"Não é uma boa ideia."

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- Aí miga, — Cel entra na cozinha com uma careta. — parece que o Theo terminou um namoro a dois meses...

- E? — pergunto irritada, as pizzas já deviam ter chegado.

- Ele precisa ser consolado... — ela sorri e me dá uma cotovelada de leve no braço.

- Vai ver se eu to na esquina Cel! — Solto em português e ela fica confusa.

- Você não me xingou de novo né? — Ela faz careta.

- Não. Só para de me encher, esse aí não presta. Acredite em mim. — falo e saio da cozinha.

Caminho até Evie que estava sozinha no sofá, Jason estava na sacada com os meninos.

A campainha toca, peço licença para a Evie e pego minha carteira na mesinha ao lado da porta.

- Nina! Você não pode descer sozinha... — Celeste fala quase gritando. — Theo vá com ela buscar às pizzas.

- Não precisa pessoal. Já estou indo.

Fecho a porta atrás de mim e corro para o elevador. Aperto dezena de vezes, desesperada.

Merda. Por que demora tanto?

- Parece que você está me evitando Nina. Por quê? — Theo surge do nada me fazendo pular para trás.

- Mas que bosta Theo! — grito colocando a mão no coração, parecia que ele iria saltar do meu peito.

Ele ri alto.

- Desculpa, não achei que a princesa se assustasse fácil assim. — fala passando a mão em seu perfeito topete. Mas que merda, por que ele tinha que ser lindo?

- Não me chame de princesa. E sim, eu estou te evitando. Eu geralmente evito pessoas irritantes. — reviro os olhos.

O elevador chega e ambos entramos, me apoio no espelho enquanto Theo fica de frente para ele e aperta o botão do térreo.

- Não sei se você percebeu, mas a Celeste está doida para que "nos apaixonemos" — Ele fala fazendo aspas com os dedos.

Solto o ar.

- Ela e suas ideias idiotas. — reviro os olhos.

- Pare com isso! — ele fala apontando para mim. Quê? Menino doido. Parar de fazer o quê?

- Parar com o quê? — pergunto confusa me endireitando.

- De revirar os olhos, que coisa irritante.

Começo a rir.

- Certo, eu não reviro mais os olhos e você passa um dia sem mexer no seu lindo topete. — dou de ombros.

- Sem graça.

- Fraco. — solto em português ele me olha curioso. — Desculpa, às vezes acontece.

- Você fala português? — pergunta impressionado.

- Falo. Não sei se percebeu pelo meu sotaque, mas sou brasileira. — abro meio sorriso.

O elevador se abre no térreo. Saímos dele a caminho do portão.

- Seu sotaque é fraco para uma brasileira. E Nina é um nome comum aqui. — ele dá de ombros.

- Meu nome não é Nina, meu apelido é Nina. Meu nome é Marina, mas como quase ninguém pronuncia correto eu acho melhor vocês me chamarem pelo apelido. Até no Brasil me chamam de Nina. — falo enquanto ando.

Pagamos as pizzas. Theo quase me obrigou a deixá-lo pagar metade. Não reclamei, teria mais dinheiro para gastar com comida na faculdade.

- Marina. — ele fala enquanto esperamos o elevador. A pronúncia ficou estranhamente correta. — Está certo? — pergunta com um sorrisinho.

- Por incrível que pareça, sim. — aperto o botão novamente.

- Sabe que ele não vai vir mais rápido se você apertar mais de uma vez. — ele fala e tenta revirar os olhos como eu faço.

- Você não é bom nisso... — faço uma careta.

O elevador chega e mais uma vez entro e encosto na parede enquanto Theo aperta o botão do último andar.

- Marina. — ele fala mais uma vez e abre um sorriso. — Acho que eu me daria bem com o português! — ele ri.

Tadinho, não vou destruir o feliz pensamento dele.

- Marina. — ele fala novamente, parecia estar se divertindo. — Nina! — olho para ele.

- Quê?

- Tive uma ideia, talvez você não goste... — ele sorri ao ver minha careta.

- Fala logo.

- E se fingirmos para a Celeste e para o Drew que estamos nos dando super bem e que viramos amigos. Assim ela para de nos encher!

- Eu não sei se isso vai rolar... — faço uma careta.

- Então é só dizer que você vai me ensinar português, ela vai achar que vamos nos apaixonar durante as aulas e coisa e tal. Depois só fingirmos brigar e pronto. Só nos veremos em festas e talvez no corredor. — ele parecia determinado com o plano.

Abro um sorriso.

- Não é uma boa ideia, e talvez ela não acredite de primeira, só se você aprender alguma palavra. — falo coçando a cabeça com uma das mãos, a outra segurava duas caixas de pizza.

- Certo. Me ensine algo em português, e rápido, porque estamos chegando. — ele aponta para o painel do elevador. Estávamos perto. Dois andares apenas.

- Brigadeiro. — falo. — É um doce brasileiro muito gostoso. É impossível não gostar! — falo.

- Bri..ge... como? — Ele se enrola.

- Bri-ga-dei-ro — separo as sílabas.

- Bri...ga...deiro? — tenta de novo me fazendo rir do sotaque.

- Quase isso, mas não tem problema, você só vai aprender essa palavra mesmo. É só para ela acreditar! — Dou de ombros enquanto ele me analisa.

- Talvez de certo... — ele arruma o cabelo para trás e o elevador se abre.

- Vamos lá. — Caminho até minha porta e a abro com o pé.

Eles devem tê-la deixado encostada para quando chegássemos.

- Chegamos! — Theo grita entrando atrás de mim.

- Achei que tinham se perdido na volta! — Celeste sorri. Coitada, mal sabe.

Odeio mentir para ela, mas será por uma boa causa. Ficar longe do idiota.

Abro um sorriso quando sinto o cheiro das pizzas ao abri-las na cozinha. Nada comparada às do Brasil. Mas ainda eram pizzas.

- Vai ficar só babando nelas ou podemos comer? — Theo pergunta atrás de mim, me fazendo pular de novo.

- Que coisa Theo! Para com isso, é insuportável. — Falo pegando um pedaço, colocando em meu prato e saindo de perto dele que está com um sorriso enorme no rosto.

Não sei se o plano dele vai prestar, mas eu realmente espero que sim. Eu não vou aguentar vê-lo direto...

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-Rah💜

Ao (seu) lado (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora