Pedro

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Pedro não queria que Amanda fosse embora, não daquele jeito. Por sua sorte, ou azar, o tal do Dante apareceu, com aquela pose de machão babaca que o próprio Pedro já tivera.

-Vem comigo. -Dante falou pegando a garota pelo pulso. Amanda relutava em ir com ele, como estavam um pouco distantes de todos, ninguém conseguia perceber o que estava acontecendo, mas Pedro desconfiava que isso não iria durar muito.

-Eu não vou a lugar nenhum com você, Dante. -Amanda falou firme. -Me solta. Agora! -ordenou firmando os pés no chão.

-Amanda, vem comigo. -ele insistiu tentando arrastá-la. Até este momento, Pedro ficara de fora, ele estava escorado na árvore com pernas e braços cruzados desde o momento em que Dante chegou. Ele sabia que brigas que não o envolviam, não mereciam sua atenção. Mas daí a forçar uma mulher a fazer algo que ela não queria? Isso já era demais.

-Solta ela cara. – ele falou por fim se aproximando deles.

-E você é que mesmo? -ele perguntou olhando-o de cima a baixo.

-Eu sou o cara que está te mandando deixa-la em paz. -Pedro respondeu sem mover um músculo. Amanda o olhou, agradecida, mas um pouco de medo corria por seu olhar.

-É mesmo? -Dante perguntou soltando o pulso de Amanda. Pedro já passara por isso, milhões de vezes, sabia o que estava por vim e ficou atento a cada movimento de Dante. Ele, em consequência, fechou o punho e se virou para fingir que iria embora. Mas Pedro sabia que ele não iria e, quando Dante se virou de uma só vez para desferir um golpe em seu rosto, Pedro agarrou o punho dele fechado com a mão e apertou aproximando-se dele sem tirar os olhos dele.

-Agora me escuta, essa vai ser a última conversa civilizada que vou ter com você, seu babaca de merda. -a medida que ele apertava o punho de Dante, ele parecia se encolher mais e mais. Algumas pessoas pararam para ver o que estava acontecendo e, a garota que estava com ele na barraca do beijo estava chegando correndo. -Você vai deixa-la em paz. E você nunca mais vai tratar uma mulher desse jeito. E sabe porque? -ele perguntou observando o rosto branquelo de Dante ficar vermelho, talvez de ódio. Que se dane. -Porque você é a merda de um valentão que se acha melhor que todo mundo. Mas que no final das contas, é só um babaca! Encosta o dedo nela de novo, sem ela querer, que eu termino o que você tentou começar. -Pedro falou soltando o punho de Dante com tamanha força que o mesmo saiu tropeçando nos próprios pés para trás até trombar na garota que parecia sua nova namorada.

Ao soltar Dante, Pedro olhou para as pessoas que se aproximaram e, pouco a pouco elas se afastaram, ficando apenas Amanda. Ela parecia paralisada com o que acontecera, porque piscava lentamente e segurava a maçã firme em uma das mãos enquanto a outra segurava o bilhete.

-Se quiser, eu vou embora agora. -ele comentou sabendo que tinha passado dos limites ali. Em uma cidade que ele nem conhecia e por causa de uma garota que ele nem conhecia.

-Tá tudo bem. -Amanda disse por fim. -Pedro? -ela perguntou chamando sua atenção. -Quer ir em um lugar comigo? 

Amor de São JoãoOnde histórias criam vida. Descubra agora