Piledriver Waltz

Body electric

Olive chegou em casa extremamente cedo naquele dia, comeu qualquer coisa que houvesse na geladeira e dormiu encolhida no sofá ainda com o vestido do baile. Ela sonhou com um lugar bonito, um campo de milho e música alta, ela corria livre entre a folhagem com um sorriso estampado no rosto e pássaros voando junto a ela. A garota estava se sentindo extremamente cansada, exausta e devastada, tinha seu sono interrompido quase a todos os momentos mas sempre voltava a dormir.

Ouviu uns barulhos estranhos vindo da janela quando resolveu vencer o frio e levantar para investigar, segurando um taco de baseball e caminhando lentamente até a janela, sua cabeça voava de volta ao baile e o vexame que passara em frente a quase todos seus amigos, o rosto vermelho e enfurecido de Eleanor e Alex parecendo tão indefeso, indeciso. Aquele rosto quebrara seu coração em cinquenta pedaços, mas nossa protagonista era uma mulher de força e não era um simples casinho que a deixaria para baixo. Ela apertou seus dedos no taco e abriu a janela, observando Alex pulando da mesma.  

- Oh, espero que não tenha te assustado. – disse ele com desdém.

A garota respirou fundo, fechando os olhos por breves segundos.

- Alex, eu pensei que já tinha esclarecido isso.

Alex a observou com um olhar profundo, preferiu não dizer nada, apenas se aproximou mais um pouco dela.

- Para. – ela mandou, dando um passo para trás.

O garoto respirou fundo, desviou o olhar e pediu em voz baixa.

- Está chovendo, posso ficar até passar?

- Pode. – ela respondeu petulante, caminhando de volta para o sofá com o garoto em seu encalço.

Os dois se sentaram calados em frente a televisão, por um dez minutos ficaram inconfortáveis sem nem mesmo respirar, olhares vidrados em qualquer coisa que estivesse passando ali.

- Certo, não precisamos ficar desse jeito. – Olive pronunciou, virando seu rosto para o rapaz. – Como acha que vai ser em Sheffield?

- Ah... é uma cidade pequena. – o garoto sorriu de lado. – Não acho que vá ser nada legal, mas você parece estar bem animada com a minha ida para lá.

Ele arqueou as sobrancelhas.

- É só uma novidade, achei que estaria feliz. – ela deu de ombros, sorrindo. – Gosto de mudanças.

- É, acho que eu não. – ele riu brevemente. – Seu pai não vai ficar bravo ao me ver aqui?

- Não vai não, somos irmãos, lembra? – a moça riu embalando Alex com sua risada.- Quer comer algo?

- Não quero não. – Alex sorriu.

O celular de Olive começara a berrar, jogado no chão perto da TV, mostrando na tela o nome “Janine”. A garota revirou os olhos, buscou o celular e o atendeu com desdém, pouco interessada no que a amiga dizia e lançando alguns olhares suspeitos para Alex sem nada dizer além de poucos “aham” e “claro” muito bem falsos. Alex tentava se manter calado, mas dar risada era quase uma regra.

- Ah... não é ninguém... – disse Olive, tentando soar verdadeira. – Alex tem uma namorada! Não seja ridícula.

- Por que estão falando de mim? – sussurrou Alex, rindo.

- Shhhh. – avisou Olive, rindo. – Olha Janine, tenho que ir.

A moça desligou o celular antes mesmo que Janine respondesse algo, Alex e Olive se encararam e caíram na risada durante um bom tempo e só cessaram quando não havia mais ar. Ambos continuaram a se encarar, o rosto de Alex possuía várias expressões diferentes umas das outras, parecia prestes a começar a chorar.

- Alex, está tudo bem? – perguntou Olive, vencendo a distância entre os dois e se sentando ao lado dele. O garoto abaixou o rosto, fechando os olhos com força. – Alex, o que está acontecendo?

- Eu só... – ele tentou dizer, calando-se assim que a garota tomou seu rosto nas mãos. – Eu não... não sei...

- Tudo bem, não precisa dizer. – ela sorriu acolhedora e entrelaçou seus dedos nos dele, roubando-lhe um beijo rápido. – Podemos fazer coisas melhores.

- Olive, eu...

A garota o interrompeu, envolvendo o garoto em um beijo um pouco mais feroz que os normais, colando os corpos ainda vestidos de gala e os apertando um contra o outro como se fossem apenas um. Alex instantaneamente agarrou a cintura da garota, afundando seus dedos ali com delicadeza porém com força, enquanto a garota arrastava seus dedos pela nuca do rapaz. Tudo em que Alex conseguia pensar era em quão má a garota era, ele sabia que aquilo não passava de alguns amassos para ela, e que quando ele fosse embora ela simplesmente apagaria aquilo tudo da mente dela. Ele também sabia que ela estava ciente que ele estava se apaixonando lentamente por ela e seus impulsos românticos, e por mais que pensasse em sumir todas as noites, sabia que seria difícil deixar seus lábios com gosto de brilho labial para traz.

Mas enquanto a cabeça de Alex era um turbilhão, Olive não conseguia pensar em nada. Sua cabeça estava cheia de momentos felizes ao lado de Alex, momentos dos quais ele provavelmente nem se lembrava, nem sempre foram importantes pela presença do garoto mas sempre estiveram ali. A garota trabalhava fervorosamente em desfazer a gravata borboleta que o garoto usava, estava ficando irritada com aquela situação quando o garoto, entre sorrisos enquanto a beijava, resolveu ajudar, separando o beijo por alguns segundos.

- Para de tremer essas mãos! – exclamou ele, ainda sorrindo quando tirou a gravata de seu pescoço, a atando no pescoço da garota.

- Você deveria ficar quieto. – ela foi interrompida por vários beijos pequenos enquanto o garoto espalmava a mão nas costas dela a procura do zíper do vestido. – Antes que eu te expulse. – ela continuou.

- Shh.

Alex a deitou no sofá delicadamente, posicionando seu corpo sobre o dela entre as pernas da garota, de uma forma que ela não fosse se machucar. Ele a beijou intensamente, com calma, enquanto abaixava o zíper de seu vestido em uma lentidão inacreditável, apenas provocando calafrios maiores e arrepios nos pelos das costas da garota. Ela também desabotoava sua camisa com calma, distribuindo arranhões por partes diferenciadas e nuas, o que fazia o garoto tremer sob suas mãos.

Mais alguns minutos e todas as vestimentas estavam jogadas ao chão, seus corpos se moviam em sincronia como numa dança, e podia-se ouvir os gemidos ecoando por toda a propriedade. As unhas de Olive faziam buracos nas costas de Alex, que gemia ao pé dos ouvidos da garota a todo momento que investia nas estocadas. Ele podia sentir as pernas da garota ao redor da sua cintura cada vez mais apertadas, ela revirava os olhos de prazer e curvava as costas.

Ambos os corpos passaram a amolecer, um em contato com o outro, até que atingiram o prazer juntos e os movimentos cessaram pouco a pouco. O garoto saiu de dentro dela, a ajeitando em seus braços enquanto ofegavam em silêncio durante alguns longos minutos.

Alex adormeceu no sofá, e nem pelas tentativas mais ridículas de Olive acordava, então ela o cobriu, fez de tudo para deixa-lo confortável e foi tomar um banho, a água fria serviu para faze-la pensar, não só em Alex como em tudo que a afetava no momento, com preferencia para Alex. O que ocorreu não foi a escolha mais sábia que Olive já havia feito em toda a sua vida, mas toda vez que Alex está perto parece um campo magnético que a atrai feito bolas de metal.

Ela não estava se apaixonando, tinha plena certeza daquilo, sua atração por Alex se resumia basicamente a desejo corporal, e se ela já tinha fodido tudo até ali, por que parar agora? Ela demorou cerca de quarenta minutos em toda sua reflexão no banho de água fria, colocou algum pijama qualquer e foi dar uma olhada no garoto que ainda dormia feito uma rocha em seu sofá.

E essa, meus queridos amigos, foi a noite que deu inicio ao final.