Shikamaru, Kakashi e Sasuke estavam grudados na tela da televisão onde passava o cotidiano dos primos Hyūga. Nada de anormal acontecia lá. Era sempre a mesma rotina. Casa, escola, escola, casa. Quando eles não estavam em casa, o Uchiha estava com eles na escola e no caminho para casa. Shikamaru tinha alertado a S que era desperdício de tempo continuar investigá-los, ainda mais porque era invasão de privacidade.
– Nós podíamos gastar esse tempo procurando o verdadeiro Kira e não assistindo adolescentes mexendo no celular. Enquanto isso, Kira mata aos montes. – O Nara coçou a testa já não entendendo onde Sasuke queria chegar.
– Eu tenho duas regras. A primeira é que eu nunca erro. A segunda é que se eu errar, volte à primeira regra. – Sorriu. – Neji ainda é um suspeito. – Desligou a TV. – Todavia... – Pegou os relatórios da polícia sobre as mortes de parada cardíaca. – Shikamaru, você disse uma coisa que despertou minha mente. – Separou alguns papéis e grampeou no quadro da investigação. – Desde o princípio, Kira mata criminosos de qualquer classe social e cargo, sem discriminação. – Fitou os colegas do trio e eles concordaram. – Mas faz cerca de três dias que seus atos mudaram. Ele está matando o dobro do que matava antes, matando políticos que nunca foram suspeitos de envolvimento com corrupção, nem citados nas delações premiadas. Só depois das mortes é descoberto os crimes. E há algo em comum com esses homens e mulheres. Todos estão incluídos no esquema de golpe contra o ex-presidente Minato, ou seja, Kira está além da polícia. Ele sabe os mais profundos esquemas dos políticos.
– Tem uma informação que não está batendo. O fato de Kira sempre seguir um padrão de assassinatos e agora incrementar outro. É como se... – Kakashi disse.
– Se houvesse... – Shikamaru disse.
– Um segundo Kira. - S finalizou.
– Que problemático, se um já nos estressa, imagine dois. – O ajudante de detetive desabou na cadeira.
– Vou ter que me arriscar ainda mais se quero concluir esse caso. – Sasuke mordeu seu dedo tentando conter a falta de glicose que sentia.
– Mas S, você já está se arriscando demais. – Kakashi pegou um café transbordando em açúcar para o outro detetive. – Devia sair um pouco daqui e refrescar a cabeça, sair com pessoas da sua idade.
– Conheço a estupidez humana e não quero me contagiar. Já basta ter que ir para escola e conviver com adolescentes ignorantes sem noção de mundo.
[...]
Hinata saiu de casa sendo seguida pela Shinigami. A garota tinha chantageado Kaguya. Se ela não falasse e apontasse o que estava de errado iria ficar sem maçãs pelo resto de sua medíocre vida. A Ōtsutsuki obedeceu a menor e disse o que tinha acontecido. Hinata estava com ódio daquele moreno que a enganou. Só tinha chegado perto dela para descobrir sobre Kira. Com isso, Hinata não fez nada de mais em seu quarto. A azulada passou por uma mercearia e comprou as tão valorizadas maçãs – conhecidas como moeda de troca. Ela estava abrandecida, desde da madrugada que marcou para o Uchiha morrer, ele não tinha ido à escola. Pensou que seu plano tinha funcionado. Virou a esquina e entrou numa rua não movimentada da cidade. Entregou o saco de frutas para a deusa da morte e se sentou num banco.
– Kaguya, agora que eu fiz a parte do trato, diga-me como outro Death Note foi parar aqui.
– Existe muitos outros Shinigamis. Como eu sou a deusa mais poderosa de lá, não querendo me gabar, a deusa suprema do mundo dos shinigamis, todos devem ter ficado sabendo da minha vinda à Terra. E alguém deve ter se interessado em saber como é aqui. Se bem que eu presumo quem seja.
– Quem?
– Você não conhece. – Revirou os olhos. – Ele se chama Toneri.
– Hm...
– Está falando com quem? – Uma mão quente fez carinho na cabeça de Hinata. Ela conhecia bem aquela voz.
– Aaaaaaaah! – Correu para trás da árvore, assustada.
Ele não estava morto?
– O q-que está f-fazendo aqui?
– Vamos dizer que me colocaram para fora de casa momentaneamente. Então resolvi vir dar uma volta. – Deu de ombros.
A Hyūga abaixou o olhar. Foi ao banco e pegou sua bolsa. A abriu e de lá tirou o cachecol do moreno.
– Toma isso. – Falou com antipatia, entregando o objeto.
– Ã? – Sasuke disse sem entender.
– Nunca mais olhe na minha cara. – Rosnou vermelha de raiva.
– O que eu fiz? – Indagou indignado, cruzou os braços.
Hinata tirou três câmeras e duas escutas da bolsa e atirou nele.
– Isso estava no meu quarto. E só você entrou lá nesses dias. Tarado! – Ela estava ciente que era outro motivo, mas não deixou de se preocupar caso não soubesse que tinha câmeras, poderia mostrar o que não queria.
Sasuke corou. Ele era um pervertido, mas nem foi por isso que instalou os equipamentos. Bem que se tratando de Hyūga Hinata, se passava muitas coisas na cabeça dele. Sabia que debaixo de todos aqueles panos tinha um corpo escultural.
– Não é o que você está pensando. – Pôs as mãos na face arredondada e fofinha.
Os semblantes sérios de ambos estavam muito perto. Perto demais. Sasuke era muito inteligente, porém não entendia os sentimentos femininos. Conviveu muito pouco com sua mãe e o resto da vida passou sozinho ou cercado de homens. Ele aproximou seu rosto do dela, Hinata dava passos para trás. Encostou as costas no tronco da árvore. O Uchiha desceu a mão da bochecha para a nuca e a outra segurou firme e possessivamente na cintura. A Killer não tinha forças para fugir, mesmo se quisesse, o que não era o caso. O toque raso de lábios ia intensificando-se assim que Hinata o puxou pela gola pra mais perto, tentando acabar com uma distância que não existia. Eram como imãs que se atraem pelo o completo oposto. Com falta de ar, separaram-se. Sasuke sorriu de canto.
– Hinata-chan, eu sou o S.
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Death Note
FanfictionEla era uma garota - aparentemente - calma, dócil e tímida. Aquele tipo de garota perfeita. Vinha de um clã rico e que era caracterizado por ser os mais famosos detetives. Só estavam atrás de uma única pessoa, S. Em mais um dia de escola, Hinata pe...