Beauty and The Beast || [ShowKi]

Capitulo 3 - Metamorfose

Seu corpo parecia se fortalecer a cada vez que provava da presa morta à sua frente, muito diferente de como se sentia a minutos atrás.

Son ergueu seu corpo sujo do chão, passou as costas da mão em sua boca enxugando o líquido que escorria. Viu o sangue e num segundo, ejetou tudo o que havia posto para dentro. A fome lhe cegara, mas ele sabia que ele podia fazer bem mais do que apenas cegar.

Poderia mata-lo.

Seu estomago protestou, protestou dolorosamente. Ele precisava de algo, mas o que um deficiente visual poderia caçar para comer?

Son deitou-se novamente no chão, precisava descansar, sentia-se exausto, tamanho esforço fizera para alimentar-se para ser em vão. Debateu-se, agitou-se e se aquietou no instante em que a febre o tomou.
Seu corpo tomou forma, ganhou massa e, conforme a noite caia, suas presas cresciam. Sua metamorfose começara.

Não sentia dor, não sentia medo, não sentia nada. O lugar era dominado pela besta, não era um lobisomem ou algo parecido, era algo letal capaz de distruir tudo o que via pela frente, ou melhor, não via. Era como se fosse um enorme tratar desgovernado num local de mata… até que este, encontrasse um pequeno vilarejo. Escondeu-se entre as árvores decidido a atacar logo pela manhã, ficaria de vigia por hora. Até acabar caindo no sono.

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Son abriu seus olhos, ainda estavam embaçados mas nada comparado à antes, ele apenas teria que desperta-se da resma do sono. Reparou que estava deitado, sentia-se limpo, e seus ferimentos não doiam mais. Observou também que o lugar é escuro e, abafado. Senta-se abruptamente assustando aos demais presentes que ele ao menos havia notado. Agora já desperto, Hyunwoo repara no enorme comodo em que fora colocado, há esquilos, camundongos, guaxinim, cachorros, lemori, uma vela que se mexe, um cabideiro que anda, e se havia mais, o moreno já estava assustado suficientemente para descobrir.

— Quem fala? — o cachorro escuro murmura no chão. O peludo branco ao lado suspira para tomar a frente, e sobe na cama estando ao lado de suas pernas. 

— Primeiramente — é uma cachorra, Hyunwoo conclui — não faça escandalo ou saia gritando. Segundo, sim você consegue se comunicar conosco, terceiro, nós te salvamos da morte. Nos agradeça mantendo a descrição e sendo gentil.

— Ailee! — um dos presentes à repreende, Hyunwoo percebe a cadelinha revirar os olhos e suspirar.

— Você estava perto do vilarejo Hope quando Hoseok te achou, literalmente mais morto do que vivo. Te trouxemos pra cá e cuidamos de você. — são informações demais para um ser confuso que acabara de acordar. — Como você se chama, benzinho? — a baixinha usa um tom mais fofo para dialogar com o moreno. Ele se recorda razoavelmente de tudo

— Son Hyunwoo

— Uou, a voz dele é bonita — uma esquilo pula na cama, ficando ao lado oposto de Ailee.

Hyunwoo olha pro próprio corpo reparando suas vestes limpas, seus ferimentos quase completamente curados.

— Quanto tempo?

— Desde o ano passado. — Ailee responde com simplicidade sem sinais de brincadeira. Son engole seco — Seus ferimentos estavam abertos, então seu coma ajudou um pouco.

— Co-coma?!

— Como eu disse, você estava mais morto do que vivo, foi preciso milagres para te salvar da morte.

— Você deve estar querendo andar um pouco — a esquilinha toca no assunto, Hyunwoo nem se lembra mais como é andar, seu corpo range.

— Eu posso ajudar — o cabideiro sorridente se oferece, Son observa a madeira esticar as pernas curtas para andar até a cama e se prontificar ao seu lado.

— Você me ajudar? — o moreno dúvida olhando a madeira que inocentemente afirma com um sorriso

— Olha aqui, besta… — Ailee provavelmente é a mais envocada de todos e a mais bonitinha também, pensa Son

— Ailee, acalme-se — o outro dog pede no mesmo lugar que antes

— Carambolas nenhuma! — exalta-se atraindo a atenção do moreno — Todos aqui estamos na mesma situação que você, cada um aqui sofreu para se adaptar e não vai ser um menininho rico e metido a besta que vai nos substimar. Se não crê em nós, faça você mesmo sozinho. — a cadelinha envocada se levanta e pula da cama, batucando suas patinhas no chão amadeirado até a saída, e mais outros dois cães a seguem, olhando torto para o moreno antes de se virarem e um acabar esbarrando no outro, antes de saírem. Hyunwoo acha graça da cena mas não se atrave a rir.

— Olha cara, a Ailee é uma boa pessoa, é ela quem cuida de todos nós, você não vai querer a inimizade dela. — Hyunwoo sem dúvidas não queria aquilo. Mas não teve tempo para pensar, talvez em outra ocasião...

Como o combinado, o cabideiro o ajuda a levantar-se com dificuldades, Hyunwoo primeiro tinha que aprender a equilibrar o peso do próprio corpo sobre as pernas, pois elas estavam fracas devido ao tempo sem uso. Son ainda sentia que poderia cair a qualquer momento, mesmo que o cabideiro o guiasse. Arrastando um pé de cada vez, ambos conseguiram chegar ao primeiro destino: sacada do quarto. Ambos compreendiam que o moreno ainda não estava apto para subir e descer escadas, aliás, teriam bastante tempo pra isso.

Hyunwoo admirou-se com a bela vista que tinha o quarto, havia um enorme campo verde, com uma pequena plantação de rosais enfeitando o espaço que seria possivelmente para chás ou café.

— A quem esse castelo pertence? — o moreno questiona transbordando de curiosidade

— Ele pertencia à Kim ChongAh, em 1430, ela trabalhava num convento que veio à falir, então, com o pouco que tinha, reuniu pessoas desabrigadas aqui. Não muito tempo depois, o exército soube desse lugar e o bombardeou. — o jovem explica, Hyunwoo se arrepia com a imaginação do ocorrido — Com a destruição, ele serviu de abrigo para alguns muitos sem tetos, que claramente foram expulsos. O ex prefeito já morou aqui por ser escondido da cidade, por fim, com a guerra chegando, ele teve que sair pois não tinha segurança na residência. Condenaram o castelo anos depois. Eu, Mingyu e Dk, conseguimos nos manter seguros aqui quando a praga chegou, e durante o periodo, tentamos concertar um pouco do local. Achamos Ailee, Dasom, e Bora debaixo de escombros da antiga moradia delas, comida pela praga. — Hyunwoo lembre-se de Ailee dizendo algo sobrem estarem na mesma situação que ele

— O que ela quis dizer com vocês sofreram para se adaptarem? — questiona desviando os olhos da vista, para a madeira ao seu lado. Era estranho de se ver, tinha olhos negros, e uma boca. O rapaz ri

— Não nascemos assim, Hyunwoo. Já fomos seres humanos normais fisicamente. Mas durante a praga… Novamente o governador ficou sabendo da existência desse lugar por um antigo morador daqui. Ele mandou os soldados para nos tirar, mas como estávamos em grande quantidade, nós os tiramos daqui. Na madrugada, uma jovem bonita nos fez uma visita, nos fez uma boa proposta de nos dar um abrigo decente, dinheiro e uma vida melhor. Ailee negou pois ela não tinha nada por escrito, a mulher não fez nada além de sorrir e nos desejar uma boa noite. Acordamos no dia seguinte assim. — Hyunwoo sentia-se confuso demais com a explicação, ele sabia de algo parecido aquilo, sentia que sabia, mas o que era?

— Feitiço?

— Sem a menor sombra de dúvidas. Faz tempo que o governador mexesse com essas coisas, mas houve um tempo em que ficamos em paz com essas pessoas, antes de tudo isso acontecer. — o garoto para pra refletir algo fora do conhecimento de Hyunwoo e logo desperta abrindo outro sorriso. — É melhor entrarmos, daqui a pouco esta na hora de seu banho e não queremos Amy Lee brava. — Hyunwoo não questiona, apenas obedece, afinal, o amadeirado estava sendo tão gentil consigo.

Haviam perguntas, muitas perguntas, mas Hyunwoo as deixaria para uma outra conversa com o... Ele havia esquecido de perguntar o nome do jovem rapaz, que já se aproximara da porta logo que ajeitou o moreno na cama.

— Hey — chamou-lhe, este lançou-lhe outro sorriso olhando-o — Como se chama?

— Hoseok, Jung Hoseok. Mas pode me chamar de J-Hope. — sorriu largo novamente e, após Hyunwoo aquiecer, o outro se retira. Mas o moreno jamais imaginaria o quanto um simples cabideiro poderia lhe ser tão fiel.