Capítulo 34

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Tortura. Foi nisso que as duas últimas semanas foram resumidas pra mim.
No dia que Harrison foi até minha casa me tirar do fundo do poço na qual eu me joguei, ele me deu a ordem de não falar nada mais que o necessário com Evelyn. Manter a maior distância que eu pudesse e evitar olhares impertinentes ou conversas sexuais. O que realmente foi muito difícil já que ela estava a todo tempo tentando ser cordial e educada. Uma parte de mim achou que talvez ela estivesse arrependida de sua fuga, mais a outra sabia que ela estava apenas tentando deixar nossa convivência melhor, Como se isso fosse possível.

Então com muito esforço me mantive o mais longe possível, considerando que ela é minha secretária, evitava olhar em seus olhos castanhos brilhantes quando eu a chamava eventualmente na minha sala, e evitava olhar pra sua banda gostosa quando saia. Santo Deus, era impossivel não pensar em joga-la em cima da minha mesa e faze-la gritar pra empresa toda enquanto tinha um orgasmo, quando ela vestia aquelas roupas que apesar de sempre comportadas deixavam minha imaginação a mil principalmente considerando que eu já vi o que tinha por baixo, já passei minhas mãos naquelas curvas perfeitas e lambi cada parte do seu corpo com cheiro de frutas vermelhas. Eu sentia falta dela e de transar com ela. Bem, na verdade eu sentia falta do sexo em si, já que ela foi a última mulher que eu levei pra cama.

Não posso negar que fiquei contente quando ela entrou na minha sala e viu Hanna sentada em meu colo , que a deixei pensar que iria acontecer alguma coisa ali, quando na verdade eu só estava pensando em um jeito de dispensa-la sem que fosse grosseiro. Mais ver a expressão de Eve, como se ela fosse pular em cima da loira em meu colo e arrancar seus cabelos.

Aquilo fez uma pequena faísca de esperança de talvez te-la pra mim se acender em meu peito.

Era estranho pensar 24 horas por dia em uma mulher só. Principalmente em uma que me abandonou depois que eu falei que estava apaixonado por ela. Se eu ainda tivesse orgulho próprio provavelmente estaria tentando superar, mais parece que eu perdi isso a muito tempo, porque tudo que eu penso agora é em como ter Evelyn pra mim. Não só na minha cama, e talvez isso me assuste um pouco.

A conversa que tivemos sobre a reunião do conex foi o mais próximo que tivemos de um diálogo real desde que voltamos de Banff. Parecia que fazia uma eternidade que não olhava mais em seus olhos castanhos, e por um momento ela parou de me tratar apenas como chefe. É uma porra eu ter ficado contente quando ela cheia de sarcasmo me perguntou se não preferia que escreve-se os documentos a mão. Aquela era a Eve divertida que conheci no Canadá, e não essa que se esforça todos os dias pra voltar a ser apenas minha secretaria, como se eu nunca tivesse estado entre suas pernas. Todos esses dias e ela nem ao menos tentou conversar sobre o que aconteceu.

Apenas fingiu que não aconteceu e pronto, simples assim. Mais pra mim não era tão simples.

Eu estava determinado a jogar isso nela quando parei o carro em frente ao seu prédio. Apertei o botão do elevador e enquanto ele subia eu pensava em tudo que ia falar, sobre como me senti, e me sinto, por ter sido abandonado daquela forma e sobre ela não querer nem ao menos falar sobre o que aconteceu. Sai do elevador decidido, com o discurso todo pronto na minha cabeça, mais assim que a porta se abriu tudo se apagou e se transformou em um borrão.

Perfeita não era nem de longe a palavra que a definia. Era preciso inventar um novo adjetivo pra isso.

O vestido preto simples com um pequeno decote e uma discreta fenda lateral a deixava a imagem da perdição. Não havia nada de mais na roupa, na maquiagem, seus cabelos, que estavam soltos em ondas como ela gosta de usar. Era impressionante como ela conseguia parecer bem e sensual em um vestido que marcava não  muito seu corpo, apenas nos lugares certos, e não mostrava demais.
O tempo parecia parado pra mim enquanto ela se virava pra se despedir dos seus amigos e abraçar o imbecil sortudo do seu colega de apartamento, Nicolas, ela o chama de amor e isso me fazia ferver por dentro.

O Acordo Perfeito (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora