Capitulo 4

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Fiquei trêmula ao ouvir sua voz. Não poderia nem imaginar que era ele. Estava presa com Finn Wolfhard, o menino do cabelo de cachos, minha paixão platônica de quando era menor. Sorri fraco para ele.
— Pensei que viria com seu namorado, Jacob. — Ele disse me olhando. Neguei com a cabeça baixa.
— Não cite o nome dele, por favor. Eu só quero esquecê-lo. — Suspirei. — Não chame ele de meu namorado, namoro pelo o que eu saiba, é quando duas pessoas se juntam pois se amam de verdade. — Disse o olhando e segurando minhas lágrimas.
— Então o namoro era uma farsa?! — Perguntou se aproximando.
— Não literalmente. No começo eu até o amava, mas só no começo, eu acho. Cansei de ser traída. — Falei e logo comprimi meus lábios levemente, ainda segurava o choro. — E desde que a série voltou, eu não sei mais o que sinto por ele e por ninguém. Eu não sei mais quem sou eu, eu vivo recebendo muitos hates Finnie, eu não aguento mais. Eu não aguento mais tudo isto. — Falei e aos poucos fui me desabando em lágrimas. — Eu só queria que nossa amizade voltasse ao normal, como era na primeira temporada. Eu sinto falta de ter você como meu melhor amigo, Finnie. — Soltou um sorriso fraco e se aproximou de mim, me envolvendo em um abraço apertado. Beijou o topo de minha cabeça.
— Eu também sinto falta de tudo como era antes. Principalmente de quando Noah era ainda um anão. — Disse rindo para descontrair. — Eu te amo muito e estarei aqui para o que precisar, okay? — Ele disse colocando seu polegar em meu queixo e levantando meu rosto.
— Okay. — Disse sussurrando e olhando em seus belos olhos castanhos escuros. Trocávamos olhares fixamente, sem piscar. Sentia que estava se aproximando de mim, senti sua respiração em meu rosto. Fechei meus olhos e assim senti seus lábios me selando. Afastou sua cabeça de minha e me olhou um pouco vermelho.
— Desculpa. Eu não deveria ter feito isto. — Falou um pouco nervoso e logo desmanchou o abraço.
— Ahn, tudo bem. — Falei sorrindo fraco e envergonhada. Não sabia como agir, na verdade, nenhum de nós sabíamos. — Podemos voltar a sermos amigos como éramos antes, não? — Falei o olhando envergonhada. Ele somente assentiu.
Estávamos um à diagonal oposta do outro. Ele me olhava de canto as vezes, e eu o olhava de canto também. As vezes, nossos olhares acabavam se cruzando, mas logo desviava meu olhar.
Estava com frio. A noite já havia chegado, junto com o ventinho frio do anoitecer. Comecei a passar minhas mãos pelos meus braços, assim, tentando me esquentar.
— Está com frio? — Finn perguntou ao me ver tentando me aquecer. Assenti o olhando. Tirou sua jaqueta de couro e se aproximou de mim, colocou-a sob meus ombros. Sorri fraco o olhando.
— Obrigada. — O agradeci e continuei ao seu lado. Pegou seu celular, e voltou a olhar a mim.
— Falta um minuto. Que tal depois daqui irmos tomar um chocolate quente? — Ele perguntou sorrindo. Assenti e senti seu braço passar pelos os meus ombros. O policial abriu a porta do pequeno lugar que estávamos, eu e Finn saímos juntos.
Entre risadas e goles de chocolate quente, foi meu final da noite com Wolfhard. Não posso me esquecer que também nos divertimos muito nas barracas, até o momento de Noah o arrastar pelo colarinho até o tirar de meu alcance de vista, esta era a hora.  Era a hora de mandar um correio elegante à aquela pessoa que havia me enviado a cartinha, eu só desconfiava de uma pessoa. E sabia que era ela. Tinha 100% de certeza absoluta. Não tinha sombra de dúvidas de que Finn estaria caidinho por mim. Bem que deveria ter ouvido meus amigos antes, Finn está afim de mim.
Bom, já eu, não sei ao certo. Sinto algo estranho por Finn, os mesmos sintomas da paixão, borboletas no estômago, porém, meu coração me diz que ele é só meu amigo, meu melhor amigo.

"Você é maravilhoso. Obrigada por sempre estar ao meu lado."

Escrevi a frase no papel em formato de coração. Minhas mãos tremiam ao colocá-lo na cesta da cupido. Sabia que a frase que havia escrito estava muito ruim, em relação do que ele havia me mandado, mas não poderia o deixar simplesmente no vácuo.
A menina vestida de cupido pegou a cesta com minha, e milhares de outras cartas e saiu de lá saltitando. Foi nessa hora que senti meu coração se comunicar com minha cabeça.
— E se isso tudo for coisa da minha cabeça? — Disse baixa á mim mesma.

My dear loveOnde histórias criam vida. Descubra agora