Poupança

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O quarto era qualquer coisa de espetacular! A começar pelo carpete felpudo, vermelho vivo, que chegava com promessas de que o cômodo seria quente. Demorou até eu conhecer o cômodo todo, mas o calor que ele podia proporcionar, descobri logo.

A primeira sensação agradável foi a maciez daquele carpete nos meus joelhos. O apartamento de Gabrielle é enorme! Andei de quatro, com Martha dando pequenas chicotadas em minha bunda. Usava para isso o cinto que antes amarrara minhas mãos. O piso de carpete de madeira era desconfortável e o corredor, longo. O cinto batia ora forte, ora quase tão leve quanto uma carícia. E não havia uma lógica naquilo, de forma que eu nunca sabia o que esperar. A primeira batida me fez estremecer de susto, o que provocou mais risos nas duas. A partir da segunda, o espanto era por não compreender nunca a intensidade ou o momento em que aquilo aconteceria. E como elas riam de cada reação minha! Tinha me tornado um palhaço nas mãos delas. E o mais estranho: estava adorando!

O quarto em questão ficava no fim do corredor. Não era o único, é claro, mas era o escolhido para a ocasião. Eu andava olhando ora para o chão, ora para bunda de Gab. Vê-la nua me deixava cada vez mais louco de desejo. Então só percebi o quarto quando a textura em minhas mãos mudou. Quis olhar em volta, mas o pé da ruiva me obrigou a beijar o chão. Literalmente.

Percebi quando Martha passou por mim, não sem antes acertar mais uma cintada dolorosa em minhas nádegas. Sua amiga pisava com força em minha nuca, mantendo-me arriado no chão. As duas trocaram algumas palavras baixas que não ouvi direito. E então senti algo delicado passando pelo meu nariz e tampando minha visão. Os dedos rápidos de Martha amarraram o tecido e, não sei se intencionalmente ou por acidente, alguns fios de cabelo ficaram presos no mesmo nó. Só então o pé de Gab saiu de cima de mim, mas já não havia nada para ver. Meus olhos estavam firmemente vedados.

Ainda de quatro, fui conduzido até a cama onde me deitaram, barriga para baixo, e amarram meus pulsos e tornozelos de forma que agora eu formava um X no centro do colchão. Depois disso, fiquei alguns minutos só ouvindo sons. As garotas estavam se beijando ou se chupando. Talvez as duas coisas. Mas não pareciam muito perto. Até que senti o peso delas sobre meu corpo. As safadas sentaram em cima de mim e ficaram se amassando. Santo padre, por que eu não estava vendo isso? O mais incrível é que uma delas – jamais saberei qual – sentou com as pernas abertas sobre minha bunda. Estava molhada, muito mesmo, e isso me deixou mais louco e excitado. O Linguiça doía de tão duro que estava. E, tadinho, naquela posição, o bichinho estava sufocado.

Uma das duas se deitou sobre meu corpo. Minha imaginação corria solta juntando sensações táteis e auditivas na busca desesperada de reconstituir a cena que acontecia em cima de mim. As duas se amavam e, pelas juras trocadas, possuíam um caso antigo.

Os movimentos e os ruídos se intensificavam até serem convulsivos. Senti aquelas mulheres lindas tendo um orgasmo em cima de mim, gemendo, uivando lascivamente, e gritei junto. De desespero, tesão ou sei lá o que. Gritei de loucura, porque eu já estava em um ponto que tudo o que queria era que elas me usassem nas suas brincadeiras, que tivessem prazer comigo... e me fizessem gozar muito. Era isso, em suma, o que eu queria. Estava desesperado para gozar. E com medo de não conseguir mais me controlar, de liberar meu jato num momento inoportuno e me tornar, ao invés de prazer, motivo de riso e escárnio por parte delas. Esse medo ficava tanto pior quando me lembrava que na manhã seguinte eu encontraria Martha no banco. E a partir dali, em todos os dias, sempre que ela me olhasse eu saberia que por dentro ela ria da minha ejaculação precoce, e passaria o resto da vida dizendo que eu era um homem descontrolado.

Quando meu pensamento estava me tirando do sério desse jeito, aconteceu uma coisa fenomenal. Senti toques sutis vindo sabe deus de onde. De repente, havia dedos em torno do Linguiça. Céus, ele já estava a ponto de bala! Tive vontade de chorar, aquilo tava virando uma loucura! Mas então senti línguas - sim, no plural! - subindo a partir do... ahan... reguinho... É isso mesmo: a partir da minha bunda, subiram línguas pelas minhas costas. Ah! Diacho, isso é delícia, ok? Vou confessar que nunca tinha me acontecido. E que na hora fiquei todo encabulado de perceber que era bom, eu tava gostando. Mas... Ô inferno, eu estava gostando mesmo! E qual o problema de gostar de algo que é bom? Algo que ficou ainda melhor quando Gab (e a essa altura eu já conhecia bem sua voz, não havia como confundir com mais ninguém no mundo) me dizendo – ou melhor ordenando, porque ela não faz por menos, ela manda (e você que não obedeça pra ver o que te acontece!) – pra eu gozar na sua mão.

Não preciso explicar o resultado, não é? Inclusive, porque ela falou isso ao mesmo tempo em que passava sua língua pela minha orelha. As línguas subiram da bunda pelas costas, chegaram na nuca e foi uma para cada lado, minhas orelhas sendo despudoradamente lambidas. E então a voz mais erótica desse mundo me ordena gozar. Infalível. Até um defunto obedeceria.

Obedeci, para deleite de minhas deliciosas "torturadoras". E na hora exata em que o orgasmo atravessava meu corpo, tapas fortes e sincronizados recaíram sobre minha bunda.

Vou confessar: foi o melhor orgasmo da minha vida. Os tapas me pegaram de surpresa. O misto de dor e susto elevaram exponencialmente meu prazer. Quando terminou, eu ouvia apenas um zumbido nos ouvidos. Não sabia quem eu era, onde estava. Nunca tinha sentido meu corpo tão relaxado assim antes. Os tapas pararam junto com o orgasmo. Aquelas mãos agora massageavam minhas nádegas. Pequenos beijos atracaram-se com minha nuca. Por vezes as duas se beijavam bem no centro do meu pescoço. Depois afastavam suas bocas e me beijavam, lambiam, enquanto as mãos acariciavam meu traseiro. Senti como se eu fosse um menino sendo ninado por ninfas. Não existem palavras para expressar o prazer arrebatador que elas me proporcionavam. Tanto que esqueci que estava amarrado e tentei me virar.

As amarras machucaram minha pele, e um tapa estrondoso pipocou na minha bunda. Gritei, mais de susto do que de dor, mas foi o suficiente para sufocar as garotas de tanto que riram.

— Ah, Greg, você está me saindo melhor que a encomenda, hein? Que figura que você é!

Martha nem terminou as palavras direito, e já estava cravando os dentes na minha carne. Gab achou a ideia maravilhosa e a imitou, mordendo a outra banda das nádegas. Fiquei com as duas literalmente grudadas em mim, mordendo cada vez mais forte. Mordi o lençol da cama e meus dentes enrijeciam cada vez mais, à medida em que a dor avançava. Não queria, entretanto, demonstrar minha fraqueza. Permaneci mudo. Elas teriam que parar em algum momento, não é? E eu era macho ou não era? Não ia gritar feito um garotinho mimado implorando para que parassem, não é? Não ia, ia?

Ia. Porque a dor ultrapassou todos os meus conceitos de coisas toleráveis. Elas estavam rasgando minha carne, provavelmente até teria que levar pontos! Isso é agressão, gente, alguém tem que prender essas mulheres loucas! Urrei de dor, xinguei todos os palavrões que eu podia. Pararam de morder. Funcionou. Mas descobri o peso da mão de Gab: ela soltou um tapa potente contra meu rosto. Para completar, Martha desferiu dois fortes tapas, um em cada machucado das nádegas.

— Oh, querido, amanhã você vai lembrar da gente enquanto estiver sentadinho na sua mesinha lá no banco.

E dá-lhe gargalhadas! As duas estavam adorando rir às minhas custas!

Agora a raiva borbulhou. Um homem tem seus limites, certo? E nem mesmo o melhor orgasmo do mundo paga por isso. Quem elas pensavam que eram?

Minhas donas. Era isso o que pensavam. Por isso me soltaram da cama e me amarraram em arreios de couro. Sim, eu disse arreios. Como aqueles que se usa em cavalos, isso mesmo. Mas esses eram próprios para animais de minha espécie. Passaram em x pelo meu peito e se fecharam nas costas. Havia nele um complexo sistema de argolas em que se poderia prender correntes de todas as formas. Fizeram isso de um jeito sincronizado: à medida em que soltavam um braço, passavam por ele um pedaço do arreio. E assim sucessivamente, até que eu passei do estado de totalmente amarrado para o de preso por arreios. Então, mesmo que eu quisesse, teria sido impossível esboçar reação e me libertar daquelas loucas.

E o mais complicado ainda é saber se eu queria. A dúvida me consome até hoje!

Quando consideraram que eu estava pronto, me colocaram sentado em uma confortável cadeira de espaldar alto e reto. O assento de veludo era fofo e macio. Sentar não foi dolorido. Não no primeiro instante.

A recompensa estava finalmente a caminho. É bem verdade que não se esqueceram de me amarrar à cadeira. Mas agora aquelas duas beldades estavam se agarrando na minha frente. Um verdadeiro show para meu deleite. Tocando Slave to love do Bryan Ferry. A coreografia bem ensaiada, caras e bocas só para me provocar mais e mais. E finalmente eu via o que antes só imaginara. Que energia aquelas duas tinham! Não parecia que tinham acabado de se amar. Já estavam a pleno vapor novamente. Só que agora entre beijos e lambidas lançavam-me olhares depravados. Miravam com especial atenção o Sr. Linguiça. O garoto já estava em ponto de bala novamente. E elas gostavam do que viam. Agora, por exemplo, Gab chupava e mordia os seios de Martha que gemia feito uma piranhazinha desesperada. Mas faziam isso olhando diretamente pra mim. Aquelas duas deusas, nuas, se comendo e me encarando. Como não ficar teso? Como não ficar doido? Se não tivessem me amarrado eu já as teria atirado de volta para a cama. Mas elas queriam brincar de "a mamãe mandou". E cá pra nós: eu estava adorando!

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⏰ Última atualização: Jun 07, 2018 ⏰

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