Amor e ódio

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Naruto estava ao lado de Sakura, que escrevia no Death Note que anteriormente era de Hinata. Os dois estavam calados, inexpressivos. Tudo tinha dado errado. Naruto tinha se exposto atoa. Mas se ele não tentasse, talvez não tivesse outra chance de conseguir o nome de S. Mas acima de tudo, foi a melhor escolha ter passado o Death Note para a Haruno, se ainda tivesse com a Hyūga eles já estariam na cadeia. Hinata é do tipo que não sabe mentir bem e fica nervosa facilmente quando é pressionada e exposta a saias justas.

– Naruto, deixe que eu faça o contrato. É a única alternativa. – Sakura disse sem tirar os olhos de sua escrita.

– Nunca. Nem eu, nem você e nem Hinata vamos fazer esse contrato. – Engoliu a seco. Ele sabia que ela estava certa que era uma boa saída, mas ainda havia alternativas. Mesmo que ele não soubesse quais seriam.

– Mas Naruto, olhe para a situação! Você e Hinata fizeram o Kira ser tão idolatrado e aceito em vários países. O crime diminuiu drasticamente, vocês não podem ser pegos. E eu não tenho nada haver com isso, então deixe eu me sacrificar.

– Eu já disse que não. Você é muito importante para mim. – Naruto sorriu, fez carinho nos fios rosados. – Hinata vai ter que continuar o nosso trabalho sozinha. – Suspirou.

– Como vamos entregar o Death Note a ela? – A rosada fechou o caderno e o fitou.

Ela o guardou nas suas costas e pôs um casaco por cima. Naruto colou o seu caderno da morte dentro de uma bolsa.

– Na hora certa, Toneri vai entregá-la. Não é, branquelo?

– Sim, qualquer chance de ver Hyūga-hime já é um passo para o nosso casamento. – falou sonhador.

Enquanto isso, Kaguya assistia a cena da fuga de Naruto e Sakura. Ela sabia desde o início que Hinata estava se apaixonando por Sasuke, não era muito difícil de perceber quando se estava vinte e quatro horas com a azulada.

– O amor e o ódio são dois lados da mesma moeda. – Articulou, sendo observada por três pares de olhos curiosos. – Só estou falando sozinha. – Desprezou os olhares.

O casal saiu da mansão Uzumaki com suas pequenas malas. Eram acompanhados pelos Shinigamis. Entraram no carro e partiram. Não faziam ideia para onde poderiam ir, mas teriam que fugir. Eles distanciaram-se do centro da cidade.

– Hyūga-hime! – Toneri gritou, olhando para sua esquerda. – Ela está vindo em uma van a alta velocidade com aquele mané emo.

– Droga!

O loiro entrou nas ruas a sua direita a toda. Pelo retrovisor pôde ver uma van preta o seguindo. Antes que pudesse fazer outro desvio, outra van atravessou na frente do carro, ocorrendo uma batida entre eles. Sakura e Naruto correram para um beco, com os nervos a flor da pele. Era agora ou nunca. Kakashi, Shikamaru e Orochimaru saíram para procurá-los do lado esquerdo e Hinata e Sasuke do lado direito. O Uchiha estava com uma pistola na mão. Ele não estava brincando quando se preparou para matar Naruto. O primeiro movimento que o alvo fizesse, Sasuke o acertaria com todo prazer de vê-lo gritar igual suas vítimas. Sasuke e Hinata entraram no beco, correndo atrás deles. Naruto olhou para trás e Sasuke pôde ver claramente seu rosto cansado e suas marquinhas na bochecha. O cabelo rosa inconfundível estava solto e balançava naquela corrida. Hinata não estava acreditando que seus melhores amigos estavam metidos com o Kira.

Um muro parou os movimentos do primeiro casal. Estavam sem saída. Sasuke se aproximou e apontou sua arma para o peitoral do loiro.

– Então você é o Kira? Ou está com ele? – S perguntou com furor.

Naruto permaneceu em silêncio, tudo que falasse seria jogado contra ele posteriormente.

– Me diga!

As mãos de Sasuke estavam trêmulas, podia disparar a qualquer momento. Uchiha Sasuke chorava. O assassino de milhares de pessoas e de seu clã estava na sua frente. Hinata suava frio. O grande amor da sua vida estava com uma arma apontada para seus melhores amigos.

Naruto se preparou para ir para cima de Sasuke – não havia mais planos para executar.

Plec plec plec

Três tiros. Um no ombro. Dois na barriga.

Hinata deu um grito de desespero junto de seu soluço agonizante. Sakura tinha se jogado na frente de Naruto. O corpo da jovem estava ensanguentado e a mesma tinha dificuldade para respirar. Sasuke olhava para suas próprias mãos sem saber o que pensar. Foi nesse momento que Kaguya pegou o Death Note que estava com Sakura e colocou na bolsa de Hinata, passando de leve no ombro da garota. Ela deu mais um grito pavoroso quando todas as suas memórias voltaram de uma vez. Foi ao encontro do corpo de Sakura e encarou Naruto que estava ao lado da rosada.

– Fuja. Eu cuido dela. – disse baixo.

– Mas... – Naruto titubeou.

– Sem mas. Vá agora. Ela ficará bem.

O Uzumaki assentiu e escalou o muro, sumindo. Kira olhou para Kaguya de relance e deu um sorriso, não queria admitir mas estava com saudades de sua Shinigami. Voltou para Sakura, que estava em estado crítico. Ligou para uma ambulância e em cinco minutos eles já estavam no beco. Depois de se recuperar, Haruno Sakura seria interrogada. Mas ela não se lembrava mais do tempo que ficou com o Death Note de Hinata e nem do de seu namorado.

[...]

Seria uma nova era. Hinata tinha a confiança de S. Um dia ele lhe contaria seu nome e resolveria a desordem matando S e seus companheiros de uma só vez. Mas a Hyūga tinha percebido que realmente amava o Uchiha. E os momentos, emoções que sentiu e o amor recíproco vinham em sua mente sempre que pensava em matá-lo o detetive. Perder suas memórias do Death Note tinha dificultado ainda mais a conclusão para o mundo sem crimes que ela tinha esquematizado. Hyūga Hinata se encontrava perdidamente apaixonada pelo o cara errado. E nada podia fazer para mudar isso.

Tinha se passado três semanas desde o acontecido. Sakura já tinha ganhado alta do hospital e estava presa na Black Bird para ser interrogada. O importante é que ela não falaria nada a respeito. Hinata não tinha ideia do que fazer a partir daquele momento, tudo dependia dela. Naruto estava foragido desde então e não tinha indícios de onde ele poderia estar. Não foi mandado para a empresa que Naruto era o Kira. A Hyūga voltou a matar criminosos. Como Naruto fazia, não se prendia a somente seu país. A justiça de Kira se estendeu ao mundo.

Agora, Hinata deveria escolher entre o amor e o ódio. Ambas as escolhas teriam impactos irreversíveis.

Death NoteOnde histórias criam vida. Descubra agora