NOTAS DA AUTORA: HISTÓRIA NARRADA PELO CHANYEOL.
Eu estava sem chão.
Junto dos meus familiares, eu recebera o resultado de meu exame de medula óssea. Há meses que meus parentes queriam que eu o fizesse, mas sempre fui muito teimoso, sempre achei que eu fosse ser invencível, que nada de ruim aconteceria comigo. A vida, contudo, não acontece desse jeito.
Toda a minha autoconfiança foi destruída na manhã de uma segunda-feira, no início do Inverno sul-coreano. A temperatura estava baixíssima, o céu, completamente cinza, e os pingos da chuva que iniciava eram tão grossos e pesados que faziam um barulho abafado ao se chocarem contra a janela. Não vou negar, eu já percebera manchas estranhas em algumas partes do meu corpo, assim como uma fraqueza e um cansaço absurdo de uns meses até ali. Mas, covardemente, ignorei os pedidos de socorro do meu próprio corpo. Não enganei só a mim mesmo, mas também aos meus pais e colegas da escola onde trabalhava como pedagogo.
Eu esperaria. Se fosse algo grave, ficaria sabendo de qualquer forma.
Péssimo pensamento, péssima atitude. Grande imaturidade de minha parte.
A verdade veio nua e crua, como um soco no estômago. Eu nunca me sentira tão mal em toda a minha vida. Nem mesmo nas vezes em que fiquei gripado, com uma febre alta no meio da madrugada – embora esses sintomas tivessem se tornado frequentes durante a minha maior idade, graças à imunidade baixa. Após longos dias tendo a febre alta e outros sintomas já existentes, desmaiei ao descer as escadas da minha casa. Por sorte, meus pais estavam presentes, e eles não perderam a chance de, finalmente, poderem me levar ao médico.
Acordei algumas horas mais tarde com a visão da minha mãe chorando. Ela estava sentada numa cadeira próxima à cama onde eu estava deitado, segurando uma de minhas mãos entre as suas. Elas tremiam. Vê-la tão preocupada me pegou desprevinido; notei de primeira que algo sério estava acontecendo, porém não quis demonstrar. Eu detestava vê-la chorando, ainda mais quando sabia que era o motivo. Afinal, que filho gosta de fazer a própria mãe chorar?
Ela soltou minhas mãos apenas para secar as lágrimas, não queria que eu as visse. Em seguida, tentou abrir um grande sorriso. Éramos iguais nesse sentido.
"Meu filho, como está?" Disse, com a voz embargada.
Tentei me ajeitar, antes de sentir uma dor latejante por todo o meu corpo, o que me fez lembrar da queda. Balancei a cabeça levemente, repreendendo-me por estar naquela situação.
"Com dor. Mas não é nada demais, daqui a pouco passa."
Ela suspirou.
"Chanyeol..."
"Sim?" Segurei a sua mão e sorri de lado, buscando demonstrar um bem-estar inexistente.
"Eu... vou chamar o médico." Levantou, mudando de assunto. Passou as mãos pela roupa que usava, uma calça jeans clara acompanhada de uma blusa branca bordada. Com seus cinquenta anos exatos, ainda era uma linda mulher. Sempre seria. Seu olhar era brilhante, tal como seu sorriso. Possuía uma personalidade forte, além de ser muito inteligente. Não foi à toa que papai se apaixonou intensamente por ela. E eu também a amava muito.
"Mãe." Chamei-a, antes que atravessasse pela porta já aberta. Sua mão, apoiada na maçaneta, escorregou até ficar rente ao corpo.
"Filho?"
"Tem algo de errado comigo, não tem?"
Ela fechou os olhos lentamente, como se tal ação lhe causasse extrema dor.
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Amar
FanfictionCoreia do Sul, 2017: Ao receber a notícia que mudaria sua vida dali para frente, Park Chanyeol se vê sem chão. Ele não acredita que aquilo estava acontecendo logo consigo, não acredita que fora escolhido para carregar tal fardo e, com isto, perde to...