14° Capítulo

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- O que estamos fazendo aqui? -foi naquele bar onde dei meu primeiro beijo. Nunca imaginei voltar a pisar depois daquele acontecimento que foi muito constrangedor para mim.

- Não gostou?  -perguntou Humberto notando minha expressão longe daquele lugar

- Não é isso. É que... -calei por não querer mencionar naquele assunto que deixava me triste.

- O que foi? -perguntou pegando na minha mão.

- Nada. Podemos ir em outro lugar? -perguntei separando nossas mãos por não sentir me confortável fazer aquilo naquele sítio. Era um lugar sagrado para nós. Yuol e eu.

- O que têm aqui de errado? -indagou ele sem entender a minha reacção.

- Nada, pensei que talvez seria melhor estarmos no outro sítio além desse. -sorri falsa.

- Esse é o melhor bar de Maputo, com música electrónica boa, e com bons serviços. -verdade. Mas isso não tem nada haver com eu não querer estar naquele ambiente.

Até que pensando bem, não tenho o porque de não ficar ali. Afinal de contas ele me largou, não me quis mais. Não tenho o  porquê de ainda estar indecisa em divertir-me com os outros.

- Tens razão. Vamos encher a cara. -sem mais, nem menos. Aposto que isso fará bem para mim.

- Duas bebidas fortes ai. -pediu Humberto à garçonete.

- Não. Eu irei ficar na água. Por favor. -pedi. Não gosto de bebidas alcoólicas.

- Água? Estás com medo de uns copinhos fortes? -perguntou ele debochando.

- Nada disso. E vou avisar, melhor não querer ver o meu lado demoníaco. -eu bêbada só trago confusão.

- Sabias que gosto de desafios? -perguntou me encarando.

Ta, eu tive que desviar o olhar porque por mais que ei não o aceite, de certa forma a sua beleza é radiante. Ele é lindo, e ver aquele olhar fez com que um sentimento de culpa me atingindo sem ter avisado antes.

- Não e nem quero saber. -ele é bom no que faz, com certeza eu perderia de primeira

- Vamos nessa. Se ganhares, ficarás com a minha moto por duas semanas. -jogo sujo, ele sabe que sou apaixonada pela moto dele.

- E se eu for a perder?

- terás que me beijar. -sabia que teria algo em troca.

Com certeza se eu tivesse namorado pularia fora. Mas faz tanto tempo que nem fico com ninguém. E isso não tem ajudado em nada para mim. Melhor entrar no jogo, não estarei a perder.

- Hummm, pensando bem, até que a ideia é muito tentadora.

- Então fechado.

A garçonete, entregou-nos dois copos de bebida oferecendo para cada um de nós.

Olhei para o copo e vi um líquido branco. Com certeza isso iria queimar a minha garganta.

Em um, dois e três, joguei tudo na boca passando e queimado minha garganta mas aguentei.

- Nossa, para bens. -disse ele segurando o copo. - Agora é a minha vez.

Em questão de segundos ele já tinha virado tudo na boca, e para bastar, foi como se ele estivesse a beber água, não demostrou nenhuma cara daquilo ter sido forte.

- Foi doce?

- Muito doce.

- E agora? Como é que ficamos? Nenhum de nós perdeu.

- Essa não valeu. -ele só deve estar de brincadeira.

- Sério?

- Sim. -sorriu pra mim e virou para a garçonete. - Mais um.

- Você está brincando. -aquilo não era verdade. Irei perder.

- É perder ou ganhar. -claro que não cederia fácil.

- Ok.

- Sabe, esse não foi o combinado com sua irmã.

?

- Nós deveria na verdade estarmos em um restaurante neste momento e contendo aquelas delícias.

- Sem problemas.

- Talvez da próxima eu cumpra com a minha palavra. -a garçonete deixou os copos na bancada e ele agradeceu acenando com a cabeça e voltando a sua atenção para mim. - Agora tenho vontade de fazer uma coisa que sempre quis mas nunca fiz antes. -desviei do seu olhar penetrante e olhei para outro lado onde vi uma silhueta mei família. Mas como na cabeça não me veio nada no segundo acabei por voltar a minha atenção por Humberto.

- O quê? -Perguntei inocentemente.

- Isso. -e foi naquele momento que eu o vi. Vi ele me encarando com aquele olhar que só ele tem. Mais não foi a hora de desviar do beijo.

Sandra Banze

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