Não sei mais qual é minha realidade.

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Estou na cozinha do Palácio Real fazendo um chocolate quente escondido pois hoje faz muito frio aqui em Alândia, as empregadas me matam se me virem mexendo na cozinha delas.

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O sono tomou conta do meu corpo, vou me deitar e lembro de um sonho estranho que tive, tinha uma mãe com Alzheimer, passava numa psiquiatra que era amiga do meu ex marido e meu pai tinha morrido.

Começo a rir de mim mesmo e da criatividade dos meus sonhos.

Do nada começo a ficar triste e escorrem lágrimas sobre meu rosto, não entendo o que está acontecendo comigo. Pareço estar sentindo falta de alguém, deve ser passageiro, então decido ir dormir.

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Lídia entra no meu quarto desesperada e afobada e diz que meu pai ligou no telefone real e desejava falar comigo imediatamente. Lídia era empregada do Palácio e meu pai um bêbado imprestável, porque logo ele iria me ligar?

-Anne falando, o que você quer? Já não disse para não me procurar nunca mais você feriu a mim e a mamãe, seu vício fez com que a aldeia nos visse de uma forma horrível, nos expulsaram de casa por sua causa e você simplesmente sumiu das nossas vidas sem deixar recado. Ficamos sem moradia alguma, vivendo a base de restos, sorte que existem pessoas boas no mundo, sorte que o rei nos achou, sorte que ele nos acolheu, sorte, apenas sorte, porque se fossemos depender de você já estaríamos mortas.

Nesse momento já estava chorando e berrando ao telefone e Lídia apenas olhava espantada para mim.

-Se tornou pior do que eu havia imaginado, sinto muito Anne por todo o transtorno.

Disse isso e desligou na minha cara.

Aquela voz me soava conhecida, mas definitivamente não era o bêbado do meu pai.

Fiquei tentando desvendar de quem era aquela voz e tentando encaixar os pontos, não tinha sentido. Então aquele sentimento ruim toma conta de mim novamente e eu começo a chorar com saudades, mas não sabia porque e nem por quem.

Anne e seu mundo invertidoOnde histórias criam vida. Descubra agora