Sobrancelhas arqueadas. Queixo definido. Lábios carnudos na medida certa para serem lindos.
Seu cabelo claro está mais curto do que na última vez que o vi, e o faz parecer mais maduro. E mais alto, se é que é possível.
Sempre fui menor que ele. Um e sessenta e sete meu contra um e noventa e dois dele. E pela largura dos ombros, ele está malhando desde a faculdade.
O sangue sobe para as minhas bochechas e quero me dar um tapa por essa reação.
Confie nele para parecer mais atraente que nunca. Imbecil.
- Oi - ele diz como se eu não tivesse passado os últimos três anos sonhando em socar a linda cara de canalha dele.
- Oi Alex.
Ele me olha, e como de costume, sinto o calor dele.
- Você está linda.
- Você também.
- Seu cabelo está mais curto.
- O seu também.
Ele dá um passo para frente. E eu um para trás. Odeio como ele me olha. Aprovando as minhas reações. E tudo dentro de mim parece gostar da aprovação dele.- Faz muito tempo.
- Jura? Nem notei - estou tentando parecer entediada. Não quero que saiba o que está fazendo comigo por dentro. Ele não merece isso. Nem eu.
- Como você está? - ele pergunta.
- Ótima, até uns 5 minutos atrás - Seu olhar permanece em mim. E eu desejo estar em outro lugar. Porque agora ele parece com o que costumava parecer, e dói lembrar.
- E você? - pergunto, por educação - Como está?
- É, bem - Há algo no seu tom de voz. Está querendo me deixar curiosa.- Uau, que ótimo Alexandre - respondo, controlando a animação para apenas irritá-lo - Bom saber.
Ele encara o chão e passa a mão pelo cabelo. Fica tenso.
- É isso então. Três anos e é tudo o que você tem a me dizer. É claro.
Meu estômago quer sair pela boca.
NÃO, NÃO É!- É, é isso - confirmo com a voz leve, e passo por ele. Abro a porta e desço as escadas batendo os pés, ignorando o comichão na pele onde nos tocamos. Há um " merda " abafado antes de eu escutá-lo correr atrás de mim. Tento ir mais rápido, mas ele me puxa pelo braço antes de chegarmos lá em baixo.
- Clari, espere.
Eu acabo virando contra minha vontade, e espero que ele pressione o corpo contra mim. Para me destruir, como já fez antes.
Mas ele não se move.Apenas fica parado, me olhando. Fico claustrofóbica, mas não vou demonstrar.
Sem fraquezas.
Aprendi com ele.
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VOCÊ PRECISA VOLTAR
RomanceClarisse Beyt é uma garota tímida e insegura. " Se existisse um lugar chamado insegulândia, eu com toda certeza seria a prefeita ou algo assim", pensa, enquanto caminha para o seu primeiro dia de volta no trabalho. Ela está prestes a realizar o gran...