Capítulo um.
As visitas de Baekhyun acabaram por me fazer muito bem. Deram-me forças para continuar com o tratamento, e, com o decorrer das semanas, sua companhia tornou-se a minha predileta. Tal acontecimento surpreendeu não só a todos, como também a mim mesmo, visto que sabíamos como andavam os meus sentimentos com o início da quimioterapia.
Para a minha tristeza, entretanto, Baekhyun teve de passar a me visitar uma vez a cada vinte e um dias, duração do ciclo de cada quimioterapia, como sugeriu Dr. Kim. Baekhyun aparecia antes da sessão, pois esta me deixava debilitado o suficiente para não poder receber visitas. Aquela era a sua forma de me dar forças, contudo. E me dava, além do bem que me causava ser de extrema percepção. Baekhyun tornou-se a minha luz no fim do túnel. Quem olhasse para nós dois acharia que éramos amigos de longa data, de tão bem que nos dávamos. A verdade era que algo acontecia: eu estava me apaixonando por Byun Baekhyun, mesmo que eu fizesse de tudo para evitar tal situação. Não queria magoá-lo, afinal. Mas o que eu poderia fazer, se sua presença era a única coisa que coloria o meu leito sem vida? Tudo o que eu mais queria era fazê-lo feliz, retribuir todo o bem que vinha me causando.
Conforme nós nos conhecíamos, percebia que tudo nele era motivo para amá-lo. O que existia por trás do seu óculos escuro não era, e nunca seria, um problema para mim. Jamais. Eu amava Baekhyun do jeitinho que ele era, eu o amaria de qualquer jeito. Com ou sem óculos, careca ou não. Baekhyun, em poucos meses, me ensinou que não precisamos enxergar quando se trata do amor. Passei a compreender que, em determinadas situações, podemos ser até mesmo traídos pelos nossos próprios olhos. Como, por exemplo, estarmos caminhando pela rua, passarmos por certa pessoa como se ela não existisse, pois não nos chamou a atenção do jeito que queríamos. E, então, deixamos com que a pessoa certa se perca entre as milhares de outras erradas. Infelizmente, nós somos assim. É irracional.
O que quero dizer é que não devemos nos deixar levar apenas pela aparência exterior. No final de tudo, ela não contará em nada. Terminaremos da mesma maneira, e o que nos restará será o caráter, os momentos bons e ruins pelos quais você passou ao lado da pessoa e, principalmente, o amor.
O amor sempre existirá, até mesmo quando não houver mais esperanças para ele.
[...]
"Parabéns, Chanyeol. Amanhã você será liberado, e o seu tratamento poderá ser feito em casa." Disse o meu médico. Meus pais, também presentes, aparentavam estar prestes a chorar de alívio e felicidade. Não vou negar: essa notícia me encheu de esperança. Afinal, fazer o tratamento em casa significava que ele estava funcionando, certo?
"Obrigado, Doutor." Agradeci, não me importando em demonstrar minha emoção. "E quanto a Baekhyun?"
Doutor Kim sorriu.
"O senhor Byun já foi avisado sobre sua condição. Ele passará por aqui ainda hoje para conversar com você."
Suspirei, aliviado. Embora tivesse medo de magoá-lo, não gostaria de perder o contato consigo.
Dr. Kim explicou alguns procedimentos a serem feitos a partir daquele dia e, ao terminar, pedi-lhes que me deixassem sozinho até a chegada de Baekhyun. Meus pais, mesmo um pouco contrariados porque tinham a vontade de passar mais tempo comigo, saíram logo atrás de Doutor Kim. Minha mãe, através da grande janela de vidro, jogou um beijo para mim com a mão. Peguei-o no ar e o levei até meu peito, deixando-o bem em cima do meu coração. Emocionada, despediu-se de mim com um aceno e se foi.

YOU ARE READING
Amar
FanfictionCoreia do Sul, 2017: Ao receber a notícia que mudaria sua vida dali para frente, Park Chanyeol se vê sem chão. Ele não acredita que aquilo estava acontecendo logo consigo, não acredita que fora escolhido para carregar tal fardo e, com isto, perde to...