12° Capítulo

6 2 0
                                    


"Sendo consolada "

Eu tentei. De verdade, tentei manter a distância. Mas infelizmente não deu. Tentei fingir pra mim mesma que não sentia saudades dele, que não me importava com ele, e colocar na minha cabeça que ele nunca me amou.

Hoje faz o segundo mês que Yuol me deixou. E até agora não o procurei nem ele a mim. Não temos nos falado como antes. Na verdade desde aquele dia só o mandei mensagem para ele uma vez perguntando se ele estava bem ou não. E a única resposta que obtive foi.

- Estou bem. -só isso. Nada dele perguntar se eu estava bem ou não.

Apenas curto e grosso, como se de namorada eu tivesse passado para inimiga dele. 

Fiquei muito triste naquele dia, até cheguei ao ponto de chorar por ele não me querer mais.

Limpei as únicas lágrimas que ameaçavam cair e sorri. É assim. Nada vai mudar. Ele não me quer. Ele nunca me amou.

Mas no fundo sei que ele amou. Porque o que ele passou comigo é quase inesquecível. Foram momentos únicos que sem gastar muito dinheiro fomos felizes. Ele sempre ensinando-me com os paços de uma música que eu gostava que ele tocasse quando estávamos juntos. E eu como sempre dizia que não porque os músculos dos meus pés doíam quando o paço era abaixar.

E ele sempre acabava por me acompanhar na única dança que não exigia nenhum esforço para mover o corpo.

É frustrante pensar nisso. Só consigo sofrer com as lembranças. Eu tenho que entender que tudo aquilo faz parte do nosso passado. Ele deixou bem claro que desta vez não teria volta. Mas eu sei que se eu quiser podemos voltar, apenas não quero fazer isso agora porque de certa forma deve ser o certo.

- Até quando irás lamentar pelo vosso fim? Tu tens que entender que ele quis assim, que ele não te quer mais. -disse a minha cúmplice. Só ela sabe nessa casa do meu caso com o Yuol.

- E tu achas que eu não sei disso? -Sorri triste.

- Aparentemente sim. -disse ela reparando no meu rosto. -Vejo em ti algo querendo que até ele e implore ajoelhada para voltarem. -disse vendo o meu estado crítico.

- Até que não seria uma ideia. Mas não. Eu não farei isso.

- Se não queres fazer isso, por que continuas triste?

- Não estou triste, apenas queria que tudo isso fosse mentira.

- Sabes onde ele está agora? -perguntou pegando o celular que estava jogado na cama.

- Sei. E não quero falar sobre isso porque cada vez que lembro dele, mais saudades renascem no meu peito.

- Viste a última foto que ele foi marcado no facebook?

- Não, e nem quero ver.

- Aquela moça é tão linda e magrinha com um corpo curvilíneo.

- Que Moça?

- Que aparece com ele na foto. Queres ver?

- Não.

- Então porquê perguntas?

- Apenas por curiosidade.

- Eu tenho uma ideia.

- espero que não seja de fugir de casa.

Ela olhou-me com uma cara bem divertida e com um sorriso no rosto indicando todo o perigo em seu olhar.

- Eu não vou.

- Certeza? O pai não está em casa. Aposto que a mamãe deve estar muito ocupada com a vizinha.

- Mas...

- Sem mais nada. Hoje é o dia de dançar e aproveitar os boys que estarão cheios na balada.

- Eu não estou afim de ir.

- Eu sei disso. Serás minha segurança, qualquer coisa que acontecer comigo serás a responsável.

- Chantagem?

- Não Maninha, apenas quero que se divirta, ou melhor, que curta a vida de solteira e não ficar lamentando pelos amores perdidos.

Sandra Banze

Me Virando❤Onde histórias criam vida. Descubra agora