas bem a sua frente enquanto o seguravam e desferiam facadas no abdômen.
Ele tentava ao máximo se aproximar de suas amadas, mas a dor intensa, somada a fraqueza da perda de sangue dificultava sua chegada.
Do lado de fora de sua casa havia uma comemoração. Os homens que os assassinaram, haviam pegado toda a carne de sua casa e estavam fazendo uma espécie de churrasco na fogueira improvisada. Era um ritual, que faziam antes de finalizar o serviço, colocando fogo na residência.
Esses homens sentiam prazer no sofrimento alheio, por essa razão deixaram o jovem agonizando e esperavam que permanecesse vivo até que o fogo subisse as paredes. Todas às vezes, restava um com ferimentos, para que os gritos deste ressoassem junto das chamas.
— Por favor, Deus... me ajude!
A voz de Raviel não passava de um sussurro quando proferiu as palavras e as lágrimas escorriam por seu rosto, limpando por onde passavam. Finalmente, ele conseguiu tocar a pequenina mão de Laisa.
— Ele não está aqui. Mas eu tenho uma proposta.
O dono da voz calma saiu de um dos cantos escuros da casa. Seus olhos vermelhos como rubis se destacavam no rosto claro, a barba era bem feita com alguns fios brancos e seus cabelos eram lisos e castanhos. Tal homem que vestia sobretudo preto portava uma expressão séria.
Ele caminhou lentamente até Raviel e se abaixou ficando bem próximo ao rapaz.— Eu posso te livrar da morte, velhice, lhe dar poder e vingança. Estaria disposto a fazer um acordo para adiar seus momentos finais?
Um sorriso sombrio tomou conta dos lábios ao termino da frase.
O jovem o reconhecia de vista, era um dos homens mais ricos da cidade. Estava relutante em acreditar que aquilo não era apenas um delírio, mas o último benefício do acordo o despertou, tudo o que desejava naquele momento era vingança.— E o que... vai me cus-... custar esse acordo?
As palavras saiam com dificuldade, o sangue chegara a boca e o gosto ferroso quase o impedia de formar as palavras de forma correta.
— Só sua alma.
A resposta veio de forma simples e calma.
— Eu aceito.
A resposta foi rápida. Não importava o que aconteceria com sua alma. Sabia que se completasse o que intentava por vingança, não poderia ir para o mesmo lugar que seus familiares.
— Ótimo. Vamos selar o acordo antes que não reste mais vida no seu corpo.
O vampiro cortou o próprio pulso e aproximou ao lábios do jovem lhe dando uma ordem:
— Beba.
Reunindo as míseras forças que possuía Raviel levou os lábios até o pulso do homem e começou a sugar o líquido vermelho. Inicialmente de forma lenta e receosa, porém o sabor era doce e então ele começou a aumentar a velocidade até que o vampiro retirou o pulso de seu alcance.
— Já é o bastante, eu ainda preciso dele.
Tão logo o ferimento fechou, o homem cobriu seu pulso e sorriu, olhando para o rapaz que começava a se transformar.
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Servo de Sangue
VampireFim de primavera, o vilarejo Green Monsters é o lar de Raviel, um fazendeiro simples de vinte e cinco anos que tinha apenas o anseio de fazer uma boa colheita para garantir a sobrevivência de sua mãe e irmã. Uma noite porém, a fazenda é atacada e su...