Tulpa é uma entidade ou objeto que, segundo o budismo tibetano, pode ser criado unicamente pela força de vontades, envolvendo meditação, concentração e visualização intensas. Em outras palavras, a tulpa seria um pensamentos tornado tão real pelo pra...
Eu estava em meu quarto apenas ouvindo música, quando minha mãe entrou bruscamente.
- Oi, filha. Me faz um favor? Teria como você ir à reunião da escola do seu irmão? - disse ela distraída, ainda secando um prato da pilha de louça que tinha lavado.
- Oi. Claro mãe, sem problemas. - respondi, sem hesitar.
- Obrigada . É que não posso deixar seu pai sozinho, você sabe como é.
- Sim, sei.. - respondi triste. Realmente gostaria de não ter de me lembrar daquilo.
Depois de me arrumar às pressas, chamei meus irmãos e pedi a eles que fizessem o mesmo. Dali a dez minutos, já estávamos na escola de João. Entrei pelo enorme portão amarelo e fui até a sala dele. A professora me recepcionou com um sorriso singular. Depois de organizar seus papéis, resolveu me dar atenção e perguntou:
- Por quem a senhorita é responsável?
- Pelo João. - respondi com certo tom de escárnio, já que ele estava bem ao meu lado.
- Ah, sim... É que achei estranho. São sempre os pais dele que vêm à reunião.- ela me disse, com um sorrisinho idiota no rosto. Nesse momento olhei para João, que estava quase chorando.
"Mulher imbecil.", pensei com cólera.
- Vá brincar com a Nina lá fora, está bem? - pedi a ele, que respondeu de imediato pegando a irmã no colo.- Algum protesto? - indaguei irada.
- Felizmente, não. Mas... - a interrompi, sem delicadeza alguma:
- Ok. Onde é que está o boletim?
- Não precisa se apressar, senhorita...?
- Ana. - respondi subitamente. Estava começando a não gostar daquela professora.
- Ana, estou preocupada com João. Ele tem andado quieto e choroso.
- Eu sei.
- Tem algo a ver com seus pais? - ela me perguntou, com expressão entristecida.
- Tem - respondi seca - mas é claro que isso não é da sua conta. - peguei seu boletim é sai pisando duro, no entanto a mulher me puxou pela manga da blusa antes que colocasse o pé para fora da sala de aula.
- Me desculpe, imagino que devem estar passando por um momento difícil. Mas tenho que mostrar-lhe algo. - disse ela, me entregando uma folha de caderno com um texto manuscrito.
//Tema:"Quem é seu ídolo e qual influência ele tem em sua vida"
Meu ídolo, ou melhor, minha idola é minha irmã mais velha Ana. Ela é a melhor irmã do mundo. Posso contar tudo pra ela que ela sempre me escuta, e me ajuda a sair de problemas.
Ela é muito talentosa toca violão como ninguém, ela faz até parte de uma banda de rock. Desenha muito bem sempre pesso desenhos pra ela. Ela é muito inteligente também, bem inteligente mesmo. Ela boa em todos os esportes, e se não for suficiente ela ainda é gamer.
Ela me segura quando meu mundo cai, me alegra na tristeza, é minha guia no meio da loucura. Ela me dá forças pra enfrentar meus medos. Ela sempre me mostra que tudo tem seu lado bom, mesmo que as coisas estejam difíceis. Ela é minha inspiração, eu quero ser que nem ela quando eu crescer...
João, n° 15 5° ano D//
Depois de ter terminado a leitura, senti que uma lágrima caiu de meus olhos. Sequei-a imediatamente. Havia uma mistura de sentimentos dentro de mim: tristeza por saber qual era seu sofrimento, alegria por sua admiração, e algo cômico pelos erros ortográficos. Lembrei-me de quando era criança. Carregava aquele bebê com tamanho orgulho, por saber que ele seria algum dia um grande homem, meu irmãozinho. Agora era eu quem era sua inspiração.
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