Respiração ofegante, os socos continuavam a ser dados no rosto de Kyungsoo, que sentia a vista embaçar cada vez mais. Mesmo que quisesse correr mais um pouco, não conseguiria, pois já estaria sem vida quando eles terminassem aquilo.
- Você está aqui pra me obedecer seu filho da puta, você ira fazer o que eu quiser, o que eu mandar, o que meus clientes te mandarem fazer Do Kyungsoo - Os olhos do rapaz choravam, o ogro soltou o corpo mole de Kyungsoo, que caiu e ali ficou. A porta bateu, deixando apenas a escuridão dentro da sala onde o rapaz ficava. Colocou a mão na barriga, sentindo a mesma doer, se arrastou até chegar ao colchão que estava deitado no chão. Observou a chave, que provavelmente o outra havia derrubado, se levantou o mais rápido que pode, pegou uma blusa de frio e a chave, saiu vendo o corredor completamente quieto. Suspirou e caminhou até a porta dos fundos, abriu a mesma lentamente e logo a trancou novamente, encarou o matagal a sua frente e assentiu para si mesmo.
Entrou no mesmo, atravessando toda aquela mata com coragem. Depois de algum tempo começou a escutar barulho dos carros, sorriu e pode observar uma luz de lanterna vir do lado da casa onde estava preso. Se apressou, sentindo o corpo doer de forma intensa, mas não poderia parar, não podia voltar para aquele inferno de jeito nenhum... Sem demora, chegou numa avenida, onde carros passavam rápidos. O rapaz correu pela calçada, mesmo que tudo doesse em si, correu.
...
- Senhor Jongin, tens certeza de que não quer que eu dirija? - Kai sorriu para o rapaz jogando o terno e a pasta dentro do carro
- Não Enzo, não se preocupe, eu vim a sua festa, este é seu dia de folga, aproveite o resto da noite - Ele assentiu e sorriu para Kai, que entrou no carro. Ligou o mesmo e saiu. A estrada estava escura, então ligou os faróis. Mais pra frente freio o carro bruscamente quando um rapaz baixo passou em frente ao mesmo, parou em frente a si. Kai pode ver os olhos molhados, a camisa ensanguentada e o rosto completamente machucado, saiu do carro mas o rapaz se assustou
- EI - Os dois entraram em posição de correr - Eu não vou te machucar, eu sou um medico, quero te ajudar. - Kyungsoo correu, achando que assim o medico o deixaria em paz, mas Jongin foi atrás do mesmo com o carro - EI... - Gritou - PARE DE CORRER - Kyungsoo negou e tentou correr mais rápido - Okay - Kai acelerou passando do rapaz, inclinou o carro e derrapou na estrada escura, parando o mesmo. Kyungsoo caiu, batendo com tudo no chão. Se encolheu no chão, sentindo o corpo todo doer.
- EI, NÃO CHEGA PERTO DE MIM - Kyungsoo se afastou, Kai levantou as mãos, encarando o rapaz
- Eu já disse que não irei te machucar, sou medico, me chamo Kim Jongin - Kai se aproximou sorrateiramente, agarrando o rapaz que se debatia violentamente, as vezes até se machucando para que pudesse se soltar do aperto alheio. Kai enrolou as duas pernas na cintura do garoto, segurando seus braços em seguida. O menino aos poucos parou de se debater, ofegante, começou a chorar
- Por favor, não me leve de volta, eu te peço, me solta, me deixa ir, me deixa ir - Kai envolveu o rapaz em seus braços, quando reparou que já tinha se acalmado
- De onde você vem? Pra onde não quer voltar? - Kyungsoo negou pedindo que ele lhe soltasse. Os dois se levantaram, Jongin pediu que o rapaz entrasse no carro, Kyungsoo relutou um pouco mas entrou. No meio do caminho o rapaz suspirou. - Quer me contar? - Ele negou - Certo, eu vou começar... Eu sou o Kim Jongin, tenho 24 anos, sou médico - Kyungsoo encarou a estrada e suspirou novamente
- Eu... Eu me chamo Do Kyungsoo, tenho 25 anos - Parou de falar, ganhando apenas um sorriso de Kai
- Eu devo te chamar de Hyung? - Ele negou suspirando. Parou no sinal vermelho encarando a grande fila de carros.
- Está com fome? - Não respondeu, mas Kai sabia que sim, puxou duas barras de cereal e entregou ao rapaz que apenas respirou fundo.
- Pra onde está me levando? - Kai virou na curva, onde tinha uma placa, dando boas vindas a cidade. Kyungsoo sentiu o coração disparar, mas por felicidade
- Vou te levar pra minha casa, lá eu posso cuidar dessas feridas...
- Você não precisa...
- Não fale... Você não quer me dizer de onde veio, não quer me dizer o que aconteceu, mas não vou deixar você morrer por alguma infecção ou por pneumonia, amanhã se quiser, você pode ir embora - Kai falou um pouco mais alto encarando a estrada. Kyungsoo suspirou, não queria deixar o seu herói chateado logo de cara, mas estava sentindo medo do ser humano.
- Eu passei nove anos preso em uma casa de prostituição e venda de menores - Kai arregalou os olhos parando no sinal
- VENDA DE MENORES? - Perguntou chocado - Como? Onde isso? - Kyungsoo suspirou novamente
- Eu fui mandado para lá... Meu pai disse que lá era um bom lugar, só descobri quando cheguei... Todo dinheiro que ganhava ia pra ele... - Pela primeira vez encarou os olhos de Kai - Nunca deixei que ninguém me violasse, então era espancado, por nove anos, eu nunca vi meu rosto limpo dos hematomas. - Kai sentiu-se triste, imagina só: nove anos preso em um lugar terrível, sendo obrigado a fazer coisas que não quer, poderia ser pior que o inferno. O carro parou, Jongin sorriu e Kyungsoo encarou a mansão em que estavam parados. - Você? - apontou e Jongin assentiu.
- Boa noite senhor... - Kai sorriu e saiu do carro
- Estacione para mim Henry, obrigado. - Kyungsoo, saiu do carro, totalmente embasbacado com o lugar. Os dois caminharam até a entrada, aquilo parecia o céu de tão grande. - Sente-se no sofá, eu volto já! - Ele assentiu se sentando ali. Logo os passos de Kai foram escutados na escada.
- Isso aqui e quase aquela torre de Paris! - Encarou os papéis de parede e suspirou, tudo estava muito limpo, cheiroso... Foram escutados novamente os passos de Jongin, que chegou com uma maleta em mãos.
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FALLIN APART #StoryForJuneMonth
FanfictionRespiração ofegante, os socos continuavam a ser dados no rosto de Kyungsoo, que sentia a vista embaçar cada vez mais. Mesmo que quisesse correr mais um pouco, não conseguiria, pois já estaria sem vida quando eles terminassem aquilo.