Resiliência
Capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças.
Eva se arrependeu profundamente de ter aberto seus olhos, ao notar que estava em um lugar diferente. Seu coração começou a acelerar de forma absurda quando se deu conta de que sua bochecha estava pressionada sobre o peitoral de alguém. A certeza de que era um desconhecido, deixou ela aflita. Afinal, o que ela estaria fazendo ali?
Após finalmente conseguir manter a calma, Eva ergueu o olhar para ter uma visão completa do rosto de quem estava ali. Pouco resolveu, pois o rosto estava jogado para trás, de modo desleixado. Quando decidiu puxar o lençol que cobria-os, arregalou seus olhos, assustada com a constatação de que estava sem peça alguma de roupa. Mesmo que tivesse quase certeza do que havia acontecido, ela resolveu confirmar — De modo discreto, afinal não saberia lidar caso o Garoto Desconhecido acordasse. —, erguendo a parte em que cobria abaixo do quadril dele, e, concluindo que sim, aconteceu algo ali.
Mesmo se esforçando ao máximo, as lembranças não chegavam a sua mente nunca, do que ocorreu na noite anterior, deixando Eva cada vez mais frustada e assustada.
Sua cabeça latejava intensamente, como se tivesse uma bomba prestes a estourar ali dentro, em poucos minutos. Mas isso era apenas um detalhe comparado a situação que ela se encontrava. Eva queria se afundar debaixo do lençol e sumir de vez.
— Ok, Eva, isso não está acontecendo. Você está sonhando. — Disse a si mesma, no tom de voz mais baixo possível.
Novamente ela ergueu o lençol, desta vez mais alto, deixando tudo que havia ali dentro a mostra.
— Gostou de admirar? — A voz rouca soou, como uma melodia de tão grave e lenta, assoprando alguns fios ruivos de Eva.
Eva travou, ficando rígida de imediato, sem saber como reagir naquele momento. Não poderia sair correndo dali, pois além de acabar por tropeçar nos lençóis, ela ainda ficaria perdida e em uma situação constrangedora demais, se saísse nua. Assim como perguntar o que aconteceu entre eles, estava fora de cogitação. Eva optou por fingir que sabia.
Depois de engolir em seco, demoradamente, ela ergueu seu olhar ao garoto.
— Sim, principalmente esse cobertor do homem-aranha. — Soltou uma risadinha, apenas para se livrar do constrangimento.
— Eu entendo — Ele diz, enquanto desliza pelo colchão, deixando seu rosto próximo ao de Eva. De modo que Eva sentisse a respiração calma e, serena, bater suavemente a ponta do nariz dela. — Ele é maravilhoso mesmo.
O queixo de Eva quase caiu, quando a beleza do garoto entrou em seu campo de visão. As sobrancelhas bem feitas dela, se curvaram, confusa com o misto de cores que tinha seus olhos. Parecia um tom acinzentado, mas conforme ele se movia, diante da luz, adquiria um tom de verde quase apagado. Quando piscou, Eva não deixou de acompanhar o movimento dos cílios superiores, longos e, curvilíneos batendo no início de sua bochecha — Havia pequenas pintinhas que se destacavam nela. —, de forma lenta. Eva sentiu que tinha chego ao paraíso, principalmente quando os lábios cheios e, avermelhados, do garoto se curvaram, em um pequeno sorriso sem graça, dando destaca ao seu maxilar. O formato pequeno e redondo do nariz, juntamente as maçãs do rosto, ambos avermelhados por conta do frio, complementavam o rosto angelical dele.
Seus fios castanhos escuros de cabelo, estavam bagunçados sobre o travesseiro. O garoto ergueu os braços para ajeita-lo da melhor forma possível. Mesmo que, de qualquer forma, ele continuava com uma beleza deslumbrante.
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Resiliência ¡ Chriseva
किशोर उपन्यासDesde pequenos somos propensos a criarmos sonhos dentro da realidade - Ou até mesmo fora dela -. Alguns vão se perdendo conforme nós vamos crescendo e amadurecendo, outros nos acompanham pelo resto da vida. Mas como poderíamos saber? Há infinitas po...