Encontro Ao Acaso (Conto)

Capítulo 6

- Bom dia Darla. - Bruce diz entrando na cozinha.

- Bom dia Bruce. - Respondo o cumprimento.

- Dormiu bem? - Ele pergunta como todos os dias.

- Muito bem obrigada. - Sorrio abertamente.

Bruce puxa uma cadeira e se senta de frente para mim.

- Vovó ainda está dormindo? - Ele pergunta.

- Sim. - Falo. - Fomos dormir tarde ontem.

Já faz um mês que estou morando na casa do Bruce.

Fiquei morrendo de medo de aceitar a sua proposta de emprego, mas eu não tinha muita opção, então precisei me arriscar.

Bruce me contratou para fazer companhia para a sua vó idosa. A moça que tomava conta de Lena se mudou de cidade de última hora, então Bruce estava procurando alguém para ficar ao lado da vó.

Lena ficou três dias sem falar comigo, me encarando de longe. Mas logo ela mudou de comportamento comigo.

Lena é uma mulher incrível, sensível, e carinhosa. E me abraçou como se já me conhecesse há anos.

Deus ouviu minha oração, e colocou Bruce e Lena no meu caminho. Se não fosse por eles não sei o que seria de mim.

Bruce confiou em mim sem ao menos me conhecer, e me contratou para trabalhar para ele. Uma garota que ele encontrou em uma praça, sem dinheiro, sem roupas e sem documentos, e mesmo assim ele me estendeu a mão quando eu mais precisei.

Fiquei muito receosa ao aceitar sua oferta. Bruce poderia ser um louco psicopata, mas graças a Deus eu estava errada.

Ele me deu um teto, alimentação e roupas. É claro que não aceitei as roupas de graça, Bruce vai descontar do meu salário.

- Bom dia. - Lena deseja ao entrar na cozinha.

- Bom dia. - Bruce e eu dizemos em uníssono.

Ela se senta ao meu lado, então lhe sirvo uma xícara de café.

- Dormiu bem? - Lhe emprego a xícara.

- Muito bem obrigada. - Ela sorri abertamente. - Precisamos fazer mais maratonas de filmes.

- Dá próxima vez eu escolho. - Falo.

Lena escolheu três filmes de terror para vermos. Ela gargalhava como se estivesse vendo comédia, enquanto eu passei a maior parte do tempo tapando os olhos.

- Cagona. - Lena ri alto.

- Sou mesmo. - Falo.

Nunca gostei de filmes de terror. Morro de medo e tenho agonia de todo aquele suspense.

- Esqueci de avisar. - Bruce diz. - Liam virá jantar aqui em casa.

Quando Bruce diz esse nome meu corpo gela.

- O que foi Darla? - Bruce pergunta.

- O nome do homem que me atropelou é Liam. - Falo.

Não pode ser o mesmo. Deva existir muitos e muitos Lians em Nova York.

- Tenho certeza que não é meu amigo. - Bruce diz.

Também espero que não seja, ou acabaria dando na cara do infeliz por me iludir, e depois sumir.

Liam foi um covarde em me dar esperanças, e depois desapareceu e nem ao menos se dignou a dizer nada.

Sei que não era obrigação dele me ajudar, mas não entendo o porque ele disse que me ajudaria e desapareceu logo em seguida.