OUTRA CHANCE ( Livro 2: O Pai da minha Amiga )

Capítulo 13

Mia:

Tudo que eu queria naquele dia era ter alguém para poder desabafar. Alguém que me ajudasse a entender o quê eu estava sentindo...
Mas eu não podia contar com minha melhor amiga para isso.
E quando pensei que as coisas não pudessem piorar, lá estava eu, apaixonando-me por Trevor.

Me senti tão sozinha e perdida que não soube o que fazer nas horas que me sobraram logo que Chris partiu com meu pequeno Henry, deixando-me sozinha.
Então, peguei algumas roupas e joguei em minha mala. Liguei para um táxi e fui para a cabana da minha mãe.

Aquele lugar era sagrado para ela. Lembro-me como se fosse hoje, ainda a escuto dizer o quanto amava aquela casa e os móveis rústicos. A vista das montanhas e o lago.
Mesmo parecendo muito irônico dizer isso, eu precisava sentir minha mãe perto de mim. Talvez se eu mantivesse minha fé ela me guiaria de algum lugar.

Ou me puniria?!
Mesmo quê fosse assim, daria tudo para vê-la irritada comigo outra vez, para ver seus olhos espertos colados em mim fazendo-me compreender o quanto minhas atitudes eram erradas.

Era bom estar ali com toda aquela atmosfera acolhedora. Eu amava a cabana tanto quanto minha mãe.
Foi preciso gastar algumas horas para deixá-la impecável, o quê de certa forma foi bom para me manter ocupada.
Os móveis estavam cobertos por pó. Abri as janelas para arejar os cômodos. Decidi passar o fim de semana sozinha, talvez assim pudesse organizar meus sentimentos.

Havia lenha no canto da sala, decidi usá -las para acender a lareira e preparei um chocolate quente. Escolhi um bom livro de uma das prateleiras e usei a velha poltrona para me aconchegar esticando minhas pernas sobre a mesinha de madeira. Cobri minhas pernas com uma quente manta xadrez.

As horas passavam rapidamente enquanto eu mergulhava num romance apaixonadamente sensual.
Um conto erótico o bastante para me causar sensações gostosas. Eu me emocionava e gargalhava intensamente. Os autos e baixos causaram-me delírios.
Uma ficção, que tornou-se real ao me imaginar com Trevor nas cenas picantes que projetei em minha cabeça sentindo-me em outro mundo, completamente submersa nos parágrafos empolgantes.

Até um barulho me distrair.

Endireitei meu corpo na poltrona e abandonei o livro junto à xícara na mesinha de madeira, ficando em silêncio absoluto. O barulho veio novamente, mais perto.
Olhei pela janela e o pânico me dominou quando avistei a sombra de um homem chegando. Fiquei imóvel por alguns instantes, não havia para quem gritar socorro. Estava a quilômetros da civilização.

Meu coração disparou ao imaginar ser um ladrão. Eu tinha deixado quase todas as luzes apagadas. Exceto a da sala, fraca e amarelada.

Encarando a porta de entrada sem poder respirar naturalmente, notei a presença de uma pá logo ao lado.
Respirei fundo, tomei coragem e peguei a pá, ficando atrás da porta esperando o invasor entrar para atingí-lo na cabeça!
Não havia nem um pouco de coragem em mim. Minhas pernas tremiam batendo uma na outra.

__ Deus me ajude..__ Sussurrei apavorada.

Então a maçaneta começou a girar. Eu  tinha certeza de ter trancado a porta, mas pelo visto estava enganada.
De repente o homem entrou e eu lhe acertei a cabeça com a pá violentamente. E ele caiu no limiar.

__ Trevor!!!__ Gritei assim que o reconheci.

Larguei a pá imediatamente e fui ajudá-lo. Com a mão na cabeça ele me encarou furioso enquanto se levantava.

__ Qual é o seu problema? __ Havia dor em seu semblante e muito constrangimento no meu.

__ Pensei que era um ladrão. __ Tentei me explicar sem muito sucesso.__ O que está fazendo aqui?