XIX

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Claire version 


Ainda estou dorida...

Mesmo assim... não me arrependo de nada...

Deixa-lo morder-me...

Deixar que ele se alimenta-se... de mim...

Da minha essência...

Não sei...

Pode até parece idiota...

Completamente descabido...

Mas foi a forma de união mais bela...

Que eu alguma vez presenciei...

Eu acreditei nele...

Acreditei... deixei-o beber...

Sabendo que ele me poderia matar...

Porque poderia...

Acreditei nele...

Com todas as forças...

Acreditei nele...

E que ele não me magoaria...

É certo...

Ao inicio...

Foi um pouco bruto...

Mas eu compreendo..

A fome era demasiada...

E ele já não devia provar sangue vivo há muito tempo...

Foi quase sôfrego... ao inicio...

Mesmo assim...não me deixou cair...

Não sorveu até ao fim...

Depois de dois goles sôfregos...

Acalmou...

Para sugar suavemente...

Quase... quase... quase...

Como se estivesse a beijar o meu pescoço...

De cada vez que o fazia...

As forças faltaram-me...

Mesmo assim...

Ele não me deixou cair...

E... embalada nos seus braços...

Subimos a escadaria...

Para o seu quarto...

Onde ele me deitou na sua cama...

Me aconchegou...e me fez adormecer...

Tocando uma música no piano...

A música... com o meu nome...


Peter version 


Ela é louca...

Completamente louca...

Entregar-se assim... sem mais nada...

Para mim...

Ela...é... completamente...doida...

Deixar-me beber...

Sem nenhuma restrição...

Deixar-me beber...

E ela...tinha um cheiro tão doce...

O seu sabor...era...era...

Inebriante... tóxico... viciante... vibrante...

Meu...

Admito... foi sôfrego... ao inicio...

Demasiado bruto...

Mas estava sedento...

Não do seu sangue...

Sedento... dela...

De a ter como minha...

De a ter só para mim...

Depois do segundo gole...

Cai em mim... como uma avalanche...

Ela estava a entregar-se a mim...

A dar-se a mim...

A proteger-me...

Sem barreiras... sem defesas... desarmada...

Simplesmente... estava ali...

A alimentar-me... e a proteger-me...

De olhares indiscretos...

Quem olhasse... quem suspeitasse...

Não me veria a alimentar...

Mas sim alguém...que parecia...ou dava a impressão...

De se estar a beijar... longa e pausadamente...

Um beijo que não parecia acabar...

Quando as foras dela falharam...

Trouxe-a para o meu covil...

Cuidei dela... ela... era minha...

Minha... e só minha...

Tinha de cuidar dela... da mesma forma...

Que ela cuidou de mim...

Na nossa forma... o que ela fez... por mim...

É a forma mais bela... e pura...de dizer...

Sem palavras... mas por actos...

Eu amo-te...

Is it love? Peter e ClaireOnde histórias criam vida. Descubra agora