Two - Lágrimas e sorrisos

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Entramos no quarto, e me deparei com quatro camas, em um quarto enorme. A da direita estava ocupada, e a da esquerda, também. Ótimo, vou ter que dormir em uma cama que está ao lado da cama de dois garotos - pensei, virando os olhos. Tirei meus tênis e os coloquem em frente à uma cômoda, ao lado de uma das camas vagas, enquanto tentava fazer com que o garoto parasse de me olhar. Ele tocou meu ombro para chamar minha atenção e apontou para uma porta, dizendo que lá ficava o banheiro. Disse um breve 'Okay, obrigada.' e olhei para ele, em seguida, olhando para a porta. Daniel levantou uma sobrancelha e apontou para a porta, confuso. Logo, colocou a mão na nuca, rindo, meio sem jeito, e disse que iria preparar o jantar. Mesmo contra o que minha mente ordenava - que era empurra-lo para fora do quarto -, sorri para ele. Assim que fiquei sozinha, me deitei em uma das camas, exausta. Viajar cansa mais do que correr uma maratona, meu Deus. Abri minha mala, peguei uma calça, uma blusa, e um moletom azul, e fui para o banheiro.

Depois de ter tomado um longo banho e me vestir, saí do banheiro e voltei a me sentar na cama. Peguei meu celular, e vi que haviam algumas mensagens, do mesmo contato. Rafaela, a doida da minha amiga, me procurando. 

Mensagens on:

RafaLerda: Luna Ambers White, aonde você está?

RafaLerda: CADÊ VOCÊ, MENINA?

RafaLerda: JÁ TE PROCUREI ATÉ NAS CABANAS DOS MENINOS, E NADA DE VOCÊ. 

RafaLerda: Vou chamar a guarda montanheira (se isso existir, é claro).

Você:  Rafaela, calma garota, eu tô no meio de um grande nada ;-;

Você:  Depois te explico melhor, só te adianto uma coisa =  tem dois garotos aqui também.

RafaLerda: Dois garotos? São bonitos? Luna do céu, preciso te ver urgente.

Mensagem visualizada às 20:48.

Mensagens off.

Rafaela nem é interesseira, imagina. Tirei da mala uma caixinha, onde eu guardava minhas coisas importantes, e coloquei minha pulseira e meus brincos lá dentro. Ao olhar para uma foto que estava dentro da caixinha, soube que sentiria o mesmo vazio em meu peito para sempre. Era a última foto que eu havia tirado com os gêmeos, no ensaio de cinco meses deles. Eu estava sentada em uma toalha colorida, com os gêmeos sentados em meu colo, sorrindo para mim. Atrás de nós, havia uma cachoeira linda, cercada por árvores que, com suas pequeninas flores rosadas, deixavam a foto incrível. Senti uma lágrima se formar em meu olho e cair sobre a foto, justamente sobre o rosto de Teddy. Abracei a foto, sentindo uma pontada em meu coração. As lágrimas quentes caíam de meu rosto. Era o sofrimento e a dor tentando sair de mim em forma de lágrimas. 

Ouvi batidas na porta, e como se eu estivesse fazendo algo de errado, sequei meu rosto, me sentindo culpada por ser tão fraca. Daniel entrou sorrindo, mas, logo seu sorriso sumiu, do mesmo jeito em que ele apareceu sentado do meu lado na cama. Ele me avaliou por um instante, e pareceu medir cada palavra antes de falar-las.

- Luna? Está tudo bem? Por que você está chorando? - Ele me perguntou, com um olhar triste.

- Não é nada, Daniel...

- Ei, pode me contar o que está acontecendo. Posso ser um estranho para você, mas te garanto sou um ótimo ouvinte e conselheiro - ele falou, sorrindo um pouco. Ele olhou para minha mão, aonde estava a foto. - Posso ver essa foto? 

Entreguei-a a ele, sentando um pouco mais longe dele. Ele a observou e sorriu. 

- Seus irmãos? São tão lindos quanto à irmã, impressionante... Mas por que você está chorando? Algum deles está doente? Como eles se chamam?

- São meus irmãos, sim. Thomas e Teddy, e, respondendo a sua pergunta, não, nenhum deles está doente...

Vi novamente o sorriso de Daniel sumir, lentamente. Ele pareceu entender, e pediu para contar à ele como um dos gêmeos havia morrido.

- Bem, uns seis meses atrás, minha mãe foi levar Teddy à uma consulta, e, na volta, como meu irmão começou a chorar, ela se virou para repreende-lo, e, sem quer, soltou o freio do carro. Como o sinal estava aberto para os carros da outra direção, um carro acertou em cheio a parte do carro onde Teddy estava. Minha mãe não se machucou nem um pouco, mas, Teddy havia batido a cabeça na porta, e teve uma fratura craniana. Como minha mãe estava em choque, ela tirou Teddy do carro e se negou a chamar uma ambulância, pois acreditava que Teddy estava bem. E, com isso, meu irmão morreu nos braços de minha mãe - falei, já chorando novamente.

Daniel me abraçou, e algo em seu abraço me fez ter mais vontade ainda de chorar, mas, ao mesmo tempo, me acalmou. 

- Eu sinto muito pelo seu irmão... Mas, olha, tenho certeza que ele está em um lugar melhor agora. E, espero que ele esteja olhando para nós e me ajude a fazer essa garota sorrir. -Daniel falou, sorrindo. - Vem, eu fiz uma lasanha, espero que você não esteja de dieta.

- Não estou com fome, mas obrigada. - Daniel me olhou e levantou a sobrancelha. Quando ele estava se levantando da cama, por um impulso, me levantei e o abracei novamente. - Obrigada por me ouvir, Daniel.

Ele deu um beijo em minha testa e saiu, sorrindo. Maldito sorriso. Malditos olhos. Maldito coração. Maldito abraço. Não, você não vai se apaixonar Luna. Voltei a me sentar na cama, cobrindo o rosto com as mãos e me jogando de costas para trás. Essa viagem vai me trazer problemas.

Mal sabia eu que eu estava enganada. Essa viagem seria a solução de muitos de meus problemas. 

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E AÍ GALEROUS? TURU BOM? 

Vou tentar postar até três capítulos por semana, mas, por enquanto, quero postar um por dia, pelo menos até chegar no capítulo 10 hihi.

Não me matem nos próximos capítulos, beijos e fui.

Deisi <3

Only you, loveOnde histórias criam vida. Descubra agora