16° Capítulo

4 2 0
                                    


Enfrentando o meu progenitor

Implorar por atenção, isso é algo que algum dia eu fiz, talvez até agora eu faça mas não propositadamente. Há dias que simplesmente não conseguimos pensar antes de agirmos, e há dias que por pensarmos demais, acabamos por não termos coragem de enfrentar os que acham que estão sempre certos, mas que no fundo são mais que covardes.

Eu simplesmente cansei. Não quero mais continuar com esse fingimento. Que seja o que Deus decidir por mim.

- O senhor nunca pergunta como eu estou. sabe dar bronca por pequenas coisas. -eu juro que tentei ser rápida. Até cheguei a correr enquanto que a merda da cólica estava acabando comigo.

Era a coisa mais notável para todos que encontravam-me ou cruzavam comigo nas ruas com um aparência do rosto sofrido de dor, perguntando como eu estava e dizendo que estava bem e mesmo assim não acreditarem porque minhas feições mostravam outra coisa. Eu parecia uma velha de não aguentar caminhar, descansando toda hora. É horrível pessoas de fora sabem ler suas feições que pessoas com quem convivemos.

- Com que direito achas que tens de levantar a voz para falar comigo? -talvez eu tenha exaltado a voz sem querer. Mas ele tinha que perceber que sou uma humana mulher e tenho todos direitos dos céus sentir dor. Principalmente cólicas para dignificar o meu sexo feminino.

- Não é questão de direito papai. Simplesmente estou cansada do senhor. -essa é a verdade. Eu respeito meu pai, respeito até demais que hoje não estou me reconhecendo por estar a fazer isso.

- Desde quando vc tem abuso? -indagou ele mais que nervoso. Também não eram todos os dias que coisas assim aconteciam. - Achas que esta é sua casa pra estares discutindo comigo? E vou avisando. Depois da escola não quero te mais de baixo do meu teto. -nem um pouco abalada eu estive depois daquelas palavras. Era algo que já tinha noção porque sempre dizia a mesma coisa.

- E o senhor acha mesmo que vivo nessa casa por querer? Ninguém quer ficar perto do senhor, e podes ficar tranquilo que estou mais que desesperada para sair daqui. -falei como se estando ali com ele fosse um dos meus maiores pecados.

-  Amanhã não quero ver-te neste casa entendesteAchas que completar 18 anos é crescer? Que podes sair por me faltando com respeito? Hoje arrume suas coisas que amanhã irei acompanhar te para casa da tua mãe. -isso não. Eu não farei isso. Ele quer me tirar da escola.

Sem mais delongas foi até ao quarto e recolhi tudo o que era meu, deixando tudo pronto para amanhã. Mas a questão não é essa. Como será minha vida longe dos estudos? O que eu farei se perder esse ano por causa do meu pai sendo que tudo estava indo bem? Eu não posso permitir isso. Não farei isso com minha vida.

Sem mais saber o que fazer, fiquei frustrada dando voltas pelo quarto sem saber o que farei da minha vida. Mas a única certeza que eu tinha naquele momento, era que ninguém ferraria com a minha vida estudantil, por causa de pessoas que se acham com direito de de destruir futuro dos outros sei lá os motivos.

Do nada a voz do James Arthur ecoou pelo quarto tirando meus pensamentos pessimistas.
Peguei o mesmo e atendi sem ver o nome.

- Alô?

- ...

- Alô?

- ...

- Vai a merda idiota, ligaste pra mim pra deixar-me no vácuo? Não tem nada a fazer além de ficar incomodando os outros?

- Eu queria ouvir sua voz pela última vez. Não queria aborrecer te. E tens razão, eu não deveria ter ligado pra ti sendo que tenho muitas coisas pra fazer. -não não não não... -queria dizer um adeus antes de ir embora.

- Yuol? Meu amor... Eu não sabia que eras tu... Desculpa.

- Desculpa a ti por te dar incomodar. Tchau Mica.

- Não espere. Me deixa eu ver-te por favor. mais uma vez, última vez.

- Amanhã não estarei em casa.

- Pode ser hoje e agora?

- Ok.

Sandra Banze

Me Virando❤Onde histórias criam vida. Descubra agora