Amanda

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Ela começava a se perguntar porque raios escutara a mãe e viera à festa. Dava pra sentir todo mundo a encarar e cochichar. Fora os olhares de Dante a Karine da barraca do beijo, aquilo estava deixando-a enjoada. Nem mesmo a maçã do amor, que era uma de suas comidas típicas favoritas, estava conseguindo aumentar o seu humor. Queria mesmo era sair dali e ir direto para a pedra.

-Ei, Mandy! -ela ouviu Antônio gritar enquanto andava apressadamente em sua direção. Essa não, mais pessoas não, ela preferia quando eles ficavam distantes. Esse ano, Antônio era o responsável pelo correio elegante e isso a fez sorrir quando o viu com o arco e flecha nas costas.

-Ahn, oi Tony. -falou acenando com a cabeça.

-Tenho um correio para você. -falou ele confiante enquanto entregava um papelzinho vermelho dobrado ao meio. -Eu juro que não li! -ele concluiu se virando e saindo de sua vista sem ela poder dizer mais nada.

Olhando ao redor, não encontrou ninguém olhando-a. Aquilo só podia ser mais uma brincadeira de mal gosto e, não pôde evitar de deixar as mãos tremerem ao abrir lentamente o papel.

"Se um dia te derrubarem, levante-se e sacode a poeira. Você é capaz de conquistar o mundo!"

Isso só podia ser uma brincadeira.

-A propósito, -uma voz grave falou atrás da árvore onde ela estava escorada, o que a fez assustar um pouco e se virar rapidamente para olhar quem era. -Me chamo Pedro. -ele completou erguendo a mão para que ela a pegasse. Novamente. Era o cara que a derrubara quando estava saindo de casa.

-Foi você? -ela perguntou com os olhos marejados enquanto erguia o papel. Ele acenou a cabeça em concordância. -Obrigada. -agradeceu pegando sua mão. -Me chamo –

-Amanda. -ele respondeu por ela sorrindo.

-Então você já sabe? -perguntou forçando um sorriso. -E gosta de brincar com os acontecimentos. -comentou sorrindo levemente, não era um sorriso sincero, quer dizer, ele parecia uma boa pessoa, mas ela não estava no clima de novos amigos.

-Aceite-o como mais um pedido de desculpa. -ele falou, um sorriso enigmático brincou em seus lábios. E um pequeno silêncio constrangedor tomou conta deles.

-Pedido aceito. -ela disse por fim. -Ham, espero que curta a festa, Pedro. Eu...-gaguejou olhando para sua casa. -Eu tenho que ir. -chega de festa, ela nem estava em clima mesmo.

A intenção era realmente ir para casa, mas Dante chegou à árvore antes que ela pudesse ir.

-Amanda? -ele a chamou com um quê de autoridade que ele não tinha mais. -O que está fazendo com esse cara? -perguntou com aquele tom de petulância que só Dante Abreu tinha.

-Isso não te interessa mais, Dante. -ela disse entre os dentes. A raiva do dia 12 percorrendo por suas veias.

Amor de São JoãoOnde histórias criam vida. Descubra agora