Incógnitas

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Perdoem a monótona rotina, mas é um período que os personagens estão a recém se conhecendo, com calma chegamos lá.

Boa leitura amoras 🍒

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—E quando acordou, Jeon havia simplesmente sumido?— o doutor questionou, ambos sentados nas poltronas da sala de estar.
—Ele costuma fazer muito disso?— o Park quis saber.

Tio Lee sorriu fraco.
—Você se acostuma.

A curiosidade que o médico tinha perante a situação que se encontrava aqueles dois pacientes, era crucial. Jimin dizia não existir nada, que só passou a ser perseguido, mas que não sabia se gostava da perseguição ou não.
Quando perguntou a Jungkook, o médico recebeu uma das muitas respostas sarcásticas, insinuando que os garotos ficavam aos beijos por aí, o que o Lee sabia não ser verdade, já que minúsculas câmeras mantinham registros de todas as atividades que os pacientes exerciam.

O humor de Jimin estava excepcionalmente deprimido hoje.
Olhava inquieto para todos os cantos, demonstrando um desconforto e uma absurda tristeza habitando seu corpo.
—Como se sente, Jimin?

Após aquela pergunta, o garoto dos cabelos claros, ficou em silêncio, perdido em sua própria mente, completamente parado.
—Eu não sei o que deveria sentir— admitiu em um sussurro —Eu sinto que metade do que eu deveria estar sentindo, está sendo contida por esses remédios que estão me injetando, e sei que mesmo se sentisse tudo, não saberia identificar de onde veio tudo isso de repente.

Como em uma penhasco. Era o que Jimin queria explicar.
Que se sentia como em um penhasco, sempre na beirada, olhando para baixo. Horas se sentia ser puxado para baixo, caindo aos poucos até atingir a queda, e em outro momento ele queria se jogar, por diversão, apenas por não ver motivos para não o fazê-lo e só perceber que já fez... quando estivesse lá embaixo.
—Tenho medo do que eu possa fazer comigo mesmo sem perceber. Não por decidir fazer algo, mas por não me ver fazendo até já ter feito.

Era difícil explicar, sempre foi, mas era trabalho do médico saber ler pelas pausas e frases confusas.
—Já tomou seu café?— tio Lee apontou para o copo intocado, apenas para lembrá-lo que estava ali.
—Ah.

Jungkook deveria estar vagando por aí, costumava fazer muito isso, inclusive, algumas vezes dava um jeito de sair da clínica para compre sorvete do outro lado da rua, e uma imagem de câmera sempre acabava faltando por culpa do mesmo, que até dos seguranças conseguia se esquivar.
Tio Lee tentava não se preocupar com o paradeiro do mesmo a cada cinco minutos, então, por hora, continuava suas sessões.
—Como acha que vai ser quando voltar a escola?

Jimin estremeceu.
—Eu preciso mesmo?— fez biquinho —É que eu não queria ter de voltar, não faço ideia de como olharia para as pessoas.
—Talvez você devesse descobrir— foi sugerido —O que acha?

O garoto ponderou.
—Quando eu poderei sair daqui?
—Já falamos sobre isso— Dr. Lee respondeu paciente —Você não está bem agora, quando estabilizar, podemos liberá-lo.
—Se eu disser, nesse momento, que estou bem, poderei ir embora?

Ele era rápido e esperto, e isso causou uma fraca gargalhada no médico, que deu uma olhada em alguns de seus pacientes que ficavam mais afastados de si, porém, ocupando a mesma sala de estar da clínica, um ambiente agradável para conversas fora de horário marcado com o especialista.
—Eu sou médico, pode tentar me enganar, mas eu acompanho seu quadro de transtorno bipolar, nem que me dissesse isso agora e fosse verdade, eu poderia lhe deixar sair.
—É— deu de ombros —Acho que entendo. Sabe se Tae tem consulta hoje?

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