As obrigações da realeza

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Afonso já estava impaciente com tanta demora de notícias da mina. Sua tia achava ilário e cômico ao mesmo tempo a impaciência do sobrinho que tanto adimira.

Os portões da sala do trono se abrem e entra a chefe da guarda.

—Serena! É bom reve-la. —diz a rainha Cloudine. — Tem notícias do progresso da mina?

—Sim majestade. Mais não são nada aspiociosas. —avisa a chefe da guarda com pesar. —Caiu um terço da parte leste da mina...

—O quê? Como deixaram isso acontecer? —indaga um príncipe com início de uma convulsão de raiva.

—Perdoem-nos alteza, mais não pudemos fazer muito.

Afonso sai de lá arrasado. Sabia que o progresso do desabamento da mina não se resolveria em duas semanas, mais esperava pelo ao menos uma leve mudança positiva. Em menos de 15 dias se a mina não voltasse a produzir, seu casório com a princesa de Artena era iminente.

Com tantos problemas, ainda foi designado a recepcionar a rainha de Alcaluz. Não seria de todo o ruim, mais pelo ao menos iria se distrair da chegada próxima de seu casamento.

Estava distraído com seus pensamentos quando escuta seu primo Rodolfo arfar satisfeito, quando repara na mulher ruiva vindo em sua direção.

—Rainha Amália de Alcaluz!

—Majestade. —sauda Afonso com uma reverência significativa.

—Príncipe Afonso. —cumprimenta a rainha com sua voz melodiosa.

Por um momento o príncipe se perdera na beleza diferente da jovem rainha. De fato era encantadora.

***

Amália já estava para lá de entediada com a conversa que o conde Rodolfo engatara desde sua chegada. O homem era um poço de excêntrismo, e a jovem rainha já se encontrava sem paciência para lidar.

Seu foco estava na reunião que teria com a rainha Cloudine e o rei de Artena. Seu objetivo era simples e direto, firmar uma aliança rapidamente, ou seu trono cairia nas mãos do inimigo.

—Me desculpe Conde Rodolfo mais preciso descansar.

Amália se despede e segue para o aposento que lhe foi designado. Estava ansiosa para descobrir que tipo de acordo Montemor mantinha com Artena, e o mais importante; se isso influenciaria no seu possível futuro acordo.

Amália acorda perto da janta. Se arruma com a ajuda de sua criada de confiança Lucrécia. Estava a caminho da sala de jantar quando Lucrécia comenta a chegada da mais recente hóspede.

—Então Catarina de Lurton se faz presente?

—Sim majestade.

—Como ela é? —se ela fosse tão bela quanto a alta monarquia comentava, isso poderia ser um problema.

—Perturbadoramente discreta, conversa difícil e tão bela, ou mais quanto comentavam. —diz a criada com receio.

—Hum...

Lucrécia engole em seco. Não gostava do atual semblante que sua rainha carregava.

***

Catarina estava incomodada com a conversa que Afonso tinha com Amália na sala do trono. Sabia que tinha haver com a eminente guerra em Alcaluz, e que seu pai e a rainha Cloudine estavam presentes, mais não gostou do jeito que foi examinada pela rainha de Alcaluz. Catarina detectava um inimigo de longe, e com Amália não foi diferente.

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