Capítulo 8

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MIA:

Será que existe alguma teoria científica que explique como é possível ter o corpo congelado por fora e uma eufórica sensação calorosa por dentro, fritando meu juízo e meu coração?! Mordi meu lábio inferior e segurei as lágrimas em meus olhos sem piscar, torcendo para que elas secassem.

O que me levou a fazer aquilo? O que me fez cometer um erro tão grave?
Mas a pergunta mais frequente em minha cabeça era, por que Trevor retribuiu? Por que ele não me impediu de cometer aquela loucura?

Minha visão periférica notou Trevor trocar a marcha duas vezes e ele não disse nada. Eu sentia o toque de suas mãos em minha cintura, acho que era o único lugar aquecido em meu corpo.

__ Vista o paletó, vai pegar um resfriado se não fizer isso. __ Enfim alguém disse algo. Admirei sua coragem.

Reunindo os fiapos de minha coragem o encarei e ele também me encarou. Mutuamente nos questionamos e não obtemos respostas.

__ Está no banco de trás. __ Ele disse e eu olhei para trás, estendi a mão para pegar a peça e a coloquei sobre meus ombros.

__ Obrigada.

Dois minutos depois, Trevor estacionou o carro em frente à minha casa. Abri a porta do carro e tentei sair, Trevor me segurou. Puxou minha mão com força e minha respiração tornou-se quase impossível. Um leve tremor percorreu-me ao sentir o toque. Ah Deus, o que estava acontecendo comigo? Eu precisava de auxílio imediato.

__ Olhe para mim, por favor Mia. __ Ele disse baixinho e mesmo querendo resistir, virei-me. __ Não quero que isso atrapalhe nossa amizade, eu realmente lamento... estou tão confuso quanto você e...

Engolindo meu orgulho, sorri, mesmo sem vontade. Engoli meu choro e fiz o que faço melhor, fingi que estava tudo bem.

"Tudo bem. Vai ficar tudo bem querida..."

Eu podia ouvir minha mãe dizendo isso para mim naquele momento.

__ Relaxa Trevor, estarei lá às oito.__ Puxei minha mão de volta e saí do carro. __ Até amanhã.

Trevor balançou a cabeça lentamente e desejei ler seus pensamentos.

__ Até amanhã Mia.

Fechei a porta do carro e esperei que Trevor saísse com o carro para entrar.
Tudo parecia estar sendo reproduzido em câmera lenta, abri a porta e encostei-me sobre ela. Enfim era só eu sendo eu, sem as máscaras decoradas do baile da vida. Droga Mia, o que você fez?!

 Droga Mia, o que você fez?!

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Eu beijei ele.
Beijei o melhor amigo do meu pai, o cara que meu pai tem como irmão e que desde que conheço tem sido como um pai para mim.

Sim, eu o beijei.
Beijei o homem que minha mãe mais amou na vida e que por minha causa sacrificou esse amor. Beijei o homem que minha mãe amou desde o primeiro dia que o viu até o dia da sua morte. Trevor era meu padrasto.

OUTRA CHANCE ( Livro 2: O Pai da minha Amiga )Onde histórias criam vida. Descubra agora