Is it love? Peter e Claire

XIV

Claire version 

Estou furiosa...

Furiosa... mas tão furiosa...

Que se ele me voltar a aparecer...

Juro ... pela Deusa... Juro que lhe mando com um vaso a cabeça...

Pensei que vir para o jardim...

Cuidar das plantas...

Me acalmasse um pouco a raiva...

Mas quanto mais pensava no assunto...

Mais raiva tinha...

A ousadia...

A ousadia daquele vampiro loirinho sacana...

Que raiva...

Ele pensa o que?

Que eu sou como as miúdas que ele engata na universidade?

Que não tenho miolos?

Ele podia ser um vampiro com dezenas de anos...

Podia ter a vantagem dos anos...

Mas eu também não era nenhuma menina de coro...

Já passei o suficiente para ser respeitada...

Respeitada...

Respeitada...

A quem é que eu quero enganar?

Eu nunca serei respeitada...

Não por ele... nem por ninguém...

Eu sou só... só e apenas... um meio...

Para se atingir um fim...

Esse pensamento...

Uma lágrima solitária escorre-me pelo canto do olho...

A raiva... do pensamento...

Um meio... para atingir um fim...

Isso... e apenas isso... e nada mais que isso...

A minha irmã tem sorte... nesse campo...

Mães diferentes... problemas diferentes...

Respiro fundo...oiço passos...

Agarro num vaso de barro pesado... e balanço-o acima da cabeça...

- Drogo, juro que é agora...

Ok... não é o Drogo... é o Peter...

Que me olha com um ar surpreso...

E trás um ramo de flores na mão...

Flores silvestres... as minhas favoritas...

Ele olha para mim... e eu olho para ele...

Com o vaso ainda acima da minha cabeça...

Peter version 

Isto foi uma situação caricata...

Dei-lhe um pouco de espaço...

Para ela se poder acalmar...

E pensei... sinceramente pensei...

Que ao ir para o jardim...

Ela acalmasse...

Porém... ela estava a ameaçar-me com um vaso de barro...

A minha sorte... é que eu não era Drogo...

Ela baixou-o quase que imediatamente...

Corando como um tomate devido a situação...

Devia ser mesmo embaraçoso...

E ainda ficou mais...

Quando lhe entreguei o ramo de flores...

Ela ficou ainda mais vermelha...

Enquanto as cheirava...

Sem demoras... colocou-as num jarro de água na cozinha...

E voltou a cheira-las...

Mesmo com o cabelo apanhado...

Ela é tão bonita...

Com os reflexos loiros e ruivos do cabelo...

Parece uma estatua grega antiga...

A quem tinham concedido o dom da vida...

Ela era tão bonita...

Tão suave...

Tão delicada...

Mas... mesmo assim...

Assentou uma grande marca na cara de Drogo...

Devo começar a ter cuidado...

Com aquele ali...

Ela... possivelmente... não ficará segura...

Eu sei que não devia ser tão possessivo...

Eu sei disso...

Mas pensar na possibilidade de Drogo lhe tocar...

Só a ideia...

Ela é humana... não me posso esquecer disso...

Ela não tem a nossa força...

A nossa beira... ela é indefesa...

A raiva cresce... dentro de mim...

Algo que nunca senti antes...

Um desejo atroz... de a ter... de a proteger... de a fazer minha...

Ela olha para mim... sorrindo...

E eu... idiota... sorrio de volta...

- Vamos passear a cidade?