Capítulo 2

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A viagem para Nova York foi um pouco desagradável para mim. Estava sentada no meio de dois homens gordinhos, que não paravam de comer um segundo sequer. O pior de tudo que eles soltavam alguns puns de vez em quando que me dava vontade de vomitar.

Fora que eu estava esmagada no meio deles, pareciam nem notar minha presença. Eles nem ao menos me ofereceu uma balinha sequer.

Mas o pior de tudo foi a despedida da minha família. Nunca imaginei que os deixaria algum dia. Foi doloroso para mim deixá -los no Texas e vir para Nova York. Mas estou fazendo isso por eles, tenho que lutar para conseguir dar um futuro melhor para minha mãe e meus irmãos.

Sei que não será fácil ficar longe deles, mas valerá a pena no final. Não irei permitir que minha mãe perca nossa casa. Já foi sofrido para ela a morte do meu pai, se chegar perder a casa onde viveram juntos, ficaria tudo ainda pior.

Ao sair do aeroporto, pego um Táxi e lhe passo o endereço da casa da Jenete. Tomara que ela esteja certa quanto ao emprego, não saberia o que fazer da minha vida nessa enorme cidade.

O taxista deve ter percebido que é minha primeira vez em Nova York. Estou boquiaberta com tudo o que vejo.

As ruas estão movimentadas, pessoas andando rápido de um lado para o outro.

Passei toda minha vida na calmaria, não tenho certeza se me acostumaria com essa correria louca.

- Uau. - Sorrio abertamente ao passarmos por prédios grandiosos.

- Sua primeira vez em Nova York, estou certo? - Pergunta o taxista.

- Está sim. - Digo. - Vim em busca de emprego.

Vejo que ele me observa pelo retrovisor do carro com seriedade.

- A vida em Nova York pode não ser nada fácil. - Diz. - Você é uma moça jovem e bonita, cuidado com os tipo de amizade que irá fazer.

- Obrigada pela dica. - Agradeço com a voz meio trêmula.

- Você me parece uma boa garota. - Diz. - Parece ser inocente demais para viver sozinha aqui. Siga meu conselho e tome cuidado.

Aceno com a cabeça, já que minha voz sumiu na garganta. Eu sabia que não seria fácil, mas agora estou morrendo de medo.

- Chegamos. - Diz o motorista algum tempo depois.

Pego minha carteira e tiro algumas notas de dólar para pagar a corrida.

- Obrigada.

Abro a porta do carro e pulo para fora. Pego minha pequena mala que trouxe comigo no banco traseiro e coloco no chão.

- Se cuide garota. - Diz o homem  antes de ir embora.

Jogo minha bolsa sobre o ombro, pego minha mala que deixei no chão e parto rumo ao prédio.

As ruas estão quase desertas. Tem apenas algumas pessoas sentadas em frente a um pequeno prédio do outro lado da rua.

Percebo que é tarde, olho no simples relógio em meu braço e vejo que já se passou das 18:00 horas.

Entro no prédio que está silencioso e vejo que não tem ninguém na recepção.

- Olá? - Chamo por uma alma viva.

Alguns segundos depois escuto uma movimentação, logo em seguida uma mulher baixinha e gordinha aparece.

- Olá querida. - Sorri amarelo. - O que deseja?

- Poderia me informar o número do quarto da Janete? - Peço.

- Janete?

- Sim. - Digo. - Ela disse para sua tia que mora nesse prédio.

Encontro Ao Acaso (Conto)Onde histórias criam vida. Descubra agora