Cap 8

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                           Cap 8

Despertei meio zonza e com uma dor de cabeça insuportavel. Minha visão estava turva e o local em que eu me encontrava era escuro e húmido. Derrepente lembrei de tudo oque aconteceu, da minha fuga, daquela senhora apanhando do próprio filho para tentar me salvar, de eu correndo floresta a dentro. E o ser com o qual eu me deparei . Lembro-me dele e do golpe que me desferiu me deixando inconscientr.

  Será que ele era real? ou era apenas um maniaco fantasiádo?. Concluo que seria impossivel ser ele, afinal era um creppy, concerteza era algum maniaco que me trouxe para esse lugar.

Esse lugar...

Agora caiu a ficha de que estou presa novamente. Será que esse homem vai fazer o mesmo que Jhon fez? me estupar, torturar? Não, isso novamente não. Me desespero com a ideia de tudo se repetir. Começo a gritar

- SOCOORROOOO - gritava deseperadamente correndo até a grande porta de madeira rústica, começei a dar ponta pés e murros na porta pedindo por socorro, sentei no chão escorando as costas na porta ainda chorando deseperadamente - Porque meu deus? porque isso esta acontecendo comigo? nuca fiz nada errado nessa vida para merecer essas coisas que estão acontecendo comigo... Porque? - essa era a pergunta que eu me fazia. Começei a lembrar de tudo o que me aconteceu ultimamente. Meu pai morreu, meu namorado e minha melhor amiga me trairam, a mulher que eu achava ser minha mãe me humilhando constantemente, e ele, aquele desgraçado que acabou com minha vida, minha pureza, e agora isso, não faço ideia do que ele quer fazer comigo, talvez faça o mesmo que Jhon, me estupre, torture, humilhe... Me questiono, onde estava Deus nisso tudo? Deis da morte do meu pai, sempre rezo e peço pra Deus me proteger e cuidar de mim, mas oque ele tem feito? Me abandonou, se é que ele existe mesmo.

Paro de chorar, me levanto e observo melhor o local em que estou. Um quarto ou um porão eu talvez, com o chão de terra humida, uma janela com grades que nem se eu tivesse uma serra conseguiria abrir, percebia-se que ainda era fim de madrugada. Ao meu redor não ha nada além de um colchão velho mofado e um espelho grande todo rachado e meio sujo, caminhei até o espelho e me olhei. Não reconheci a garota do reflexo, rosto palido e magro com marcas roxas na bochecha esquerda, os olhos azuis esverdeados que antes eram cheios de vida e alegria, estavam agora carregados de ódio e rancor, lábios antes rosados, agora estavam pálidos e com alguns cortes pelos murros que ele me desferia, não havia mais vida alguma ali. Os cabelos antes loiros , lindos e sedosos, agora estão ressecados e com uma cor triste e opaca, olheiras profundas de noites perdidas chorando por tudo oque estava me acontecendo. Vestida com uma calça e uma blusa de moletom cinza, largos que escondiam todo o meu corpo, pois a senhora, mãe  daquele infeliz, havia me dado essa roupa que caberiam duas de mim facilmente. Primeiro tirei a blusa. E observei a imagem orrenda refletida no espelho. Estava muito magra, meus seios roxos cheios de cortes e ematomas, minha barriga se encontrava na mesma situação, tirei as calças e me assustei ainda mais, minhas pernas repletas de feridas e diversos ematomas, virei de costas e com certa dificuldade vi aqueles cortes feitos por aquele chicote com lâminas nas pontas, os cortes iam de minha nuca até o final de minhas costas, minha bunda também com varios ematomas roxos de tanto ele apetar e dar chutes, minhas costelas estavam doendo muito, ao que parecia havia quebrado algunhas com os ponta pés e murros que ele desferia naquela região. Vesti novamente a roupa, caminhei lentamente até aquele colxão velho, me deitei e me encolhi abraçando minhas pernas, fechei os olhos e adormeci.

Acordei com o barulho da porta sendo destrancada. Fechei meus olhos novamente, com todas as forças temendo o que viria a seguir, será que ele iria me estuprar? ou me mataria? Se bem que a morte nesse momento era tudo oque eu desejava. Ouço passos se proximando de mim lentamente, ouço também sua respiração calma e regulada, derrepente sinto meus cabelos sendo puxados, ele me ergue daquele colxão e me puxa forçando-me a caminhar, não consigo ve-lo, pois esta forçando minha cabeça para baixo, só o que consigo ver são suas botas pretas. sinto-me sendo jogada em uma cadeira, estou com minha cabeça ainda abaixada, ele pega minhas mãos e as prende para traz, amarra meus pés, e para em minha frente... Crio coragem e levanto minha cabeça lentamente, é alto, veste uma calça preta e uma blusa de frio também preta, da para perceber que seu corpo é musculoso apesar das roupas compridas, ombros largos, quando chego em seu rosto, não acredito no que meus olhos veem, ele, o ser de ontem a noite, só que agora o via mais de perto e aquilo, não tinha como ser uma simples fantasia, aquela máscara azul, aquela imensidão negra que eram para ser seus olhos, aquilo era tão surreal que arregalei meus olhos instantaneamenente não acreditando que estava realmente o vendo, Eyelles Jack, em minha frente, com uma faca em mãos, olhando em minha direção, eu sei que é estranho dizer que  "esta olhando pra mim", sendo que ele não tem olhos, mais eu tenho certeza de que estava me vendo, me olhando.

  Se aproxima de mim, e coloca a faca em meu rosto e a preciona, fazendo um corte, sinto o sangue quente escorredo pelo meu rosto, olho para ele que tomba a cabeça de lado e me fita. Continuo o encarando sem expressar  nenhuma emoção, não demonstro medo, nem dor, aquilo não era nada comparado a dor interna que eu sentia, os cortes que Jhon fez em mim, as surras. Mais o pior era carregar comigo o nojo de mim mesma. Isso era pior que um simples corte na face, não importava oque ele fizesse comigo. Eu ja etava morta a muito tempo, não existia mais nada que ele pudesse arrancar de min, a não ser minha vida, oque eu não me importaria nem um pouco que ele tirasse, na verdade eu clamava internamente por isso. Mesmo assim continuava o encarando, ele me olhando como uma criança com a cabeça  tombada de lado, como se estivesse confusa com algo. Continuou, apertou a faca no meu rosto e começou a aprofundar o corte, que ia do meu couro cabeludo até meu maxilar, minha blusa a esta altura, etava toda ensanguentada, mais eu não me importava com mais nada. Aquela mania que eu tinha de pensar e acreditar que tudo e todos tem um lado bom, ja se foi a muito tempo, nem eu mesma possuia mais um lado bom.

- Ora, ora - Ele se pronunciou, sua voz era grossa e rouca - Porque você ainda não esta implorando e chorando pela vida, igual a todas as outras vadias? - Questionou sem emoção alguma na voz.

- Talvez seja porque eu não tenho mais vontade alguma de estar viva, nada que você faça vai me fazer sentir mais dor, mais sofrimento ou me faça querer implorar pela vida! - Respondi ríspida, sem demontrar também nenhuma emoção.

- Veremos! - disse por fim e se afastou saindo dali, ouço o barulho de fechadura. Ele havia trancado a porta!

Nada e nem ninguém me fara chorar, sentir dor, ou expressar alguma emoção novamente. Já estou morta por dentro. Agora só quero que ele me mate por completo.

Eyeless Jack-- Amar ainda é possivel?Onde histórias criam vida. Descubra agora