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Eu nunca me imaginei nesse estado, eu jurei mil vezes em minha cabeça que morreria, que me mataria hoje mesmo, mas percebi que...que tenho que ficar, ficar com ela até seus últimos dias e talvez, talvez eu morra junto a ela...quando for a hora.

Bradley me trouxe até em casa junto ao Tyler, eu desmaiei, sim eu não viria por boa vontade, tive uma queda  de pressão. Agora estou no banheiro, na minha casa, me olhando no espelho e imaginando... imaginando como vai ser daqui pra frente, será que ela ja sabe? Sabe que está morrendo?

Essa pergunta me deixava cada vez pior, em saber que uma pessoa tão cheia de vida, está morrendo, sem saber...

Ouço passos do lado da porta, Tyler, ele e o Brad estão aqui, Brad tem medo que eu não suporte, medo que eu faça alguma besteira, ele está certo, mas não preciso de nenhuma babá.

- Está melhor? - Tyler está encostado no batente da porta, com seus braços cruzados sobre o peito e uma feição serena.

- O que faz aqui? - pergunto, eu ainda estava em frente ao espelho, sem ao menos me virar para vê-lo direito.

- Brad, ...Brad e eu somos amigos desde muito tempo... estava junto a ele quando ele resolveu ligar pra sua casa, iríamos te chamar para uma partida de vídeo game na casa dele, e sua empregada deu a notícia que estava no hospital, se preferir posso ir embo...

- Vá embora. - O interrompo rapidamente, vejo um sorriso sereno tomar forma em seu rosto, então ele sai sem dizer nada.

Tudo que eu preciso é ficar sozinha.

Tranco a porta do banheiro e continuo me olhando no espelho.

- porcaria...- suspiro sentindo lágrimas descerem sobre a superfície de minhas bochechas. - Ok Bryana...seja forte, você não deve chorar, tome banho e volte para quele hospital.  - digo para mim mesma em uma forma de encorajamento - Quem estou enganando, eu sou humana.

Eu não aguentava mais segurar as lágrimas e tudo se tornava pior quando eu tentava ser forte, ninguém pode ser forte o tempo todo e isso é um saco.

Eu nunca quis sair da minha zona, um tipo de muralha, que eu criei para suportar a rejeição do meu pai e demais parentes, uma muralha cujo no lugar de tijolos e pedras, havia o sarcasmo, ironia, deboche e o famoso: foda-se. Mas me diga, como usar essa muralha agora? Como?

Droga.

Finalmente conseguindo me mover, tiro minhas roupas e tomo banho, precisava me limpar de tudo, pelo menos tentar. Me enrolo e volto pro quarto.

E lá está ele, sentada em minha cama, mechendo nas minhas coisas.

- Eu disse pra ir embora. - caminho até ele arrancando um retrato que estava em suas mãos - Vá.

- Estou esperando por Brad - ele arqueia a sobrancelha me olhando - Bryana, eu sinto muito pela sua mãe - Sua feição muda para algo triste e preocupado.

- Não sinta, só saia. - digo ríspida caminhando até a porta e abrindo a mesma.

Tudo que menos preciso é do olhar de pena de alguém, droga, nem ao menos o conheço direito, o que ele pensa que sabe.

Ele levanta e caminha até a porta, parando do lado de fora.

- Você venceu...- fecho a porta ignorando ele.

Caminho até  o guarda roupa e pego uma roupa qualquer, me visto, amarro meu cabelo em um coque e saio do quarto encontrando o corredor vazio.

Desço as escadas e encontro Brad na cozinha, ele está conversando com o Rodrigo.

- O que faz aqui? - pergunto pra ele com a voz um pouco alterada - Não é pra deixa-la sozinha, nunca - digo irritada e saio andando, ouvindo os passos de Brad logo atrás de mim.

- Bryana, calma - ouço ele dizer logo atrás.

Eu ja me encontro na garagem, o motorista estava disponível, ótimo.

- Da pra você me ouvir?  - Brad me para assim que estou prestes a entrar no carro

- O que você quer? - pergunto irritada, será que eles não entendem que só preciso que me deixem em paz

- Onde  está indo? - pergunta passando as mãos pelo cabelo

- Em uma boca de fumo, resolvi me drogar, satisfeito? - reviro os olhos enquanto abro a porta do carro entrando, o idiota entra junto.

- Ótimo, adoraria experimentar - ele bufa fechando a porta e o motorista arranca com o carro.

O motorista me olha de relance, sei que ele está esperando que eu diga pra onde quero ir.

- hospital..- digo rápido e ele assenti.

Brad não diz nada, apenas me lança um olhar rápido e volta seu olhar pra rua.

Não demorou muito e chegamos, o motorista estaciona e eu desço da carro, Brad desce junto a mim e me acompanha até a recepção, assim que começo a andar em direção ao quarto onde minha mãe está Brad segura meu braço.

- Bryana... - me viro encarando ele, seu olhar é de extrema preocupação- Rodrigo disse que...

- Ela não sabe? - pergunto sem olhar em seus olhos

- isso...

Me solto e volto a caminhar. Assim que coloco minha mão sobre a maçaneta, respiro fundo, fecho os olhos. Droga eu não consigo.

Me afasto da porta bruscamente até esbarrar na parede atrás de mim, Brad está do lado e me encara

- Tudo bem... você não precisa entrar agora- ele toca meu ombro e eu recuo.

- Por que eu não consigo?..- minha voz sai falha e deixo que meu corpo escorregue sobre a parede até entrar em contato com o chão frio do corredor.

- Você não precisa ser forte o tempo todo, não faça nada que não consiga, sua mãe  vai saber, ainda hoje..  - Ele se ajoelha ao meu lado

- Que? Quem vai contar ? - pergunto passando as mãos pelo rosto, odeio chorar em público, se bem que as pessoas que estão passando por nós, nem ao menos abaixam o olhar para nos encarar .

- O doutor..- ele faz uma pausa e eu continuo em silêncio - Ela não vai poder ir pra casa... - Depois de mais ou menos um minuto em silêncio ele fala, e eu continuava em silêncio porque sabia que se eu tentasse falar algo, desabaria ali mesmo. - Seu um mês depende muito da sua  internação aqui no hospital... - Ele parecia querer chorar junto a mim, mas ele sabia que só pioraria tudo, lágrimas que eu estava segurando já se encontram livres, um pouco de dor não faz mal..

Oiie Babys💙

Apareciii, desculpem a demora

Perdão pelos erros...

Espero que gostem

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ROTULADA COMO : Uma rebelde sem causa![ PAUSADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora