Madu chegou na escola tropeçando nos próprios pés. Estava quase um tempo atrasada e só poderia entrar para a segunda aula, mas como boa aluna nerd tinha que chegar na escola o quão antes. Mesmo que fosse passar os minutos seguintes sentada sozinha, olhando para o nada.
Diferente do ano anterior, em que a escola havia dado um dia de "folga" no dia dos namorados, naquele ano teriam aula nos dois períodos, para compensar as matérias e provas atrasadas com os dias sem aula recorrentes da paralisação dos caminhoneiros no fim de maio.
Conferiu o relógio e viu que ainda tinha quinze minutos, então resolveu ir até a cantina, comer algo. Havia acordado atrasada, não comeu para sair de casa, mesmo assim perdeu o ônibus e agora estava ali, morrendo de fome.
Qual foi sua surpresa ao chegar à cantina e encontrar Arthur sentado em uma mesa, com um livro em mãos.
─ O que faz aqui? ─ perguntou alto, atraindo a atenção do namorado.
─ Quando você avisou que ia se atrasar, fiquei enrolando lá fora. Queria te ver antes da aula. Por fim o porteiro me viu, mas já estava muito tarde para entrar na aula. Estou esperando o sinal para o segundo tempo. ─ Arthur se levantou, esfregando as mãos na calça de forma nervosa.
─ Por que você queria me ver antes da aula? ─ Madu segurou as alças da mochila, um sorriso tímido.
─ Bom, é dia dos namorados, não é?
─ Acho que sim, não é? ─ ela encarou a mesa, vendo que havia uma rosa sobre ela ─ Hã, essa flor é para mim?
─ É, é sim. ─ Arthur, sempre atrapalhado, pegou a flor e estendeu para ela ─ Desculpa, me distrai quando te vi chegar.
─ Deixa eu adivinhar... Você montou toda uma cena na sua cabeça, em que você me entregava a flor com uma declaração fofa e nós dávamos um beijo.
─ Como você sabe? ─ os ombros dele murcharam, enquanto Madu ria.
─ Porque você já me contou todos os cenários e cenas que montou para o nosso primeiro beijo, Tuca, um ano atrás. E isso é algo que eu sei que não muda em você, a vontade de ter tudo sempre perfeitamente planejado e cronometrado. ─ a garota apanhou a rosa, sorrindo ─ Mas eu te amo desse jeitinho mesmo, você sabe.
─ Bom... Feliz dia dos namorados, Madu. ─ ele estendeu a flor para a namorada, que apanhou com um sorriso.
─ Feliz dia dos namorados, Tuca. ─ ela se esticou na ponta dos pés e deu um selinho no namorado ─ Hoje não está com cara de que vai chover.
─ Justo hoje que não vamos conseguir sair para um encontro. ─ o garoto fez um bico que Madu classificou como fofo, a puxando para se sentar ─ Eu pedi para a dona Gabriela esquentar um croissant para quando você chegasse. Você não tomou café, não é?
─ Não mesmo, já estava pensando o que ia comer a essas horas. ─ Madu sorriu agradecida, encarando o balcão ─ Você é um anjo, Tuca, sério.
─ Posso conviver com isso. Vou lá pegar o salgado para você, porque daqui a pouco temos que ir para aula.
Arthur foi até o balcão, enquanto Madu puxava sua bolsa e revirava. Achou o embrulhinho cheio de chocolates que quase havia esquecido na pressa, e o colocou em cima do livro que o namorado lia.
Então apanhou a rosa, começando a brincar com ela, quando viu o croissant e um copo de suco de laranja sendo colocados à sua frente, junto com um bombom. Sorriu para Tuca, observando ele apanhar o próprio presente.
─ Vai virar nossa tradição de originalidade darmos chocolate um para o outro? ─ perguntou Madu.
─ Não que eu me importe, realmente. Afinal, eu e você somos duas formigas. ─ lembrou Arthur, abrindo um de seus chocolates ─ Mas seu presente ainda não é o bombom ou a flor.
─ Eu sei. Minha mãe mandou uma mensagem, perguntando porque um entregador estava na porta da minha casa com um unicórnio gigante de pelúcia. ─ contou Madu aos risos, vendo Arthur emburrar.
─ Eu pedi para entregar no fim da tarde!
─ Tuca, é dia dos namorados. Hoje, o que eles mais têm é entregas com horário "marcado" e que eles não vão conseguir cumprir. ─ lembrou a menina, mordendo seu lanche ─ Se adianta de algo, eu amei o presente.
─ Ano passado você me deu um pijama de unicórnio, esse ano te dei um de pelúcia. ─ sorriu Arthur ─ Mas, por favor, vamos parar essa tradição por aqui. Até hoje os meninos me zoam pelo nosso primeiro beijo ter sido com aqueles trajes.
─ Feito! Mantemos os chocolates, e deixamos os unicórnios como estão. ─ Madu piscou para o namorado, terminando de comer seu lanche ─ Vamos indo? O sinal vai bater daqui a pouco, e estamos em aula dupla de química.
─ Minha amada CDF. ─ Tuca suspirou, apanhando seu material e o dela, enquanto Madu terminava o seu copo de suco ─ Quer almoçar comigo no McDonald's aqui perto? Acho que é o mais perto de um encontro que vamos conseguir ter no dia de hoje.
─ E há quem diga que o romance está morto. ─ riu Madu, enquanto apanhava a mão de Arthur e rumavam para a sala de aula.
Para mais informações sobre o livro "Amor aos 16", acesse:
https://www.clubedeautores.com.br/book/247476--Amor_aos_16
https://www.instagram.com/stories/waalpomps_escritora/
https://www.facebook.com/waalpomps/
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor aos 17 - Coletânea de Contos Baseados em "Amor aos 16"
RomanceColetânea de contos baseados no livro "Amor aos 16". Os eventos aqui descritos ocorrem um ano após livro, no Dia dos Namorados de 2018. Os contos serão postados entre 05 e 12 de junho de 2018.