Prólogo

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O sol brilhava intensamente no pequeno vilarejo de Green Monsters. Raviel colhia o trigo e o levava até o simples celeiro que havia em sua residência, estava temeroso, pois o inverno se aproximava e a família só conseguiria sobreviver caso vendessem os grãos.

A irmã mais nova, Laisa, como sempre brincava em frente à casa enquanto a mãe, Marie, estendia as roupas no varal. Há apenas oitos meses, seu pai havia encontrado a morte, tal fatalidade fez com que o rapaz de vinte e cinco anos se tornasse responsável por sua família.

...

Mais uma vez os homens de casaco preto, com um odor forte de álcool, entraram na propriedade sem serem convidados. Era a terceira vez que eles apareciam na fazenda com a proposta de comprar o lugar. Entretanto Marie deu a mesma resposta que nas demais vezes.

- Já disse que não quero vender. Além do preço não ser justo, a fazenda não está à venda.

Ela falou com determinação vendo a animosidade estampada na expressão daqueles homens.

- Eles não entendem? Todo dia insistem em vir aqui. O que falaram dessa vez?

Raviel falou se aproximando da mãe e observando os homens partindo. O jovem tinha rosto quadrado, cabelos negros curtos e corpo definido pelo trabalho.

- Não tem importância. Já deixei bem claro que não vou vender. Vá lavar as mãos. O almoço está quase pronto.

A mulher, apesar do rosto cansado, sorriu alegre para o filho após lhe aconselhar o que fazer.

...

Naquele mesmo dia ao anoitecer, a porta foi arrebentada num grande estrondo, interrompendo o silêncio da noite fria. Sete homens adentraram rapidamente na casa e foram direto para os leitos, arrancando os moradores que ainda estavam se situando.

- Eu avisei que meu chefe não gostaria da sua resposta. Então tive que voltar mais uma vez.

Após um breve aceno de cabeça, um dos invasores foi até Raviel e começou a espanca-lo brutalmente. Vários socos eram desferidos repetidas vezes no rosto do jovem, deixando seus olhos inchados e sua boca com cortes.

- POR FAVOR, EU FAÇO QUALQUER COISA, MAS NÃO MACHUQUEM MEU FILHO!

Marie gritou desesperada, não conseguia se conter ao ver o filho apanhar. E dadas às circunstâncias, notando que a situação poderia piorar com Laisa presente, resolveu se render.

- Tá vendo como as pessoas fazem o certo quando é preciso?!

A voz do homem que retirava um papel e uma caneta do bolso estava preenchida por sarcasmo.

- Assine e poderão ir.

Os dois homens que seguravam a mãe, a jogaram no chão. Sem sequer ler o papel, na urgência de livrar seus filhos daquelas presenças, assinou-o rapidamente passando a fazenda para um proprietário de terras que expandia o negócio na cidade.

- Ótimo. Podem se livrar da vadia e suas crias. E sim, eu menti.

O homem, com o papel assinado em mãos saia da casa ao dar o veredito. As suas costas os gritos preencheram o silêncio exterior, mas tal sinfonia atonal, já não o incomodava, pois era bem conhecida por ele.

 As suas costas os gritos preencheram o silêncio exterior, mas tal sinfonia atonal, já não o incomodava, pois era bem conhecida por ele

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↬: Primeiro: Quero agradecer a você que leu e deixo o voto, mesmo com os erros, que novamente volto a pedir desculpas por eles.

↬: Segundo: Se você assim como eu também gosto de uma história de fantasia, não deixe de dar uma olhada em Contos de Feitiço: Chamas do Poder.

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