26ºcapitulo

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Músicas:

- I'm a mess - ed sheeran

-Thinking out loud - ed sheeran

- Não se esquecçam da pergunta! por favor!!!

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Esta viagem de táxi está a ser para além do inteminável. Estou simplesmente cansada de ouvir o homem falar sobre a festa de anos do seu filho mais novo que está a decorrer neste preciso momento em sua casa, após ter recebido uma chamada do mesmo. Parece que a estrada por que passei à horas atrás aumentou de tal forma que simplesmente, na minha cabeça, não chega ao fim.

(...)

Paguei ao táxista a quantia que o mesmo me pediu e saí do carro. No passo mais acelerado que arranjei, diriji-me para a porta do meu prédio, em segundos a mesma estava aberta, entrei e fechei a porta mesmo por trás de mim, subi até ao 6º andar de elevador e quando cheguei abri a porta do meu apartamento.

Quando fecho o mesmo instantaneamente lágrimas percorrem toda a minha face, a minha respiração torna-se ofegante e os meus suspiros tornam-se barulhentos e inconstantes. Penso que estava a aguentar todas estas lágrimas por demasiado tempo dentro daquele maldito táxi!

Sinto-me como se estivesse sem chão, sinto como se o meu corpo estivesse a ser apertado por estas quatro paredes que envolviam a minha sala de estar e que na minha cabeça se aproximavam de mim e me esmagavam cada vez mais até chegar ao seu limite. Todo este sentimento resumia-se à dor que eu tinha dentro de mim, que se transformava numa pressão tal que acabava por ficar desamparada e não saber nem como movimentar a minha mão para limpar as lágrimas que, agora, já invadiam toda a minha cara não deixando uma particula, que seja, de pele seca.

Sinto-me escorregar pela parede da minha sala sentando-me por completo no chão prependicular áquela parede branca em que me encontro encostada. Olhei em volta de toda a minha sala e sinto-me sozinha. Na realidade estou mesmo, mas sinto-me sozinha numa maneira categórica, como se não tivesse ninguém para me ajudar neste momento em que caí .

Levanto-me lentamente enquanto afago na palma da minha mão todas as minhas lágrimas que parecem insistir para não pararem de escorrer e sigo para perto do sofá onde pego no meu caderno e sigo para o meu quarto. O mesmo está muito escuro. Passo pelo mesmo sem me preocupar em ligar a luz, apenas acendo o candeeiro de presença perto da minha cama. Pego numa caneta, sento-me na cama,abro o meu caderno e começo a escrever.

(...)

Acordo com o meu caderno em cima de mim. Apenas me lembro de ter escrito textos intermináveis, lembro-me que da ultima vez que vi as horas eram 4 da manhã.. depois disso nada mais me lembro. Olhei-me ao espelho e pela primeira vez tenho pena de mim mesma. Todos os fantasmas do passado tinha regressado à minha vida naquela noite, porém parecia que tinham retornado com ainda mais força! Oiço a porta de minha casa a bater e decido simplesmente ignorar, tal como fazia em criança. porém o som da mão ser conectada com força à porta de madeira continuava a fazer-se sentir.

- Abre a porta (T/N)

Oiço a voz da Sofia através daquela porta. Rápidamente lágrimas se formam na extremidade dos meus olhos, eu precisava dela, do seu abraço, do conforto e da sua tipica frase ,"vai tudo correr bem", que me fazia confiar ainda mais nela e sentir um alivio momentâneo. Abri a porta e logo que vi a sua cara com um sorriso fraco e os seus braços a abrirem para me acolherem, aquelas lágrimas que já ameaçavam cair antes, escorregaram pela minha face numa rapidez avassaladora. Agarrei-me a ela com força e apenas se ouvia os nossos passos até ao sofá e o barulho do meu choro, misturado com os suspiros que saiam da minha boca parecendo que estava com uma falta de ar imensa

TakenOnde histórias criam vida. Descubra agora