Capitulo 5

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Não percebi que minha respiração estava acelerada antes, só me dei conta quando meu peito começou a queimar. Eu reduzi meu ritimo e parei para tomar fôlego.

Foi quando me dei por mim. Eu estava em uma clareira. Era um lugar lindo. Diversas espécies de pinheiros e carvalhos me circundavam, de dia deveriam formar uma linda mistura de cores. No centro da clareira havia um pequeno lago de uma água tão cristalina que ao me aproximar pude ver as pequenas pedras do fundo e diversas espécies de peixinhos, mesmo na escuridão. A lua estava a pino, enchendo o lugar de um luz prateada. Caminhei devagar por toda a extensão da campina, assombrada, através da relva macia, e agitando as pequenas flores silvestres.

De repente ouvi o som de um graveto se quebrado. Meu corpo se retesou. Eu me agachei, como um felino, em posições de ataque, tentando me concentrar o máximo possível nos sons ao me redor. Nada. Eu funguei o ar profundamente, um cheiro de Mandarina e bergamota invadiu meus pulmões. Eu reconheceria esse cheiro em qualquer lugar.

Ele saiu das sombra e passou a atravessar a campina e vir até mim. A lua iluminava seu rosto, tomado por um sorriso irônico, e todo o seu peitoral nu, dando-lhe um tom prateado na pele. Ele se parecia mais com um de nós assim.

Eu relaxei meu corpo e voltei a ficar ereta quando ele parou a alguns metros de distância e abriu os braços me convidando pra um abraços. Corri até ele, atravessando a distância entre nós em menos de segundos, e enlacei meus braços em seu pescoço, afundando o rosto em seu peito e sentido seu cheiro. Jacob passo seus braços em minha cintura e me aconchegou para mais perto dele.

As emoções que eu senti a pouco agora me invadiam e jorravam sobre mim como uma cascata. Eu me tornei uma cascata. Sem ao menos me dar conta eu estava chorando e soluçando nos braços de Jake e ele apenas encostou o queixo em minha cabeça e sussurrou:

- shhhhh... tudo vai ficar bem.

Chorei até as lágrimas secarem, até sentir que já não consegui mais ficar em pé e que Jacob sustentava todo o meu peso. Então passei a respirar lentamente para tentar me livra dos tremores e dos soluços.

Quando minha respiração já estava controlada e eu já não tremia tanto quanto antes, ele pegou minha mão e me levou até um dos carvalhos próximos , sentou e se descansou as costas no tronco. Eu sentei na sua frente e me recostei em suas colo, peguei a mão dele e passei a brincar com seus dedos enquanto ele acariciava meu cabelo.

Ninguém falou nada por um longo tempo. Jake sabia que perguntar ou falar sobre oque aconteceu não ajudaria muito e que eu falaria quando estivesse pronta. Por fim decidi romper o silêncio :

- Como me encontrou?

Ele sorriu e tocou a ponta do meu nariz.

- você não é a única com um faro ótimo para caçadas, além disso, te conheço o muito bem.

Isso me fez sorrir. Jacob me protege e cuidado de mim desde que consigo me lembrar, ele estava presente sempre para me amparar ou me fazer rir quando precisava, ou para me levar para longe de qualquer perigo, ou para longe dos Volturi. Meu sorriso se transformou em uma careta quando lhe perguntei:

- Como sabia que eu havia fugido de casa?

- seu país me ligaram. Sua mãe estava desesperada com medo de que você se perdesse ou se machucasse. Até parece que uma sanguessugasinha comportada e nada teimosa como você se meteria em alguma confusão- ele riu da própria piada

Me virei e mostrei minha língua para ele, ele riu ainda mais alto do gesto infantil. O sorriso de Jacob era contagioso e logo um sorriso iluminou o meu rosto também.

- aí está o sorriso lindo que eu precisava ver hoje!

Eu levantei de seu colo e girei para olhá-lo. Como sempre um sorriso lindo de orelha a orelha estava estampado em seu rosto deixando a mostra duas covinhas, seus olha me avaliavam, mostravam preocupação e algo a mais que eu não sabia identificar, mas sabia que era bom, por que isso me fazia muito bem.

- o que aconteceu, Nessie ? Por que você saiu de casa?

De repente a relva, o chão e minha calça se tornaram mais interessantes do que ele. Eu não consegui encara-lo, então passei e a encarrar o chão e a alisar minha calça enquanto falava.

- Eu Não sei muito bem. Acho que por que pensei que meus pais não confiavam mais em mim ou por que me trataram como uma criança indefesa, ou simplesmente por medo. Eu não sei, Jake. Só precisava sair de lá e respirar um pouco de ar fresco.

- medo? Medo de que, Nes? – perguntou levanto meu queixo para que eu o olhasse nos olhos.

Ele estava nitidamente confuso e preocupado. Seus olhos varriam meu corpo em busca de algum sinal de ferimentos ou ... mordidas. Ele acha que alguém tentou me atacar. Eu ri mentalmente. Eu sabia que ele não pensava que minha família havia feito isso, mas Jacob era suficientemente desconfiado de vampiros para achar que algum outro havia me atacado.

- Não se preocupe ninguém me atacou. – eu ri quando vi o alívio em seu rosto

Eu me aproximei dele, ficando entres suas pernas que estavam esparramadas ao meu redor, e tirei o cabelo de sua testa , ele havia os deixado crescer nos últimos meses e agora praticamente caiam em seus olhos. Nossos olhos se cruzaram e aquele sentimento que não sabia identificar estavam brilhando de novo e eu me senti envolvida e protegida no castanho dos olhos dele.

- então o que foi que aconteceu ?

Eu baixei o olhar e segurei sua mão. Eu conhecia Jake tão bem quanto ele me conhecia e sabia que a notícia o deixaria tão feliz quanto me deixou.

- os Volturi virão pra Forks, chagarão no início do outono

A auroraOnde histórias criam vida. Descubra agora