Capítulo 12

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MIA:

Exausta, cheguei em casa por volta das 13hrs.
Cheia de remorso, não conseguia parar de pensar no meu pequeno Henry. Fui muito imprudente em sumir daquela maneira, sem dar satisfações. Meu celular estava desligado e não seria nenhuma surpresa encontrar meu rosto estampado num cartaz colado em algum poste pela cidade. Imaginei que Lurdes pudesse estar muito preocupada com meu sumiço.

Assim que entrei vi o bilhete em cima da mesa:

"Querida Mia,
Fomos ao supermercado.
Com amor, Lurdes."

Suas palavras não demonstravam  desespero. Enfim pude respirar e me sentir mais tranquila.
Passei as mãos em meus cabelos e fechei meus olhos. Céus, como estava confusa!

Entretanto, não estava em condições de me entender. Não naquele momento. Não havia condições de me questionar, eu não conseguia pensar em nada com clareza. Não havia exatidão em minhas ações, apenas uma palpitação exagerada em meu peito e um furacão em minha cabeça.
Eu levaria algum tempo para me organizar. Na verdade, eu ainda estava sobre o efeito da adrenalina, quando isso passasse seria um inferno total. Eu sabia disso, mesmo não querendo saber.
Eu só precisava de alguns minutos embaixo do chuveiro e de um longo cochilo.

Depois da chuveirada, vesti meu pijama e deitei em minha cama com os cabelos molhados.
O som da porta abrindo no andar debaixo afastou o sono no qual eu estava envolvida. Rolei na cama e levantei-me num salto indo para o corredor.
Quando meus pés descalços pisaram o mezanino escutei Henry gargalhar.
Meu coração encheu-se de alívio. Então sussurrei:

__ Graças a Deus...

Desci as escadas e antes que eu chegasse à cozinha, Henry correu para os meus braços.

__ Mamãe!__ Gritou, pulando em meu colo sujando-me de chocolate. Ele estava deliciosamente lambuzado.

Com um abraço apertado o aninhei em meu colo.

__ Onde estava? __ Perguntou -me Lurdes, enquanto tirava as compras das sacolas.

__ Dormi na casa do Trevor.__ Repondi.

Ela parou o que estava fazendo e me encarou. Não sei dizer se era minha consciência ou se ela suspeitava de algo. No entanto, me senti péssima. Nunca fui boa com mentiras.

__ Está com fome? __ Estranhamente Lurdes mudou de assunto, o que não era normal. Porém, tudo o que eu queria era fugir do interrogatório dela.

__ Não. Estou morta de sono. O sofá do Trevor não é muito confortável. __ Menti.

__ Mamãe, papai ligou. __ Meu pequeno garoto disse contente.

__ Ligou? __ Surpresa, encarei Henry notando sua felicidade.

Lurdes virou-se em minha direção.

__ Christian ligou esta manhã. Disse que estava tentando te ligar. __ Disse Lurdes.

__ Meu celular está desligado. O que ele queria?

__ Quer passar um tempo com Henry, disse que ligaria depois para falar com você. Pretende levá-lo para casa dele nesse fim de semana.

__ Levar o Henry? Ele nunca fez isso antes, por que faria agora?__ Questionei intrigada. Afinal, Chris e eu nunca havíamos conversado sobre ele passar fins de semanas com Henry.

__ Talvez esteja com saudades do menino. Você melhor que ninguém sabe da ligação que existe entre eles.

__ Estive muito ausente nos últimos dias, tinha planos para este sábado.

OUTRA CHANCE ( Livro 2: O Pai da minha Amiga )Onde histórias criam vida. Descubra agora