As bagagens que deixei

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—Que saudades filho!— Sr. e Sra. Kim abraçavam o moreno, bagunçando seus cabelos.

Taehyung sorria, era bom ter o abraço dos pais, o calor deles em volta de si.
—Eu senti muita falta de vocês— admitiu —Conversar pelo celular não é a mesma coisa.
—Claro que não— o homem lhe apertou o ombro, enquanto sua mãe já adentrava a cozinha, mexericando em tudo que havia ali.
—Ah, vocês estão com fome? Eu fiz alguma coisa— apontou para as panelas —A vontade.

Com a sobrancelha levantada, a Kim segurou o riso.
—Desde quando você cozinha?

Taehyung revirou os olhos.
—Jimin me obrigou a aprender— riu fraco —Algo sobre "ou você aprende, ou você vai falir com pizza e morrer de fome depois".

Quando o moreno virou-se de costas para pegar os pratos, os pais tiveram uma discussão silenciosa com o olhar, onde o pai do mesmo teve que ceder, fazendo um "cofcof".
—Então Tae, pode pegar nossas malas?— sorriu para o filho —Enquanto isso eu e sua mãe vamos tentar não nos intoxicar com sua comida.

Taehyung riu, pegando a chave do carro, em direção a saída do prédio.
Pegou o elevador,  acenando para o porteiro que lhe deu um sorriso.
—É bom ver que estão juntos de volta— o homem comentou, o que fez o Kim achar que se referia aos seus pais, porém, ao passar à porta, percebeu que não.

Park Jimin estava de costas para si, respirando fundo diversas vezes antes de tentar entrar, tomando coragem para subir até o apartamento.
Taehyung paralisou ali, observando aquela cena sem sequer piscar, com as mãos levemente trêmulas.
—Aigo!— o Park chutou o ar, frustrado por não ter coragem, xingando o prédio mentalmente.

Até que se virou, para olhar através das portas e tentar novamente, mas prendeu sua atenção ao ser que ali estava parado.
O Park engoliu em seco.
—Seus... seus pais disseram que eu estava aqui?— não olhou para o moreno ao perguntar, fitando o final da rua e afundando as mãos nos bolsos.

O Kim negou, atordoado.
—Eu sinto muito— Jimin tornou a falar, dando um passo para a frente —Não queria que nada disso tivesse acontecido.

A cada frase, o ruivo dava um passo na direção do menino congelado, que tinha os olhos atentos.
—Eu pensei que era o certo, sabe?— fez um pequeno bico nos lábios —Eu sabia que íamos nos machucar, mas achei que passaria, que você ficaria bem, que eu ficaria bem. Mas eu não fiquei.

Nessa momento, Jimin já estava parado em frente ao Kim, segurando a respiração, envolvidos pelo céu escuro.
—Você podia dizer alguma coisa— o Park murmurou para si mesmo —Já estou bastante assustado, entende?

Então, finalmente, Taehyung limpou a garganta.
—Sim, eu sei.— sorriu fraco —Você voltou mesmo? Não é uma miragem?
—Não, Tae— mordeu fracamente a própria bochecha —Não sou uma miragem.

Ficaram em silêncio, observando um ao outro por um tempo, o clima meio chato no ar.
—Eu...— Taehyung balançou as chaves na mão.
—Ah, certo.

Os garotos foram até o carro dos Kim, abrindo o porta malas para pegar as bagagens.
As mãos do moreno tremiam, era visível, tremiam tanto, que deixaram a chave deslizar dos dedos, caindo entre os furinhos do bueiro, ficando presa ali.
—Taehyung você é burro!— Jimin exclamou, se abaixando —Como a gente vai tirar isso agora?
—Aí meu Deus!— se abaixou também —Meus pais vão me matar!
—Se eu não te matar primeiro, vão sim.

Os dedos gordinhos de Jimin tentavam catar a chave, falhando no processo, enquanto o Kim, desesperado, procurava algo ao seu alcance que ajudasse. E então Taehyung achou.
—Jimin, tira o cinto!

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