Cinco - Silas

5 1 0
                                        


Eu não acredito!

Isso só pode ser coisa da minha imaginação, porque, qual a probabilidade da garota de olhos verdes e cabelos loiros escuros que estava dançando 'Harmonia do Samba' tão divinamente bem ser minha colega de quarto? Acho que estava pensando tanto nessa garota que ela acabou se materializando aqui, no meu quarto, em Vancouver, no Canadá.

Simplesmente inacreditável!

- Oi! – Ela pareceu também despertar do transe em que se encontrava. Provavelmente lembrou-se de mim.

- Oi! – Respondi balançando a cabeça em negativo para dispensar os pensamentos que estava tendo com ela, nesse quarto, só nós dois. – Chegou hoje? – Perguntei. Claro que ela chegou hoje, até porque eu saí do quarto ao meio-dia.

- É, hum, eu acho que sim, né? A não ser que eu tenha dormido muito e já seja terça de noite. – Ela riu. Essa tem senso de humor, gosto disso.

- Bem, eu acho que já é uma terça, mas ainda de madrugada. – Ri também. Eu não tinha a visto chegar porque estava conhecendo a Universidade. Fui sozinho e só para conhecer mesmo. Nos meus planos só estava estudar e não pegar as estrangeiras. Se bem que não seria nada mau, mas agora, com essa garota que anda tirando meu sono acho difícil pegar qualquer uma aqui. – Qual o seu nome, menina dos olhos verdes? – Ela riu sem graça.

- Manuela Souza. E o seu?

- Silas Sampaio. É... Que coincidência, não?

- Hã, sim, muita. – Ela balançou a cabeça rindo. – Quando eu iria imaginar que te encontraria aqui. – Ri.

- Eu também estou surpreso. Nossa. – Sentei-me na minha cama, ao lado da dela. Oh, produção, dormir durante 30 dias com essa garota ao meu lado não vai ser fácil, não.

Ficamos em um silêncio confortável, olhando um para outro, e pensando que, se existia mesmo essa coisa de destino, ele estaria ao meu favor. Essa menina mexeu comigo de uma forma que nunca achei que fosse possível.

Ela sorriu e depois voltou sua atenção para o livro que estava lendo, mas eu não queria perder a atenção para um livro. Egoísta? Sim. Mas eu queria conversar e conhecer mais sobre ela, porém ela não me deu bola. O que me pegou de surpresa. Afinal, desde quando eu me importo se uma garota me dá bola ou não? Se não me dá atenção, eu pulo para outra que faça isso.

Resolvi tomar banho e me deitar, amanhã gostaria de conhecer um pouco mais da Universidade, já que hoje não deu tempo de olhar tudo. Peguei minha roupa, que já estava no guardarroupa e entrei no banheiro. Estava debaixo do chuveiro, quando pensamentos pecaminosos com Manuela passaram por minha cabeça, me concentrei na velhinha aterrorizante do interior, onde minha vó mora, que não tem os dentes e sempre que vou lá tenta me beijar, para dispensar tais pensamentos.

Quando saí do banheiro ela estava deitada, lendo e com um sorriso no rosto. Eu gosto de ler, mas confesso que prefiro assistir séries. Me deitei, dei boa noite e por meia hora fiquei tentando dormir, mas não conseguia. A insônia sempre me perseguia, mas sabia que naquele momento não era insônia, era ansiedade por querer saber como vai ser passar o mês com a menina dos olhos verdes dormindo ao meu lado. Me recostei na cabeceira da cama e peguei meu notebook que estava na escrivania ao lado. Acessei o netflix e fui assistir Arrow. Percebi que entre uma página e outra, Manuela me olhava e quando eu a olhava de volta, ela voltava rapidamente para suas páginas amareladas de Capitu e Bentinho.

Depois de mais ou menos uma hora, quando fui levantar para pegar água, percebi que ela já estava dormindo e com o livro aberto no peito. Sorri e fui até ela, peguei seu livro, coloquei o marcador e, com cuidado, deixei na sua escrivania, olhei para ela e me perdi. Ela é tão linda. Seus cabelos loiros escuros, seus olhos, que mesmo fechados, eram lindos. Sua boca rosada. Sua respiração calma.

Opa, opa, opa! Porque estou reparando tanto nela assim? Saí do transe, bebi água, fui ao banheiro e me deitei, ainda pensando na garota que estava na cama ao lado.

Abri os olhos, olhei para o teto e, por um momento, esqueci que a menina dos olhos verdes estava no mesmo lugar que eu, até que ouvi o chuveiro sendo aberto, de repente, me deu vontade de tomar banho também. Sorri com pensamento, peguei a roupa que iria vestir, deixei em cima da cama e fui olhar minhas redes sociais e procurar um lugar para conhecer amanhã. Fiquei pensando em chamar a Manuela, porém deixei para decidir na hora em que fosse.

Ela saiu do banheiro batendo os dentes de frio, estava apenas de calça jeans e uma blusa manga longa de malha fina, ela sorriu e tentou dar um bom dia que quase não saiu. Acenei e entrei no banheiro, quando saí já estava pronto para o dia, procurei por ela e a encontrei cheia de roupa e mais corada, já não estava batendo o dente, sorri divertido e ela me questionou com uma olhar e uma inclinada de cabeça, disse que não era nada e ela perguntou se eu ia tomar café da manhã e se poderia me acompanhar.

– Claro que pode! Vamos? – Ela acenou e nós fomos para o refeitório. Nos servimos e sentamos, estávamos comemos em um silêncio desconfortável, quando uma menina loira chegou dando bom dia e abraçando a Manuela, que logo me apresentou a sua colega.

– Alexis, esse é o Silas, meu colega de quarto.

– Prazer em conhecê-lo, Silas. – A menina loira disse, apertando minha mão.

– Igualmente, Alexis. – Acenei com a cabeça.

Ela perguntou se poderia sentar conosco, concordamos e continuamos a comer, dessa vez conversando sobre a Universidade e sobre Vancouver.

Logo que terminamos, eu me despedi e fui andar pela Universidade, eu ainda estava decidindo se iria ao Vancouver Aquarium ou Granville Island. Caso a Manuela aceite ir comigo, irei deixar que ela escolha.

Estava sentado no gramado, na sombra de uma árvore e de frente para um pequeno lago, quando uma menina chegou.

– Olá! – Ela é muito bonita, cabelos negros e um corpo muito bonito, porém sua voz, anasalada e enjoada, acaba com qualquer encanto.

– Oi. – Respondi sem muita animação.

– Você é novo aqui? Nunca te vi por aqui. ­– Sentou ao meu lado e passou a mão pelo meu braço.

– Sim, sou. – Falei educadamente.

– Logo vi. E pelo visto não é daqui. – Chegou mais perto. – Posso saber de onde você é? – Continuou passando as mãos pelo meu braço.

– Sou brasileiro.

– Jura? Sempre quis pegar um brasileiro. Dizem que eles têm muita pegada e são quentes. – Dessa vez ela já estava passando as mãos por minhas costas e se encostando ainda mais em mim.

Apenas acenei concordando. E ela continuou.

– Eu acho que já sei com quem irei tirar a prova. – Essa menina já está me irritando. Sorri sem graça e levantei.

– Preciso ir. Até mais!

– Claro. Mas antes deixa eu me apresentar. Sou a Zoey, prazer – Estendeu-me a mão.

– Silas. Igualmente. – Apertei a sua mão, mas antes que eu pudesse fazer algo, ela me puxou e me deu um beijo no canto da boca. Certamente ficou a marca do seu batom rosa chock.

Saí andando em direção ao meu dormitório e logo que me vi afastado da garota, passei a mão pelo meu rosto, tentando tirar a marca de batom. Não queria, de jeito nenhum, chegar ao quarto e encontrar a Manuela com essa marca de batom bem no canto da boca. 

  ❧ ❧❧❧❧❧ 

Yaaay! 

nesse capítulo claramente conhecemos uma nova personagem MARAVILHOSA, concordam? ahahahahahahaha o que acharam da zoey? quais as primeiras impressões sobre ela? me contem.

se gostarem, não esqueçam de votar (e comentar)

xoxo, bel  

Folhas do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora