IV - A luz e seus reflexos

397 50 2
                                    

Ser o alfa de uma grande matilha exigia muito de Chanyeol, muito mais do que um garoto de apenas dezoito anos poderia suportar.

Essa é a idade que comumente estamos descobrindo o mundo, explorando tudo que podemos.

Mas Chanyeol era obrigado a aprender a administrar aquele lugar, a ensinar seus pequenos lobinhos e já estava ficando tarde, ele precisava se casar com uma boa moça que desse um exemplo de como ser um ômega.

Mas ao contrário das expectativas, Chanyeol não queria uma boa moça, ele queria um dos ômegas macho da matilha vizinha. Era tão raros que essa espécie nascesse, eles eram tão lindos, uma raça de pelo branco e puro.

...

— Channie... Você já chegou, eu não tenho muito tempo.    BaekYeong entrou na casa do maior, já era tarde da noite, ele só queria poder dar boa noite e ir embora.

— Estou no quarto, bebê.

Baek subiu as escadas correndo em direção ao quarto do maior e acabou se deparando com algo que nunca havia visto na vida.

Um corpo nu.

BaekYeong ficou extremamente envergonhado, Chanyeol estava completamente nu e ainda por cima excitado.

— P-perdão Alfa! E só vim dar boa noite.    falou olhando para o chão.

— Baek, acho que já estamos grandinhos, certo? Você nunca passou o cio com alguém? Seria bom você descobrir como Isso é gostoso.    o maior se aproximou e abraçou o corpo frágil, beijando o pescoço de Baek e passando a mão em seu corpo.

— Eu vou fazer isso só quando casado, Alfa. Vou ser só do meu marido e de mais ninguém.

— E se eu for o seu marido, huh? Você se entrega para mim?

— Só depois de casado.

— Mas eu quero hoje bebê, eu vou casar com você.

Eu sentia muita raiva de BaekYeong, como ele conseguia ser tão idiota e iludido? Estava na cara que Chanyeol não ia casar com ele, só queria sentir seu corpo.

Li mais algumas páginas só para ter certeza das minhas suspeitas, Chanyeol era um grande filho da puta.

Parei na metade do livro e peguei meu celular que estava na cabeceira da cama e escrevi uma mensagem para Chanyeol.

"Olha, você disse que tem algumas semelhanças com esse personagem, espero que você não seja como Kim Chanyeol, ele é um grande filho da puta!"

"Já terminou o segundo livro?" – Chanyeol respondeu meio minuto depois, como se estivesse esperando minha mensagem.

"Estou na metade, com muita raiva! Dos dois, como BaekYeong pode ser tão burro? Nossa, eu jamais faria isso!"

"^^' não diga nunca, quando estamos apaixonados sempre fazemos coisas idiotas. Nunca esteve apaixonado?"

"Na verdade eu não sei, eu perdi a minha memória há um tempo. Mas se eu tivesse amado alguém forte o bastante eu lembraria não é?"

"Eu não sei. Eu nunca amei. Eu tenho que ir, termine o livro e conversaremos."

Eu nunca entendo porque às vezes o Chanyeol fics seco desse jeito, eu hein.

— Vem jantar, Baek, sai desde quarto.

— Luhan, por que eu escrevi esses livros?

— E eu vou saber. — Luhan deu um risinho e andou na minha frente, foi até as panelas e passou a nos servir enquanto eu sentava à mesa.

— Eu nunca séria trouxa de acreditar naquelas coisas como o BaekYeong.

— Não diz nunca, quando a gente tá apaixonado fazemos muitas coisas.

— Ué, Chanyeol disso isso também. Que estranho.

— C-chanyeol?

— Sim, o moço da livraria!

— O nome dele é Chanyeol? Um advogado chamado Chanyeol?

— Sim. Pare de agir estranho Luhan.

— Desculpe, eu só... Desculpe. Posso trazer o Sehun aqui? Sabe... faz duas semanas que a gente não se vê.

— Tudo bem por mim.

...

Eu estava deitado na minha cama pensando que... Caramba! Acho que eu não transo há muito tempo, eu estava com muita vontade doida de transar. Eu até pensei em bater uma uma, mas o marido de Luhan estava aí, ele parecia um advogado sério demais.

Eu fiquei pensando isso até ouvir barulhos estranhos tipo coisas caindo e rangido de cama. Claro. Eu não deveria ser a única pessoa com vontade de transar.

"Ainda está acordado?" – mandei a mensagem para Chanyeol certo de que não haveria resposta, já passava das duas da manhã.

"Sim, terminou o livro?"

"Na verdade não, só não consigo dormir."

"Por quê? Já pensou em fazer um chá?"

"Meus amigos estão transando no quarto ao lado, eles esperaram ficar bem tarde, então acho estranho se eu sair e acabar fazendo um barulho e eles saberem que to ouvindo isso tudo."

"Ah, realmente, tenso... eu estou trabalhando até essa hora, acredita? Eu não tenho tempo pra essas coisas não."

"Eu acho que também não tinha, porque hoje eu fiquei com umas vontades estranhas, não era só alívio sabe."

"Vamos trocar de assunto kkk é estranho falar disso quando estamos sentindo vontade, podemos fazer coisas estranhas."

"Que coisas estranhas? Você está dizendo que transaria comigo por mensagem?"

"Não disse isso, mas poderia."

"Não aconteceria, querido, sou bem hétero, mesmo por mensagem kkk"

"Está falando sério? Desde quando?"

"Desde sempre ué"

"Hmm... está tarde, tente colocar fones de ouvido aí... Boa noite, Baekhyun-ah"

Aquela foi a última mensagem que trocamos por dias, mesmo depois que eu terminei o livro. Eu realmente não entendo Park Chanyeol, ele não faz sentindo pra mim. Não precisa ser aberto e tal, mas poxa vida, custava não ser tão... distante.

— Mas Yeollie você disse que casaria comigo, que não era só meu corpo.    o pequeno lobo branco chorava desesperado na casa do alfa.

— Não lembro de ter dito isso não. Você acha mesmo que eu seria capaz de casar com uma coisa como você? Você deveria ser um beta, mas nasceu errado, por isso é branco! Eu vou me casar com uma mulher, uma ômega de verdade! Não com uma coisa como você. Você não é raro, é uma aberração!

BaekYeong não ficou na casa para ouvir mais dos insultos, apenas se transformou e correu para as montanhas, soltando seu uivo sofrido.

Assim que se destranformou deitou no chão em posição fetal acariciando o ventre que carregava o filho do ser mais nojento que já conheceu.

MemóriasOnde histórias criam vida. Descubra agora