Hazel
A viagem de ida para o Canadá tinha durado horas. Solto um longo suspiro por está pisando em terra firme. Durante o vôo, uma aeromoça muito simpática parou ao meu lado com seu carrinho perguntando se eu queria algo. Eu imediatamente tirei o saco de vômito da boca e peço um paraquedas de emergência. Ela sorriu balançando a cabeça e quando viu que era sério, me ofereceu um calmante, por conta da casa. Aceitei de imediato bebendo toda a água contida no copo. Meu pai durante o percurso dormiu com a cabeça encostada na poltrona.
Eu mal comi, apenas belisquei um saco de amendoins que comprei. Minhas mãos agarravam firmemente o braço da poltrona enquanto o avião estava no ar. Eu como sortuda, ou não. Fiquei com o lado da janela, e pude ver todas aquelas nuvens de algodão que davam mais beleza ao céu. Estava a ponto de ter um treco e fiquei muito enjoada, não tomei café por conta disso, o que possibilitou para eu não despejar minha refeição para fora. Meu pai olhava pelo canto do olho para mim nervoso e suas mãos apertavam o braço direito da cadeira com força. Eu sei que ele não queria dá um showzinho na frente daquela gente e que também não queria causar problemas durante o vôo.
Com a sensação dos pés firmes no chão, me senti muito melhor e meu sorriso foi de orelha a orelha por não ter feito uma cena que causaria tumulto e deixaria as pessoas nervosas. O que eu menos queria era assustar os pobres velhinhos que estavam sentados ao nosso lado.
Pegamos nossas malas no meio de tantas e seguimos em linha reta. Meu pai estava muito sério e sua expressão não era umas das melhores. Eu sabia o que ia acontecer quando eu chegasse em casa, sérios problemas que eu prefiro evitar até estarmos a sós. O clima no Canadá estava muito frio e me conforto de que eu escolhi usar meu moletom que era da mamãe. O homem ao meu lado odiava quando eu usava algo de sua antiga mulher, mais enquanto eu não tiver boas razões, não vou tira-los.
Andamos até o lado de fora do aeroporto do Canadá. Estava muito movimentando e uma enorme fileira de carros e táxis estavam cobrindo a calçada. Haveríamos de chamar um táxi para irmos para a pensão que ficaríamos. Até conseguimos uma casa para alugar, conhecendo esse lugar como vi em meus livros de geografia, as coisas custam o "olho da cara". Meu pai conseguiu falar com uma amiga da tia Irina que mora aqui, ela com muita reluta conseguiu uma pensão barata para nois dois. Eu não estava feliz em morar com meu pai em um espaço tão pequeno mais o que eu poderia fazer?
O frio naquele sábado estava aumentando e em breve eu congelaria minhas juntas. Já se passavam das 8 horas da noite e seria muito mais difícil conseguir táxis livres uma hora como essa ao qual aos poucos está se esvaziando o aeroporto.
Me aproximo do meu pai que está olhando para as pessoas com ódio. Não sei o que ele tem com todas as mulheres com cabelos negros e olhos verdes que passam na frente dele. As vezes essa obsessão louca em achar a mamãe me deixa assustada em que ele possa ter visões em minha pessoa e me enforcar igual fez com aquela pobre mulher no beco em Nova York. Esse pensamento me faz tremer da cabeça aos pés e só de imaginar ser espancada pelo meu próprio pai me faz ter vontade de se esconder em um buraco bem fundo e nunca mais sair de lá.
"Eh.. a tia Irina nos deu o endereço da pensão?" Pergunto receosa. Meu pai desvia o olhar das pessoas e olha para mim.
"Você acha que se ela não estivesse dito eu estaria aqui com você?"ele diz seco e levanta a sombrancelha. Aceno com a cabeça e baixo os olhos para meus pés.
Ele caminha para um dos táxis e faz um sinal com a mão. O taxista faz leitura labial e diz que está livre. Com um grande alívio me aproximo do mesmo e ele abre o porta malas para nossas bagagens. Eu estava muito mais que agasalhada para aquele frio no Canadá. Touca, calça jeans preta, uma legue por baixo, luvas, meias, cachecol e até duas blusas e o moletom. O taxista me olha de cima a baixo com uma expressão maliciosa e morde os lábios. Ele devia ter em torno de 25 anos e tinha uma cara de safado que eu odiei só com o primeiro olhar.
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Tattoos / Justin Bieber [Repostada]
FanfictionATENÇÃO: Fanfic de 2018 cheia de erros ortográficos. Capa feita por @Sereiaa_Cacheada Hazel Miller tem todos os motivos para acabar de vez com sua própria vida. Abandonada por sua mãe ao nascer, Hazel foi criada por um pai alcoólatra e violento. Lot...